sábado, 12 de novembro de 2011

Reunião Doutrinária

Casa do Caminho, em 21 de maio de 2011.

Tendo decidido assumir a minha condição de médium, aceitei o convite de Drª Eni - psicóloga - de conhecer o centro espírita Casa do Caminho.

Na noite anterior fiquei bastante perturbada, quase não dormi. Eles, os espíritos que me acompanham, não queriam que eu fosse. Estão comigo a longa data, não querem partir. É difícil para eles estarem desencarnados. Não estavam preparados para fazer a passagem. Passagem, que para nós (eu já incluo-me) espíritas não é definitiva. Sabemos e aceitamos que a morte não é o fim, mas o começo para outra vida e que este começo só depende da nossa vontade e merecimento.

Amanheci cansada. O dia foi de sol mas soprava um vento gélido. Não consegui alimentar-me, nem pela manhã e nem pela tarde. Estava quase desistindo de ir para a reunião doutrinária. Reuniões Doutrinárias são palestras expositivas, sobre temas previamente programados sobre perguntas e capítulos sequenciados de "O Livro dos Espíritos" e de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec. Então, entendi que era puramente perturbação desses meus amigos. Uma força maior, porém, levou-me. O lugar é bonito, aconchegante e fraterno. Mas não fiquei bem. Sentia muita dor de cabeça e uma enorme vontade de vomitar. Vomitar o quê? Nem mesmo havia comido. Tremia de frio.

Assisti a doutrinária, na hora do "passe coletivo", adotado pela Casa, chorei. Queria ir embora, sair de lá. Estava angustiada esperando pelo aconselhamento com a espiritualidade. Cheguei a ir até o ponto de ônibus. Um senhor que me acompanhou falou-me do trabalho da Casa, e, de repente, resolvi voltar. Comuniquei à coordenação da Casa que estava a passar muito mal e de imediato foi dado-me o socorro. Eu não estava mais em mim, agora era acompanhada por um espírito desencarnado, sofredor, que não queria partir. 

O Criador permitiu novamente que eu pudesse vê-los. e permitiu-me a consciência. 

Não posso mais negar a existência de uma outra vida, em outros planos. Não posso negar o que vi e o que senti. Graças à Deus, não precisei esperar mais dezenove anos para dar, finalmente o meu testemunho. 

Quando o auxiliar da Casa veio para conduzir-me ao aconselhamento eu pude ver os Espíritos trabalhando, bem como os sofredores. Era uma luz intensa, violeta. Era uma paz, um silêncio. Agora entendo que o silêncio é uma forma de oração, é uma prece.

Vou descrever de acordo com a minha visão, sem qualquer estudo ainda sobre o fenômeno. Cada auxiliar encarnado, trabalhador da Casa (caminheiro), trazia consigo um espírito de luz. Nos encarnados pude ver uma energia envolvida por um corpo físico, com forma humana. Essa energia movia-se em minha direção parecendo solta do corpo que a revestia, querendo levar-me para dentro do módulo de atendimento. Que desespero senti! Eram: (1) corpo físico; (2) um envoltório de energia; (3) espírito (luz). As vestes cobrem o corpo, o corpo veste a energia e, essa energia veste o espírito dos encarnados.

Havia desencarnados. Estes são envoltórios de energia despidos do corpo físico, que cobrem uma luz, nos evoluídos, enquanto que nos sofredores, prefiro chamá-los assim a chamá-los inferiores, estes não trazem a mesma luz, mas sombra à sua volta. É possível vê-los em outros corpos. Os Espíritos de luz que ali estavam trabalhando moviam-se em toda direção. Sem formas definidas, não daria para descrever olhos ou boca, nariz, nem mesmo o formato do rosto, que ora arredondava-se, ora ficava oval. Suas mãos alongavam-se em direção dos sofredores e, consequentemente, em minha direção, ali apavorada, gritando feito louca. A luz desses é de um branco intenso de doer nos olhos. Eles não andavam, moviam-se quase pelo ar.

O espírito que me acompanhara era de uma mulher. Deixou seu nome "Mara", pude ouví-la. estava com medo do que viamos, os outros espíritos. Ela gritava e agarrava-me desesperada, Acreditei que aquele desespero fosse meu, parecia tão meu. Dizia repetidamente: "não quero ir", "não me deixe sozinha, por favor!". A minha cabeça parecia explodir. Os irmãos de luz vieram confortá-la para, então, levá-la. Acalmei-me. Tive que deitá-la no meu colo e dizer-lhe que precisava partir. Mostrei-lhe como era bonito aquele lugar, perfurmado de um perfume que nunca senti. Ela cada vez ficava mais calma, fechava os olhos para não vê-los e repetia: "eu não quero ver". Mas, acabou partindo serena. Eu pude sentir a paz acompanhar-lhe. Ainda voltou-se para trás a olhar-me.

O reequílibrio energético que recebi restituiu-me as forças. Porém, outros espíritos acompanham-me. A entidade espiritual que me atendeu, disse-me que tenho um grande mentor. Disse-me que a minha linha da vida é longa e, que Deus, deu-me uma missão longa. Falou-me que preciso livrar o meu coração das mágoas, da dor e do ressentimento que trago dentro de mim para poder afastar os obsessores que acompanham-me. Assim o meu mentor espiritual poderá trabalhar em meu favor, tirando-me desse sofrimento sem fim. E, quem sabe, vou ficar na Casa á serviço do meu mentor. Sugeriu-me ler O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V. Passou banhos de essências e, agendou, por fim, um tratamento de reequilibrio energético intensivo e fluidoterapia.

Em casa, levei horas passando mal com uma dor de cabeça terrível, um peso enorme nos olhos. Vomitei alimentos do dia anterior. Não sei como não havia feito digestão depois de 24 hs. Somente, então, consegui dormir um sono sereno. Acordei em paz.

O meu mentor espiritual, nessa noite, disse-me que está responsável por conduzir os desencarnados. Eu seria o seu instrumento facilitador. Porém, o meu coração endureceu ao longo do caminho pelas mágoas nele depositadas, dificultando-lhe o trabalho e a minha própria evolução. Essa é a causa de todo o meu sofrimento.
    
 
"....a decisão é sua
São muitos os convidados,
quase ninguém tem tempo...
São muitos os operários,
e poucos os braços fortes...
a decisão é sua..."

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"(...) Quem se faz instrutor deve valorizar o ensino aplicando-o em si próprio" (Joanna de Ângelis.