domingo, 20 de novembro de 2011

Conscientização Espírita



REFLEXÃO
Em 31-05-2011, às 13 hs.

Eu acreditei que sairia da Casa do Caminho completamente curada. Pensei que entraria ali, tomaria consciência da influência dos Espíritos na minha vida e, a partir de então, os amigos que me acompanham ficariam longe de mim. Sairia  linda, leve e livre dos meus obsessores. Ledo engano! Na saída é preciso passar pelo grande armário branco que está posionado na entrada do corredor, próximo a lanchonete, junto a um balcão branco, onde ficam guardados os nossos pertences no mundo espiritual.

Falar de caridade é fácil, praticá-la nem tanto, mesmo sabendo que é o passaporte para a Nova Era; condição única para sentarmos à direita de Deus Pai, pois na caridade está inerente todas as demais condições: o perdão, a indulgência, a benevolência, a paciência, todo sentimento esento de egoísmo, vaidade e orgulho... Mas, como é penoso livrar-nos  dos vícios latentes na alma. Como a própria palavra exprime: "hábito prejudicial". Estamos habituados aos atos que nos causam prejuízos, apegados às imperfeições, daí a dificuldade em evoluir moralmente. Então, colocamos as consequências desses atos, na conta dos "obsessores" para tirar o peso da responsabilidade de nossas costas, esquecendo, geralmente, que somos os nossos próprios obesessores. É isso o que acontece no Centro Espírita, os espíritos endurecidos pelo desejo infinito de vingança, ficam em tratamento no plano espiritual, mas nós continuamos carregando os nossos vícios e atraindo novos sofrimento sem nos apercebermos. Levamos de volta para casa a nossa "sacolinha de responsabilidades".

Agora veio-me a lembrança o que ensinei um dia à minha filha, ela era ainda muito pequena, mas sempre muito precoce: "quando nascemos, Deus entrega a cada um, a sua sacolinha de responsabilidades. Cada qual com a sua missão a cumprir, devemos nos pautar em resolvê-las para prestar conta ao Senhor no dia do juízo final". Devemos ajudar na medida do possível o próximo, porém sem absorvermos os problemas do outro, pensar em si não é egoísmo, já carregamos os nossos próprios pesos. Amar não é livrar os outros de suas responsabilidades, pois há uma relação de causa e efeito a qual não podemos romper. Quando nos propomos carregar o fardo do outro, estamos colocando em nossa sacolinha um peso que não iremos suportar. Logo, cada qual tem que dar conta do que lhe pertence. Não adianta culpar o outro pelo nosso fracasso, é comodo mas não adianta, na saída lhe será entregue sempre a sua sacolinha.

Estar em contato direto com os meus defeitos morais a todo instante é difícil, necessário para a minha evolução sim, mas difícil. Espero conseguir suportar e vencê-los. Sei que vou precisar bem mais do que está reencarnação, mas o primeiro passo está sendo dado neste sentido. Penso que consegui quando saio  da Casa cheia de bons conselhos, de oração, todavia, é somente contrariar os meus desejos e lá se vai a minha caridade, a minha tolerância. Perco a paciência até comigo mesma. Ajo o tempo todo como se realmente tivesse que ser um "milagre" a minha evolução, o que é um erro. Há uma força superior que me coloca à prova a todo instante, e o pior é sentir-me reprovada e tendo que recomeçar a lição. Sinto-me cansada.

Não podemos responsabiliar os obsessores por nossas faltas sempre, e nem tão pouco querermos que os Espíritos Amigos se encarreguem dos nossos pesos, removendo-nos da dor. Temos que sair pessoalmente de uma e de outra condição para nos elevarmos. A conscientização mediúnica é individual, intransferível e irrevogável. A consciência uma vez desperta não se é mais possível ignorar os fatos. Ninguém, abaixo do Criador, pode mudar aquilo que não desejamos fervorosamente mudar em nós. Sinto-me só nesta caminhada ainda sabendo que os bons amigos orientam-me, que ninguém está só. Eu queria cólo e não existe cólo nas empreitadas da vida, é preciso caminhar com os próprios pés, subir degrau por degrau na escada da vida. Assim Seja!

Luz e Amor!



"São chegados os tempos em que as idéias morais devem desenvolver-se, para que se realizem os progressos que estão nos designios de Deus. Elas devem seguir o mesmo roteiro que as idéias de liberdade seguiram, como suas precursoras. Mas não se pense que esse desenvolvimento se fará sem lutas. Não, porque elas necessitam, para chegar ao amadurecimento, de agitações e discussões, a fim de atraírem a atenção das massas. Uma vez despertada a atençao, a beleza e a santidade da moral tocarão os Espíritos, e eles se dedicarão a uma ciência que lhes traz a chave da vida futura e lhes abre a porta da felicidade eterna. Foi Moisés quem abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluirá" (Não vim destruir a Lei, cap. I; 9. O Evangelho Segundo o Espiritismo).

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"(...) Quem se faz instrutor deve valorizar o ensino aplicando-o em si próprio" (Joanna de Ângelis.