terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

"... Mais é carnaval ...."


Em 20-02-2012, às 22 hs.

Coloquei-me em prece, então, eis que meu mentor veio ao meu encontro. Disse-me: "não sofra com o que você irá ver". Logo pude perceber a equipe espiritual entrando no salão doutrinário trasendo as macas, nelas, espíritos sofredores socorridos no carnaval. Fiquei em silêncio, não contive as lágrimas, e ele, o mentor, calmamente pedia-me: "não chores, é preciso aprender a não sofrer junto, permaneça em oração". Esforcei-me no que pude, mas, a cena naquele quadro fluídico era de um pesar sem fim. Contorciam-se de dor e sofrimento em suas macas, sombras, tristes sombras amarguradas, tentando voltar seus olhares para nós encarnados.

Neste instante, meu anjo amigo, solicitou-me evocar por silêncio, era necessário para aliviar a angústia daqueles irmãos em desconforto. O silêncio é a maior forma de oração, é o bálsamo consolador que revigora e trás a serenidade precisa para o desenvolvimento do trabalho espírita. Infelizmente, nem todos que trabalham na seara espírita tem esse discernimento, causando sério prejuízo ao tratamento espiritual. Os pensamentos precisam ser homogêneos promovendo um campo vibratório adequado para recepção das  comunicações que ali serão permitidas. O pensamento se propaga no fluido universal até o infinito, por conseguinte, atinge à todos, tanto no espaço físico, quanto no espaço invisível.

Fui tomada pela emoção daquela visão, ainda não me acustumei com essa minha nova condição de vidência, é nova para mim, e, ainda, impressiona-me profundamente. Sinto-me muito emotiva a cada dia que passa, a cada novo trabalho que realizamos. Penso,  muitas vezes, que não sou capaz, que não mereço a grandeza do trabalho mediúnico. Não me sinto prvilegiada, ao contrário, a responsabilidade vem aumentando em mim. Temo fracassar mais uma vez. E, por me ver tomada por esta angústia, incertezas, calo-me frente aos pedidos do meu mentor, não lhe atendendo. Penso que não disponho de autonomia para tanto, é papel dos dirigentes da casa zelar pela ordem, pelo bom comportamento do grupo, pelo bom andamento do trabalhos ali desenvolvidos, e ao mesmo tempo, dever de cada um. Então, calei-me, sentindo-me um tanto culpada por não ajudar quando podia, silêncio, era tudo o que eles pediam.

Ao fim dos trabalhos, agradeci ao Senhor Jesus, por haver me permitido estar ali, aprendendo com cada um daqueles que foi atendido. Entendo, hoje, que tudo o que é dito pelos espíritos, passa antes por quem fala, logo, somos, os médiuns, os primeiros a receber as mensagens enviadas. Estas são antes para nós, intermediários entre os dois mundos: físico e invisível. A caridade prestada é antes para nós trabalhadores que podemos a cada comunicação, nos melhorarmos moralmente. Sobre o carnaval percebi que incita o instinto animalesco adormecido no ser humano, favorecendo-lhe um fluido magnético de baixa energia vital, levando o indivíduo as orgias, devaneios sexuais, os mais torpes vicíos que deságuam, muitas vezes, em brigas, ciúmes e homicídios. Do trabalho realizado nos dias carnavalescos pude compreender que a festa da carne continua após o desencarne, com toda a sua pungência. Assim Seja!

Luz e Amor!

"Se tiverdes amor, tendes tudo o que mais se pode desejar na Terra, pois tereis a pérola sublime, que nem as mais diversas circunstâncias, nem os malefícios dos que vos odeiam e perseguem, poderão jamais arrebatar. Se tiverdes amor, tereis colocado o vosso tesoouro aonde nem a traça nem a ferrugem os devoram, e vereis desaparecer insensivelmente da vossa alma tudo o que lhe possa manchar a pureza" (Bem-Aventurados os puros de coração, cap. VIII; 19, O Evangelho Segundo o Espiritismo).

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Humilhação versus Humildade



Em, 25-02-2012, `as 10hs e 20min.

Hoje atirei-me ao chão de joelhos, em clemência ao Senhor Deus Pai, implorando, mais uma vez, ajuda para restituir a minha dignidade, encontrando um emprego, o mais humilde que seja, já não me importo, contanto que me retirasse desse vale de lágrimas, das humilhações as quais venho passando nesse mundo de provas e expiações. Neste instante, ainda estando de joelhos ao chão, não me senti humilhada.

No momento em que me levantei, o celular tocou, era minha irmã, queria meus dados pessoais para cadastro em empresas de recrutamento e seleção. Ainda com a voz presa pelas lágrimas, disse-lhe que aceito qualquer colocação, desde que possa manter a minha integridade e recomeçar um novo recomeço. Enxuguei as lágrimas e recorri, como tenho feito ultimamente, ao Evangelho Segundo o Espiritismo, eis a mensagem que me foi enviada pelo Consolador:

Bem-Aventurados os que tem os olhos fechados (EspíritoVianney), "Meus bons amigos, por que me chamastes? Para que eu impunha as mãos sobre esta pobre sofredora que está aqui, e a cure? Ah, que sofrimento, bom Deus! Perdeu a vista, e as trevas se fizeram para ela. Pobre criança! Que ore e espere. Eu não sei fazer milagres, eu, sem a vontade do bom Deus. Todas as curas que obtive, e que conheceis, não as atribuais senão Àquele que é o Pai de todos nós. Nas vossas aflições, voltai sempre os vossos olhos para o céu, e dizei, do fundo do vosso coração: "Meu Pai, curai-me, mas fazei que a minha alma doente seja curada antes das enfermidades do corpo; que minha carne seja castigada, se necessário, para que a minha alma se eleve para vós com a brandura que possuia quando a criastes". Após esta prece, meus bons amigos, que o bom Deus sempre ouvirá, a força e a coragem vos serão dadas, e talvez também a cura que temerosamente pedistes, como recompensa da vossa abnegação" (Bem-Aventurados os puros de coração, cap. VIII; 28).

Esse sofrimento todo da minha alma encontra-se nas feridas ainda abertas, pelas mágoas das ofensas ainda não perdoadas. Calar-se diante das ofensas não é perdoá-las, não é resignação, não é humildade. Levando-as em silêncio no coração, fatalmente, um dia ela irá eclodir, jogando-nos ao chão. A ofensa surge da culpa e do remorso. Quando não nos sentimos culpados, não existem ofensas. Então, faz-se necessário, antes, perdoarmos a nós mesmos. Sermos humildes em reconhecer que não somos deuses, somos humanos e todo humano é falho, e este ato não é de humilhação e sim, de humildade, reconhecer os próprios erros, reconhecer-se humano.

O orgulho e a vaidade cega-nos, deixando-nos incapazes de voltar o olhar para dentro de nós mesmos, não permitindo que vejamos a bem-aventurança da qual somos agraciados pelo Pai, através do sofrimento. O sofrimento acontece para que possamos nos melhorar e, evita a nossa queda. Humilhação? Onde está a humilhação em precisar das "migalhas", senão no nosso próprio orgulho ferido? Estando no chão é que, nas muitas vezes, nos elevamos a Deus, pois nos tornamos humildes.

Os pais sempre desejam o melhor para seus filhos, às vezes, deixá-los de castigo é uma providência para que reflitam sobre o seu comportamento e para que pesem suas palavras. Com o Pai Celestial não é diferente, pois que somos feitos à sua semelhança, e somos seus filhos amados. O "puxão de orelhas" de hoje foi para que eu percebesse que nem todo mal é mal, e que quase sempre vem para o bem, se soubermos apreciá-lo, tirar do mal as lições necessárias para o desenvolvimento da alma.

Não poderia me sentir humilhada aos pés do Pai Altíssimo, porque Ele é soberanamente bom e justo, jogar-se aos seus pés é reconhecer-se pequenino frente à Sua grandeza e onipotência: "os que se humilham serão exaltados" (E. S. E.). Compreendendo isso, coloquei-me em oração e senti paz no meu coração. Reconciliei-me, então, com meus ofensores, e, comigo mesma, já não me sinto mais somente caquinhos, estou inteira novamente para recomeçar. Assim Seja!

Luz e Amor!



"Então lhe apresentaram uns meninos para que os tocasse, mas os discípulos ameaçavam os que lho apresentavam. O que, vendo Jesus, levou-o muito a mal, e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, e não os embaraceis, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhe assemelham. Em verdade vos digo que todo aquele que não receber o Reino de Deus, como uma criança, não entrará nele. E abraçando-os, e pondo as mãos sobre eles, os abençoava" (Marcos, X: 13-16).
(Bem-Aventurado os puros de coração, cap. VIII; 2, O Evangelho Segundo o Espiritismo)