Em 20-02-2012, às 22 hs.
Coloquei-me em prece, então, eis que meu mentor veio ao meu encontro. Disse-me: "não sofra com o que você irá ver". Logo pude perceber a equipe espiritual entrando no salão doutrinário trasendo as macas, nelas, espíritos sofredores socorridos no carnaval. Fiquei em silêncio, não contive as lágrimas, e ele, o mentor, calmamente pedia-me: "não chores, é preciso aprender a não sofrer junto, permaneça em oração". Esforcei-me no que pude, mas, a cena naquele quadro fluídico era de um pesar sem fim. Contorciam-se de dor e sofrimento em suas macas, sombras, tristes sombras amarguradas, tentando voltar seus olhares para nós encarnados.
Neste instante, meu anjo amigo, solicitou-me evocar por silêncio, era necessário para aliviar a angústia daqueles irmãos em desconforto. O silêncio é a maior forma de oração, é o bálsamo consolador que revigora e trás a serenidade precisa para o desenvolvimento do trabalho espírita. Infelizmente, nem todos que trabalham na seara espírita tem esse discernimento, causando sério prejuízo ao tratamento espiritual. Os pensamentos precisam ser homogêneos promovendo um campo vibratório adequado para recepção das comunicações que ali serão permitidas. O pensamento se propaga no fluido universal até o infinito, por conseguinte, atinge à todos, tanto no espaço físico, quanto no espaço invisível.
Fui tomada pela emoção daquela visão, ainda não me acustumei com essa minha nova condição de vidência, é nova para mim, e, ainda, impressiona-me profundamente. Sinto-me muito emotiva a cada dia que passa, a cada novo trabalho que realizamos. Penso, muitas vezes, que não sou capaz, que não mereço a grandeza do trabalho mediúnico. Não me sinto prvilegiada, ao contrário, a responsabilidade vem aumentando em mim. Temo fracassar mais uma vez. E, por me ver tomada por esta angústia, incertezas, calo-me frente aos pedidos do meu mentor, não lhe atendendo. Penso que não disponho de autonomia para tanto, é papel dos dirigentes da casa zelar pela ordem, pelo bom comportamento do grupo, pelo bom andamento do trabalhos ali desenvolvidos, e ao mesmo tempo, dever de cada um. Então, calei-me, sentindo-me um tanto culpada por não ajudar quando podia, silêncio, era tudo o que eles pediam.
Ao fim dos trabalhos, agradeci ao Senhor Jesus, por haver me permitido estar ali, aprendendo com cada um daqueles que foi atendido. Entendo, hoje, que tudo o que é dito pelos espíritos, passa antes por quem fala, logo, somos, os médiuns, os primeiros a receber as mensagens enviadas. Estas são antes para nós, intermediários entre os dois mundos: físico e invisível. A caridade prestada é antes para nós trabalhadores que podemos a cada comunicação, nos melhorarmos moralmente. Sobre o carnaval percebi que incita o instinto animalesco adormecido no ser humano, favorecendo-lhe um fluido magnético de baixa energia vital, levando o indivíduo as orgias, devaneios sexuais, os mais torpes vicíos que deságuam, muitas vezes, em brigas, ciúmes e homicídios. Do trabalho realizado nos dias carnavalescos pude compreender que a festa da carne continua após o desencarne, com toda a sua pungência. Assim Seja!
Luz e Amor!
"Se tiverdes amor, tendes tudo o que mais se pode desejar na Terra, pois tereis a pérola sublime, que nem as mais diversas circunstâncias, nem os malefícios dos que vos odeiam e perseguem, poderão jamais arrebatar. Se tiverdes amor, tereis colocado o vosso tesoouro aonde nem a traça nem a ferrugem os devoram, e vereis desaparecer insensivelmente da vossa alma tudo o que lhe possa manchar a pureza" (Bem-Aventurados os puros de coração, cap. VIII; 19, O Evangelho Segundo o Espiritismo).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
"(...) Quem se faz instrutor deve valorizar o ensino aplicando-o em si próprio" (Joanna de Ângelis.