sexta-feira, 13 de junho de 2014

AS MÃOS DE DEUS EM MINHA VIDA


Em 11-06-2014; às 21:00hs.

Não sei o que aconteceu, mas creio firmemente que foi a mão de Deus sobre a minha vida. Pareceu-me uma pequena explosão. A chave que utilizo para o procedimento de distração óssea, num segundo, caiu da minha mão e um impacto forte na gengiva, por onde perpassa o aparelho, fez-se sentir. Naquele instante, todas as dores que vinha sentindo durante o período pós-operatório cessou. Nenhum mal-estar e, uma enorme sensação de alívio e de liberdade pude sentir. A princípio desejei chorar. Pensei: "tudo perdido!". Então, ajoelhei-me e roguei, mais uma vez, a presença de Deus em minha vida. O silêncio respondeu-me: "Não chores! Não sabes que Deus não permite um mal senão para um bem maior?". 

Levantei-me e recorri ao Evangelho Segundo o Espiritismo: "Amai os vossos inimigos" (cap. XII; 1-2). Fechei. Indaguei: porque está mensagem se a minha aflição está na possibilidade de se fazer outra cirurgia? Abri novamente o E.S.E., "Amai os vossos inimigos". No que amar aos meus inimigos possa ajudar-me diante do que aconteceu? Coloquei-me em oração e li atentamente cada versículo. Voltei-me ao espelho, o rosto estava com os contornos alinhados. A ponta da placa de reconstrução que antes parecia querer rasgar meu rosto havia ajustado-se. O meu pescoço, imóvel para conter a dor, agora movia-se livremente. A dor na nuca desaparecera como por encanto. Uma paz imensa manifestou-se. Era as mãos de Deus sobre a minha vida.

Desde que passei pela cirurgia não mais havia dormido profundamente. As dores na nuca e na cabeça eram intensas e constantes. Nenhum medicamento aliviava aquela dor. Relatei ao médico, ele nada soube me responder, parecia não haver ligação com a cirurgia. Na região do queixo nada me incomodava, somente no momento de afastar o osso com o "distrator", procedimento que tenho que fazer durante três ou quatro meses, a depender do desenvolvimento ósseo. Durante o sono as dores se intensificavam, então, levantava-me e colocava-me a andar pela casa, para só depois voltar a dormir. 

De início, percebia todo o procedimento médico no momento da cirurgia, como se estivesse acontecendo naquele instante. Percebia os médicos ajustando os pinos que prendem a placa e o distrator. Fechava os olhos e percebia muitas mãos em meu rosto; percebia a pulsação sanguínea na minha cabeça. Foram três noites seguidas com esta percepção. Não sei se são memórias do passado, mas, percebia como se estivesse em um outro momento, sendo colocado, em mim, uma amordaça de ferro que apertava fortemente o meu rosto e crânio. De repente, não eram mais os médicos, mas, faces que não pude reconhecer porque não tinham os traços claros, eram sombras do passado. Então, despertava com aquela visão.

Já em casa, pois que, passei as duas primeiras semanas sob cuidados em casa de minha família, com as dores insistentes e sem conseguir o repouso que o sono propicia, despertou-me uma enorme vontade de ir a Casa Espírita, onde trabalho, buscar alívio físico e espiritual. Havia passado por uma cirurgia espiritual anterior a cirurgia física. Acreditei já ter acabado. Contudo, ao buscar acolhimento, fui informada de que havia uma cirurgia espiritual marcada e fui encaminhada com urgência. 

Ao retornar para casa, como em todas às vezes que passo pela cirurgia espiritual, fui tomada por um sono regenerador. Passei o dia seguinte tranquila e as dores já eram bem menores. No outro dia, como vinha fazendo, orei a Deus para que se colocasse à frente, e permitisse aos Amigos Benfeitores tomassem em suas mãos todo o procedimento, para que nada fugisse à Vossa vontade. Foi o instante em que a chave do "distrator" saltou da minha mão e o aparelho desativou repentinamente.

Procurei o médico de imediato e ficou constatado através de RX panorâmico que o aparelho não estava, até naquele momento, funcionando adequadamente. Ou, seja, permanecia estacionado mesmo parecendo funcionar satisfatoriamente. E, no instante em que o médico fez o procedimento, as peças externas do aparelho soltaram-se, causando grande surpresa a todos. Diante deste novo quadro, terei que passar por outra  intervenção cirúrgica para a troca do aparelho.

Diante de todo esse acontecimento, testemunho que a mão de Deus está sobre mim e, os Espíritos Benfeitores estão auxiliando a minha caminhada. Jesus disse: "Vinde a mim todos os que andais em sofrimento e, vos achais carregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve" (Mateus, XI; 28-33). Ao buscar auxílio espiritual, encontrei o amparo Divino. Como Deus não permite um mal senão para que o melhor aconteça, pude descobrir à tempo o não funcionamento do aparelho. Estava machucando-me mais não avançando. Não tenho o que lamentar, mas, somente agradecer a misericórdia Divina e a intervenção da Espiritualidade. "Tudo posso naquele que crê".

Quando colocamos Deus à frente de tudo em nossa vida, o seu amor se manifesta como bálsamo para o alívio de nossas dores. O sofrimento que experimentamos é necessário para fortalecer a nossa fé. Se na hora do sofrimento rogamos pela presença de Jesus e dos Vossos Mensageiros, o socorro é certo e o alívio imediato. Se nos desesperamos é porque a fé foi abalada, e no momento em que a fé é frágil, então, subitamente, damos oportunidade aos nossos inimigos de se aproximarem e intensificar o nosso sofrimento. A falta de fé baixa o padrão vibratório. A incredulidade, a simples dúvida quanto ao futuro, as idéias materialistas, em uma palavra, podem levar até mesmo ao suicídio, pois, elas produzem a "frouxidão moral" (E.S.E., cap. V; 16). Os Espíritos obsessores, segundo os Benfeitores Espirituais, agem pelo que escutam e se articulam de acordo com o que ouvem. Conhecem cada palavra que sai de nossa boca, pois que, a boca só fala do que cheio está o coração.

Assim também, quando oramos, elevamos o nosso padrão vibratório e, os nossos pensamentos são levados até Deus pelos Espíritos Superiores, que ouvem as nossas preces. Manter a fé inabalável é não lastimar os acontecimentos, colocando tudo nas mãos de Deus. Nenhuma folha seca cai no chão sem a permissão do Pai. Somente Deus é o dono do tempo e das estações. Pensar que recebemos porque merecemos é mais presunção do que fé. A fé verdadeira consiste em acreditar, firmemente, que tudo parte da misericórdia Divina. Acreditando que, mesmo sendo imperfeitos, somos todos filhos de um mesmo Pai, e que sobre todos, bons e maus, recai o amor de Deus. Por isso, "Amai os vossos inimigos".

Quando oramos, os Benfeitores também levam as preces às zonas inferiores, aonde Espíritos inferiores buscam atrapalhar o nosso processo evolutivo, e estes são tocados pelas preces. O Evangelho no lar, assim, deve ser feito em voz alta, para que os nossos inimigos espirituais também recebam as nossas orações, e, no seu tempo, cada um possa perdoar as nossas ofensas. É comum e confortável colocar a culpa nos Espíritos inferiores, ou, em nossos "obsessores" pelos nossos sofrimentos. Basta algo fugir às nossas expectativas que logo os culpamos. No entanto, como ensina a Doutrina Espírita, ninguém é vítima. "O obsedado e o possesso são, pois, quase sempre, vítimas de uma vingança anterior, a que provavelmente deram motivo por sua conduta" (E.S.E., cap. X; 6). 

Em algum momento fomos nós os verdugos dos Espíritos que nos perseguem. E, como o Pai é soberanamente bom e justo, permite a oportunidade para que ambos possamos evoluir moralmente. "Deus permite a situação atual, para punir do mal que fizeram, ou, se não o fizeram, por haverem faltado com a indulgência e a caridade, deixando de perdoar". (E.S.E). Os Espíritos mais evoluídos auxiliam para que os retardatários encontrem o caminho do Pai, através do perdão. "Deus não deixa ao sabor da vingança aquele que soube perdoar" (E.S.E). E, o perdão não é unilateral. Só se perdoa outrem quando se auto-perdoa. Que Assim Seja!

Luz e Amor!



"Concerta-te sem demora com o teu adversário, enquanto estás a caminho com ele, para que não suceda que ele te entregues ao juiz, e que o juiz te entregue ao seu ministro, e sejas mandado para a cadeia. Em verdade te digo que não sairás de lá, enquanto não pagares o último ceitil". (Mateus, V; 25-26).

(Bem-Aventurados os misericordiosos, cap. X; 7. O Evangelho Segundo o Espiritismo).