sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Aprender para servir



Em 18-01-2013; às 8hs.

Acordei pensando como tenho feito para servir. Servir à Deus servindo ao próximo. Não se pode amar a Deus sem praticar a caridade ao próximo (E.S.E.). "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como  a ti mesmo" (Jesus). Angustio-me não encontrando respostas para minha iquietação. No que posso ajudar? Orar parece-me tão pouco.

"Volte e diga-lhes que o mundo precisa de oração". Está foi a tarefa que me deram quando passei pela "experiência de quase morte" (EQM), aos dezenove anos, e, mais tarde, quando resgatada da tentativa de suicídio. Situações adversas, porém, o mesmo chamado: "Sua missão não acabou, o mundo precisa de oração. Deus tem algo de bom reservado para você". Continuando sem atender ao chamado, em novas crises existências, recebi a seguinte mensagem:

"O Senhor é Santo, o Senhor é único, o Senhor é todo poderoso. Quem vos fala  é um irmão de luz. Ensina a tua filha a rezar. Não deseje o mal ao próximo, ainda que te façam mal. Lembre: "ofereça a outra face" ainda que te digam o contrário. Reze para que os teus dias sejam de luz e não conheças as trevas. Nem nesta vida, nem na vida eterna. Que Assim Seja!". Oração, sempre o mesmo pedido, orar pela humanidade. Ainda sem atender ou entender o chamado fui advertida: "Quanto tempo mais você precisa para dar seu testemunho, mais dezenove anos?"

Eu gostaria de fazer bem mais do que orar, mas, há situações que somente a prece, vinda do coração puro, pode auxiliar. O coração puro é do Espírito que aprendeu a amar. Então, como servir, se eu não tenho a pureza necessária do coração? Aprendendo a importância de amar. A prece sem amor não chega perto de Deus, pois que, Deus é amor e justiça. "Se eu falasse as línguas dos anjos, e não tiver caridade, sou como um metal que soa, ou como o sino que tine" (Paulo, I Coríntios, XIII; 1-7). Eu não tenho pureza na alma, ainda estou aprendendo a amar, a prece fortalesse-me-à, "porque a prece é o orvalho divino, que suaviza o excessivo calor das paixões. Filha predileta da fé, leva-nos ao caminho que conduz a Deus". (Santo Agostinho, E.S.E., cap. XXVI, 23).

Somos seres insatisfeitos! Questionamos sempre os propósitos de Deus, como se tivessemos algum conhecimento sobre as suas vontades. Falamos tanto que amamos Jesus e nem mesmo procuramos conhecê-lo. Amar a Deus é conhecê-lo. Esquecemos que nós estamos para servir ao Senhor, e não o Senhor aos seus servos. Ansiamos coisas tantas que não tem significado algum na nossa existência terrena, quando apenas deveriamos crer nos propósitos de Deus e aceitarmos, com alegria, o que a Deus aprover enviar-nos. A vida terrena é apenas uma etapa na construção da vida futura, e,  a vida futura é a espiritual. Nada está "determinado", tudo está "programado" para acontecer. Deus apresenta-nos os meios, nós escolhemos os caminhos ou,  ficamos parados sem nada fazer para mudar.

Reencarnamos para o progresso, para evoluir espiritualmente. O Espírito não regride jamais, estaciona se essa for a sua vontade, mas não degenera. O processo reencarnatório é evolutivo. Bem como, não existem "vidas pretéritas", existem "experiências vividas" (passadas). As reencarnações não representam várias vidas. O Espírito é o mesmo em todas as reencarnações, vivendo várias experiências de vida, várias etapas, várias oportunidades, para o seu progreso moral, objetivo da reencarnação. As reencarnações são etapas da existência do espírito que somos (do ser). A reencarnação no plano terreno é uma das diversas estapas que temos que vivênciar, e podermos retornar a pátria espiritual na condição de Espíritos Puros.

 O dia de hoje é um presente que Deus nos oferece a cada manhã, dando-nos novas oportunidades. Logo, como coloca o Espírito Shaolin "é perda de precioso tempo viver o passado, é parar no próprio passado, é como petrificar como a mulher de Jó" (Ave Luz). O futuro é o resultado do dia de hoje, cada um constrói o seu próprio futuro através do caminho que decide seguir. Em Deus, o fututo é a vida eterna. Se agi equivocado no passado e fiz sofrer o meu semelhante, diante da oportunidade oferecida, posso mudar o meu futuro, reparando hoje os erros de ontem. Somente diante do meu agir agora, posso prever o meu futuro. Assim, o que está programado pode ser mudado. "O homem é assim o árbitro constante de sua própria sorte. Ele pode abreviar o seu suplício ou prolongá-lo indefinidamente. Sua felicidade ou sua desgraça dependem da sua vontade de fazer o bem" (E.S.E.)

A mudança é um resultado do meu pensamento. Culpar a Deus pelos sofrimentos é não assumir responsabilidades. "Se mergulhasseis no fundo da vossa consciência, quase sempre ali encontrarieis o motivo dos males que vos queixais" (E.S.E.). Deus não é somente soberanamente bom e justo, mas misericordioso. Dá-nos bem mais do que merecemos. O sofrimento não é um castigo, é educação, nem a felicidade um prêmio, como diz Emmanuel, "é devolução". Deus não deseja a morte do pecador, mas que ele se arrependa. "Mas, o simples remorso não basta, é necessária a reparação da falta. É por isso que o culpado se vê submetido a novas provas, nas quais ele pode, sempre pela sua própria vontade, fazer o bem para a reparação do mal anteriormente praticado" (E.S.E.)

A prece é o pensamento elevado à Deus, todo pensamento puro chega até Deus em forma de oração. Deus, na sua misericórdia divina, atende as súplicas que vem de um coração síncero. Um simples pensamento, partindo de um coração puro, é mais ouvido pelo Pai Celeste do que intermináveis orações tiradas de fórmulas. Quanta caridade praticamos, quando rogamos por um irmão em sofrimento: "Seja Misericordioso Senhor!". Não é um ato de amor para com o Senhor assistirdes a um irmão em uma necessidade? Mas, Deus lê no íntimo dos corações, vê o nosso pensamento e a nossa sínceridade. Orar repetidas vezes não significa cumprir com o dever com Deus, em tudo é preciso caridade. Caridade é o amor em sua essência.

"O homem que não se julga suficientemente bom para exercer uma influência salutar, não deve deixar de orar por outro, por pensar que não é digno de ser ouvido. A consciência de sua inferioridade é uma prova de humildade, sempre agradável a Deus, que leva em consideração a sua intenção caridosa" (E. S. E.).

Que Assim Seja!

Luz e Amor!


"Por isso vos digo: todas as coisas que vós pedirdes orando, crede que as haveis de ver, e que assim vos sucederão". (Marcos, XI: 24)




domingo, 13 de janeiro de 2013

Conhece-te a ti mesmo



Em 11-01-2013, às 8hs


O que permite ao homem mudar não é o que vem de fora, mas, o que trás dentro de si mesmo, um poder intransferível, já que não se pode impor a ninguém e nem proibir a ninguém. Porém, mutável e consolador, do qual somos únicos responsáveis diante de Deus. Somente Deus o conhece no seu íntimo, somente a Deus cabe julgá-lo. Deseja mudar? Comece pelo pensamento. "É no pensamento que o homem goza de uma liberdade sem limites, porque não conhece entraves. Pode-se deter-lhe o voo, mas não aniquilá-lo". (L.E. questão 823).

"Sem a evolução do ser pensante, a existência de uma vida terrena seria uma crueldade sem objetivo". Rever conceitos não é ser volúvel e mudar de idéia não significa não ter personalidade. Conceitos são construídos socialmente atendendo as necessidades de respostas para tudo o que o homem busca compreender. Não havendo verdade absoluta, pois que, a vida em sociedade é construída sob contextos distintos, e, há que se atentar a cada tempo e a cultura de um povo, para se construir novos conceitos é preciso desconstruir os pré-existentes.

E, desconstruir não significa anular o que já existe, mas, considerar as possibilidades de mudanças decorrentes das transformações sociais. A vida é um processo, é dinâmica, é movimento. Estar vivo dentro de um contexto histórico é mover-se de acordo com as transformações ali realizadas, do contrário é parar no tempo, é tornar-se inativo. Estar inerte é está sem vida, e essa não é a condição do Espírito. Aquele que nada busca compreender fica apenas repetindo velhas opiniões. Repete fórmulas porque não as compreendem, porque apenas aprendeu a reproduzir idéias. Como bem colocou Joanna de Ângelis, "A humanidade não usa nem a razão, quem dirá a inteligência". 

"Não sei como entender-me, pois não faço o bem que desejo, mas o mal que aborreço (...) embora notando que o amor  ao bem está comigo, mas o realizá-lo não está" (Rom., cap. VII; 15-25). Mudar velhos conceitos não é uma tarefa muito fácil, requer um olhar minucioso e atento para dentro de si mesmo, se permitir conhecer-se. Se eu não conheço o que está dentro de mim, como posso mudar alguma coisa fora de si? Como posso definir o que é bom e o que é mau, se não compreendo quem eu sou e o que está em mim?

Para transformar os velhos conceitos é preciso antes uma análise de si mesmo, e permitir que eles fluam para que se possa conhecê-los. O bom e o ruim são muito subjetivos para se formar um conceito preciso. O que é bom para um pode não sê-lo para outro. São valores, e, sendo valores estão revestidos de sentimentos. Um determinado comportamento pode não ser aceito por um povo, em determinada época, mas, em outra época, um novo povo pode acreditar que é o mais adequado e adotá-lo. Ou seja, os conceitos podem muito bem serem revistos. O que não se pode acreditar é que o mal possa em algum tempo ter sido o bem. O mal é mal em qualquer tempo e sob quaisquer justificativas. Assim, como o bem sempre será o bem.

"Ser" é o que está dentro de cada um de nós, latente em nossa alma. Se Deus nos fez à sua imagem e semelhança, logo, "eu sou amor", "eu sou luz", "eu sou paz". "O Deus, que fez o mundo e todas as coisas que nele existem, sendo Senhor do Céu e da Terra, não mora em templos fabricados pela mão do homem, porque n'Ele vivemos, estamos, e nos movemos" (Atos. cap. XVII, 16-34). "Estar" é um momento transitório, é tudo o que eu posso mudar em mim: "eu estou com ódio"; "eu estou com inveja"; "eu estou maledicente". Eu não "sou" mal, eu "estou" mal. Como modificar? "...se bem com o espírito sirvo à lei de Deus, com a carne eis que sirvo tão-só à lei do pecado" (Rom., cap. VII; 15-25). Recomeçar com Jesus (L.E. questão 625). "Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça".  Preocupar-se com o desenvolvimento espiritual é o motivo principal da reencarnação.

Os termos "bom" e "mau" são subjetivos. O que vai determinar o que é bom e o que é ruim é a forma como o indivíduo percebe. O que é bom para um pode não ser para o outro. Um determinado comportamento pode ser aceito por um povo, em determinada época ou cultura, como bom,  no entanto, em outra época, um outro povo pode acreditar que não é o mais adequado e rejeitá-lo. Isso não faz um povo melhor do que o outro, era o seu tempo, a sua cultura, era o necessário para o seu desenvolvimento moral. Por exemplo: o uso da "burca" em países muçulmanos, não faz desse povo um povo "mal", apenas, diferente. Era a compreensão que se tinha em determinado momento histórico.  Allan Kardec coloca: "As condições de existência do homem mudam segundo os tempos e os lugares (...) essa diversidade está na ordem das coisas, ela está conforme a lei de Deus (...) cabe à razão distinguir as necessidades reais das necessidades artificiais ou de convenção". (L.E. questão 635).

O "bem" e o "mal" são de ordem moral. "O bem é sempre  bem e o mal é sempre mal".  A todo momento somos chamados para o bem e para o mal, escolher é o nosso livre-arbítrio. O mal depende da vontade, o homem é mais é culpável, à medida que sabe o que faz".  (L.E., questão 637). O bem é uma condição moral, é um dever. Como devo agir com a sociedade. Como devo agir com as outras pessoas. "É a regra para se conduzir bem". Portanto, moral é a distinção entre o bem e o mal. "fazer o bem é se conformar com a lei de Deus, e fazer o mal é infringir essa lei". (L.E.questão 629-630). Segundo Paulo, "Lei não escrita com tinta, mas com espírito de Deus vivo; não nas tábuas de pedra, mas na carne do coração" (II Cotíntios, cap. III).

Há pessoas que por não compreenderem os símbolos que permeiam toda uma existência, nem mesmo se dão conta do quanto de pré-conceitos existem dentro de si. Você já se perguntou se realmente não tem preconceitos contra o seu semelhante? Muitos dirão que não têm preconceitos, levantaram bandeiras sociais a favor da igualdade, mas nem param para analisar os seus pensamentos, o quanto estão revestidos de preconceitos. Quando dizemos, por exemplo: "esse cabelo é bom, aquele é ruim", nada mais estamos repetindo: "essa pessoa é boa, está é ruim",  porque assim foi convencionado.

Os conceitos de "cabelo bom" e "cabelo ruim" surgem para justificar a superioridade do homem branco sobre o homem negro, ou, de uma etnia sobre a outra. Não compreendendo esse símbolo, seguimos reproduzindo o mesmo comportamento nos dias atuais e levantando a bandeira da igualdade. Hipocrisia? Não, ignorância. E, os próprios negros acabam buscando um padrão de beleza e de comportamento do “homem branco”, para sentir-se melhor aceito socialmente, infelizmente, reforçando essas pré-noções existentes, pois, a partir daí, começam a reproduzir padrões comportamentais de uma pseudo-superioridade contra os próprios semelhantes patrícios. Reproduzem-se, sem perceber, valores morais carregados de preconceitos. 

O cabelo foi associado à raça para justificar a superioridade dos brancos sobre os negros.  Tudo o que está no "homem branco" é bom, tudo que está no "homem negro" é ruim. Até mesmo porque, de forma repudiável, naquele tempo, o negro não era considerado humano e sim "coisa". Assim sendo, estabeleceu-se: cabelo "bom" para os brancos e cabelo "ruim" para os negros. Contudo, não existe cabelo "bom", nem cabelo "ruim", existem cabelos liso e crespo, ou seja, existem cabelos diferentes, porque existem biótipos diferentes. 

Bem como, o conceito de raças: "raça ariana" (pura);  raça negra (impura) é um conceito criado socialmente, para separar povos e nações. Assim, distinguem-se os povos brancos sendo bons, “puros”, e os povos negro-mestiços sendo ruins “impuros”. O que é bom pertence a raça branca (cabelo bom), o que é ruim pertence a raça negra (cabelo ruim). Associam-se características puramente físicas ao Espírito, que é divinamente moral em sua constituição. Logo, são conceitos arbitrários a lei moral, infringi a lei de Deus. "Todos os homens são irmãos em Deus, porque são animados pelo espírito e tendem a um mesmo fim". (L.E. questão 54).

Como desejar que ocorra transformação no mundo exterior enquanto não se desconstruir os valores internos? É preciso mudar primeiro o Espírito, o “eu” que habita cada massa corpórea individual. E, depois, as mudanças exteriores irão acontecendo como resultado da transformação de cada ser que o habita. Essa transformação íntima  só é possível através do amor.

"O amor resume todas as leis e os profetas" (Jesus). Jesus veio para fazer cumprir a lei do amor. Veio desfazer idéias equivocadas antes dele. Não era a compreensão exata, mas, necessária para aquela época. Jesus veio trazer a luz, os ensinamentos. Jesus veio ensinar o amor, que é Deus. Nós não utilizamos o amor, nesse universo que é a vida moral. E, por isso, reencarnamos para aprender a amar. "Amar à Deus sobre todas as coisas e ao próximo como  a si mesmo" (Jesus). O amor é a caridade na sua essência. Jesus coloca a caridade não como uma das condição para a Salvação, mas, a única: "Fora da caridade não há Salvação" (E.S.E., cap. XV; 3). O amor é soberano e quem desejar ser soberano precisa aprender a amar. Que Assim Seja!

Luz e Amor!




"O amor resume toda a doutrina de Jesus, porque é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso realizado. No seu ponto de partida, o homem só tem instintos, mais avançado e corrompido, só tem sensações; mais instruído e purificado, tem sentimentos; e o amor é o requinte do sentimento"

(Amar ao próximo como a si mesmo, cap XI; 8. O Evangelho Segundo o Espiritismo)

sábado, 5 de janeiro de 2013

"O ouvido que escuta é irmão da boca que fala"



Em 05-01-2013, às 00h e 32min.

"Porque, do que está cheio o coração, disso é que fala a boca" (Lucas, VI; 43-45). Mas, nem sempre a boca revela o que no íntimo do coração se guarda. Nem todos os sentimentos contidos numa palavra são puros e verdadeiros. Devemos, pois, estarmos atentos àqueles que, solidariamente, ao abraçar-nos, trazem dentro de si, velado, o sentimento da vingança, da inveja, da cobiça e da intolerância. "Nem todos aqueles que me dizem: Senhor, Senhor, entrarão no reino do céu" (Jesus). Jesus já nos alertava da importância de "Vigiar e Orar". Muitos se dirão profetas. Muitos se farão missionários do Senhor. Muitos se dirão Cristo. Não se deixe enganar pelos ouvidos, antes, estuda cada palavra e ato para conhecer de qual coração transborda.  

"E porque me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?" (Jesus).

Espíritas, lembrai, o primeiro ensinamento: "Amar", o segundo ensinamento: "Instruí-vos". Amar é olhar para si mesmo, vendo-se como um ser imperfeito e, por isso, sujeito a erros. Praticar sempre o auto-perdão, isso é amar-se a si mesmo, e daí, perdoar aos seus semelhantes. Quem não sabe se auto-perdoar cairá facilmente no poder dos inimigos. Os inimigos das trevas aproveitam-se das nossas fraquezas do passado, para convercer-nos a desistir da nossa jornada na Seara Espírita Cristã, incultindo-nos à culpa e o remorso. Reconhecer-nos humanos, aceitando humildemente as nossas imperfeições, eleva nossa alma à Deus. E, estando perto de Deus, nenhum mal nos alcança. Sentimentos negativos faz-nos vibrar em ondas umbralinas.

A fé em Deus, porém, não deve ser uma fé cega, e sim, uma fé raciocionada, fundamentada nos Ensinamentos deixados por vosso Filho, nosso Senhor, Jesus Cristo. Esta fé raciocinada é inabalável, pois, está pautada no raciocínio lógico, na coerência da razão. Às cegas, caminha-se na escuridão, tornando-se alvo fácil dos senhores das trevas, podendo, então, facilmente ser abduzido pelas  falsas palavras que soam como verdades, mas, que guardam no seu intímo toda a maldade de espíritos perversos: encarnados e desencarnados. Há espíritos maliciosos e não maldosos (zombeteiros), os quais brincam e divertem-se com os nossos medos, sem causar prejuízos maiores, e, há espíritos maldosos, que inspiram o sofrimento e o fracasso.

"O ouvido que escuta é irmão da boca que fala" (Emmanuel). Assim sendo, quem escuta é tão responsável quanto quem pronuncia. Não precisamos ouvir aquilo que não nos eleva a alma, muito menos, absorver. Muito menos, ainda, passar adiante. Escutar comentários maliciosos e perniciosos é fortalecer a mais cruel de todas as vicissitudes: a malediscência e, assim, negar a maior de todas as virtudes: a indulgência.

A maledicência é a causa maior de toda instabilidade das coisas. A maledicência, a exemplo de qualquer outra droga, vicía e degenera o homem, destruindo-lhe sua integridade física e moral. Essa degeneração estando registrada no seu corpo perispiritual é facilmente reconhecida por inimigos espirituais, que conhecendo suas fraquezas sabem muito bem onde atingí-lo. O homem íntegro não se deixa envenenar por mal dizeres, cortando-lhe o mal pela raíz: "Não pode a árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar bons frutos. Toda árvore que não dá bons frutos será cortada e lançada no fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis" (Mateus, VII; 15-20). Que Assim Seja!

Luz e Amor!




"Mas aí daquele por quem vem o escândalo: quer dizer que o mal sendo sempre o mal, aquele que serviu, sem o saber, de instrumento para a justiça divina, sendo utilizados os seus maus instintos, nem por isso deixou de fazer o mal, e deve ser punido. É assim, por exemplo, que um filho ingrato é uma punição ou uma prova para o pai que o suporta, porque esse pai talvez tenha sido um mau filho, que fez sofrer o seu pai, e agora sofre a pena de talião. Mas o filho não terá desculpas por isso, e deverá ser castigado por sua vez, através dos seus próprios filhos ou de outra maneira". (Bem-Aventurados os Puros de Coração, cap. VIII; 16. O Evangelho Segundo o Espiritismo)