sábado, 25 de fevereiro de 2012

Humilhação versus Humildade



Em, 25-02-2012, `as 10hs e 20min.

Hoje atirei-me ao chão de joelhos, em clemência ao Senhor Deus Pai, implorando, mais uma vez, ajuda para restituir a minha dignidade, encontrando um emprego, o mais humilde que seja, já não me importo, contanto que me retirasse desse vale de lágrimas, das humilhações as quais venho passando nesse mundo de provas e expiações. Neste instante, ainda estando de joelhos ao chão, não me senti humilhada.

No momento em que me levantei, o celular tocou, era minha irmã, queria meus dados pessoais para cadastro em empresas de recrutamento e seleção. Ainda com a voz presa pelas lágrimas, disse-lhe que aceito qualquer colocação, desde que possa manter a minha integridade e recomeçar um novo recomeço. Enxuguei as lágrimas e recorri, como tenho feito ultimamente, ao Evangelho Segundo o Espiritismo, eis a mensagem que me foi enviada pelo Consolador:

Bem-Aventurados os que tem os olhos fechados (EspíritoVianney), "Meus bons amigos, por que me chamastes? Para que eu impunha as mãos sobre esta pobre sofredora que está aqui, e a cure? Ah, que sofrimento, bom Deus! Perdeu a vista, e as trevas se fizeram para ela. Pobre criança! Que ore e espere. Eu não sei fazer milagres, eu, sem a vontade do bom Deus. Todas as curas que obtive, e que conheceis, não as atribuais senão Àquele que é o Pai de todos nós. Nas vossas aflições, voltai sempre os vossos olhos para o céu, e dizei, do fundo do vosso coração: "Meu Pai, curai-me, mas fazei que a minha alma doente seja curada antes das enfermidades do corpo; que minha carne seja castigada, se necessário, para que a minha alma se eleve para vós com a brandura que possuia quando a criastes". Após esta prece, meus bons amigos, que o bom Deus sempre ouvirá, a força e a coragem vos serão dadas, e talvez também a cura que temerosamente pedistes, como recompensa da vossa abnegação" (Bem-Aventurados os puros de coração, cap. VIII; 28).

Esse sofrimento todo da minha alma encontra-se nas feridas ainda abertas, pelas mágoas das ofensas ainda não perdoadas. Calar-se diante das ofensas não é perdoá-las, não é resignação, não é humildade. Levando-as em silêncio no coração, fatalmente, um dia ela irá eclodir, jogando-nos ao chão. A ofensa surge da culpa e do remorso. Quando não nos sentimos culpados, não existem ofensas. Então, faz-se necessário, antes, perdoarmos a nós mesmos. Sermos humildes em reconhecer que não somos deuses, somos humanos e todo humano é falho, e este ato não é de humilhação e sim, de humildade, reconhecer os próprios erros, reconhecer-se humano.

O orgulho e a vaidade cega-nos, deixando-nos incapazes de voltar o olhar para dentro de nós mesmos, não permitindo que vejamos a bem-aventurança da qual somos agraciados pelo Pai, através do sofrimento. O sofrimento acontece para que possamos nos melhorar e, evita a nossa queda. Humilhação? Onde está a humilhação em precisar das "migalhas", senão no nosso próprio orgulho ferido? Estando no chão é que, nas muitas vezes, nos elevamos a Deus, pois nos tornamos humildes.

Os pais sempre desejam o melhor para seus filhos, às vezes, deixá-los de castigo é uma providência para que reflitam sobre o seu comportamento e para que pesem suas palavras. Com o Pai Celestial não é diferente, pois que somos feitos à sua semelhança, e somos seus filhos amados. O "puxão de orelhas" de hoje foi para que eu percebesse que nem todo mal é mal, e que quase sempre vem para o bem, se soubermos apreciá-lo, tirar do mal as lições necessárias para o desenvolvimento da alma.

Não poderia me sentir humilhada aos pés do Pai Altíssimo, porque Ele é soberanamente bom e justo, jogar-se aos seus pés é reconhecer-se pequenino frente à Sua grandeza e onipotência: "os que se humilham serão exaltados" (E. S. E.). Compreendendo isso, coloquei-me em oração e senti paz no meu coração. Reconciliei-me, então, com meus ofensores, e, comigo mesma, já não me sinto mais somente caquinhos, estou inteira novamente para recomeçar. Assim Seja!

Luz e Amor!



"Então lhe apresentaram uns meninos para que os tocasse, mas os discípulos ameaçavam os que lho apresentavam. O que, vendo Jesus, levou-o muito a mal, e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, e não os embaraceis, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhe assemelham. Em verdade vos digo que todo aquele que não receber o Reino de Deus, como uma criança, não entrará nele. E abraçando-os, e pondo as mãos sobre eles, os abençoava" (Marcos, X: 13-16).
(Bem-Aventurado os puros de coração, cap. VIII; 2, O Evangelho Segundo o Espiritismo)

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"(...) Quem se faz instrutor deve valorizar o ensino aplicando-o em si próprio" (Joanna de Ângelis.