quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O socorro além do trabalho de desobsessão

                       
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Em 13-01-2011, às 10hs.

Essa noite estive em um vilarejo, havia um rio ou uma praia, não me lembro bem. Sei apenas que por onde caminhava havia mortos, como se uma grande calamidade houvesse lhe abatido. Corpos espalhados pelas ruas desertas, em destroços, pessoas chorando seus mortos. Lembro-me de uma mulher chorando, sentada em um banco de cimento, numa rua estreita, em uma pequena praça, parecia-me um centro comercial. Estava sendo amparada por outra senhora, suas vestes eram diferentes das nossas, roupas que lhes cobriam todo o corpo e véu. Numa vitrine pude ver o corpo de um homem estendido: entrava, suspendia-lhe o lençol branco, olhava-o e retirava-me em silêncio. 

Saia caminhando pelas ruas em destruição, mais corpos sem vidas pelo caminho. Entrei em um pequeno prédio, havia várias portas, parecia estar hospedada ali. Segui pelo corredor e adentrei um quarto. A porta estava entreaberta, entrei e vi um homem caído em sangue. O seu algoz apresentava, ainda em mãos, uma espada, seu rosto estava envolto por um turbante branco. Virava-se para mim, embainhando a espada. Retirei-me sem nada dizer. Entrei no meu quarto e coloquei uma toalha laranja, muito grande, para secar na janela. Um senhor aguardava-me. 

Saimos juntos e logo estavamos em uma embarcação de madeira, com caixotes formando um imenso corredor bastante estreito. Estes caixotes pareciam compartimetos (jaulas) onde estavam vários corpos de homens e animais, o lugar era fétido. Perguntei ao senhor: "ainda há mais corpos?", então, respondeu-me que sim, mas somente de homens. Passando pelo corredor que se estreitava por esses pequenos compartimentos, encontramos, ao fundo, um grupo de senhoras negras, todas sentadas em silêncio, cabeça baixa, cobertas por lenço, comendo uma espécie de fruta que tinha aparência de "chuchu", mas com o sabor azedo de "biribiri", o cheiro me causa repulsa só de lembrar, não sei o por que, mas já o senti antes. O senhor que me acompanhava sentou-se junto a elas e começou a comer o fruto. Mantive-me em pé e resisti em comer, porém, uma das senhoras pediu que me sentasse e, pegando, em uma cestinha de vime, o fruto, cortou um pedaço e entregou-me. Era um ritual. Acordei cansada.

Tem sido assim frequentemente, após os trabalhos de desobsessão que ocorrem na Casa Espírita, continuo trabalhando em desdobramento, junto a Espiritualidade, por outros lugares, visitando mortos, recolhendo espíritos que sofrem, enxugando lágrimas mundo à fora, confirmando, assim, o que me foi dito por meu mentor: "conduzimos os espíritos desencarnados para os seus respectivos centros de acolhimento", eu, sou o seu instrumento no plano terreno. O por quê? Não saberia responder, mas abrindo o Evangelho Segundo o Espiritismo, recebi a seguinte mensagem, a qual dividirei com vocês a seguir, para reflexão desta noite. Assim Seja!

Luz e Amor!

"Deveis a esses de que vos falo o socorro de vossas preces: eis a verdadeira caridade. Não deveis dizer de um criminoso: "É um miserável, deve ser extirpado da Terra; a morte que se lhe inflige é muito branda para uma criatura dessa espécie". Não, não é assim que deveis falar! Pensai no vosso modelo que é Jesus. Que diria Ele, se visse esse infeliz ao seu lado? Havia de lastimá-lo, considerá-lo como um doente muito necessitado, e lhe estenderia a mão. Não podeis na verdade, fazer o mesmo, mas pelo menos podeis orar por ele, dar-lhe assistência espiritual durante os instantes que ainda deve permanecer na Terra. O arrependimento pode tocar-lhe o coração, se orardes com fé. É vosso próximo, como o melhor dentre os homens. Sua alma, transviada e revoltada, foi criada, como a vossa, para se aperfeiçoar. Ajude-o pois, a sair do lamaçal, e orai por eles" (Amar ao próximo como a si mesmo, cap. XI; 14. O Evangelho Segundo o Espiritismo).


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"(...) Quem se faz instrutor deve valorizar o ensino aplicando-o em si próprio" (Joanna de Ângelis.