Em 10-12-2011, às 02h e 30mint.
Todos nascemos para a felicidade. As aflições são construções nossas. Quando poderiamos tornar a vida leve, livre, solta, a tornamos um peso, um fardo difícil de carregar, impregnando nosso perispírito de insatisfações, no desejo de uma vida melhor. Gastamos a nossa preciosa energia em buscas que nada acrescentam a nossa existência, a não ser, a torpe ilusão de uma pseudo felicidade, pois que, a verdadeira felicidade não é deste mundo.
Como sermos felizes se procuramos a felicidade onde nunca nos colocamos? Sempre distante, separada de nós mesmos? Deveriamos, ao invés disto, colocarmo-nos onde a felicidade verdadeiramente se encontra, dentro de nós, e não nos posicionarmos de encontro dela, fora de nós, numa busca incessante. A felicidade está onde nós nos colocamos.
Se analisarmos com cuidado e verdade, percebemos que ao chegar aos quarenta anos desejando voltar aos vinte. E por quê? Porque é a fase dos sonhos, da construção de nós mesmos. Estamos com toda energia no ápice. Antes, espelhamo-nos em quem está mais perto de nós, nossos pais. Daí vamos nos moldando de acordo com o que esperam de nós, até nos tornarmos senhores de nós, entrando para a fase adulta. Como sonhamos ser felizes!
Vejam, "construção de nós mesmos". O que nos faz mudar? Perder a direção? Começamos a procurar a felicidade onde os outros nos parecem tê-la encontrado. Olhamos o amor que o outro conquistou; a realização pessoal do outro; a realização profissional do outro; a posição que o outro alcançou socialmente. Idealizamos a partir do "outro" um novo "eu". Então, mergulhamos no vázio da busca desnecessária dessa tal felicidade. Vázio, por que não mais a buscamos em nós, a colocamos à nossa frente, no outro, ficando com uma enorme lacuna, a qual precisamos preencher a todo custo, a todo instante, sem conseguirmos, pois a retiramos de dentro de nós, a demovemos para o outro e para o mundo.
Onde eu me perdi? Perdemos-nos quando desejamos nos encontrar no outro, ou, nas coisas do mundo, que não nos pertencem, pois que somos apenas depositários dos bens terrenos. Perdemos-nos, pois, desejamos nos completar no amor que está no outro, acreditando que somos "metade". Ninguém é metade de ninguém. Somos inteiros, únicos. Não existe "cara-metade" ou "metade-da-laranja". É bem verdade que não escolhemos a quem amar, mas podemos sim, decidir ser feliz ou sofrer. O verdadeiro amor concebe a paz, é livre. O amor que faz sofrer está doente, precisa ser tratado como toda e qualquer doença.
O Espírito aspirando a felicidade e a liberdade, encontrando-se preso ao corpo, cansa-se desse esforço desmedido e inútil, causando a aflição da alma (E.S.E.), o corpo sofre sua influência, o que causa o desapontamento da vida, tornando-nos infelizes. É quando olhamos para trás, desejando encontrar aquele ser próprio e intransferível, senhor de si: nós mesmos. Olhamos para trás desejando encontrar aquela felicidade própria, intransferível: nós mesmos. Ficamos tantas vezes inquietos, atormentados, pensando até mesmo que não nascemos para a felicidade, enquanto que a felicidade está na paz do dever cumprido, na paz do coração. A felicidade está em Deus e Deus está dentro de cada um de nós.
Eu pude perceber que a felicidade é possível quando senti essa paz no meu coração. A paz de fazer o bem, quando atendo aos irmãos sofredores. Senti a felicidade dentro de mim, após o trabalho na desobsessão, no Centro Espírita. Neste momento sinto o meu espírito livre para cumprir com seu dever na Terra, e essa sensação de dever cumprido, deu-me a felicidade que tanto buscava minha alma inquieta. Assim Seja!
Luz e Amor!
Acreditai no que vos digo e resisti com energia a essas impressões que vos enfraquecem a vontade. Essas aspirações de uma vida melhor são inatas ao Espírito de todos os homens, mas não a busqueis neste mundo. Agora que Deus vos envia os seus Espíritos, para vos instruirem sobre a felicidade que vos é reservada, esperai pacientemente o anjo da libertação, que vos ajudará a romper os laços que mantém cativo o vosso Espírito. Pensai que tendes a cumprir, durante vossa prova na Terra, uma missão de que não podeis duvidar, seja pelo devotamento à família, seja no cumprimento dos diversos deveres que Deus vos confiou. (Bem-Aventurado os Aflitos, cap. V; 25. O Evangelho Segundo o Espiritismo).
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"(...) Quem se faz instrutor deve valorizar o ensino aplicando-o em si próprio" (Joanna de Ângelis.