quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Atenção no Socorro

    

                       Em 19-10-2011, às 09hs.

O trabalho de desobsessão da noite passada deixou-me bastante conturbada. Apesar dos passes aplicados, não tive uma noite tranquila, nem a paz, como ocorre frequentemente após os trabalhos, quando estes ocorrem de forma efetiva, partipativa, homogênea. O que aconteceu? O doutrinador dormiu na hora do atendimento de emergência.

Percebi a hora em que ele chegou. Meus pés e tornozelos pareciam invadidos por formigas, pude sentir, em mim, as suas  mordidas. Ficou tentando afastá-las, procurava algo para acertá-las. Olhou para o doutrinador que dormia sem nada perceber e exclamou dentro de mim: "ele não sabe o que é ter os pés mordidos por formigas!". Irritou-se profundamente. Seu pensamento era o de atirar o doutrinador longe. Logo, uma janela se abriu, pude ver a cadeira sendo atirada longe e o doutrinador batendo com a cabeça no chão. Neste momento, quebrando a regra de que os médiuns não devem doutrinar o espírito comunicante, coloquei-me a conversar intimamente com a entidade sofredora. Contei com o auxílio do meu Mentor, que sempre está ao meu lado.

Disse-lhe que os amigos espirituais iriam aplicar-lhe um bálsamo reconfortante e as dores de suas feridas iriam desaparecer. Logo senti que o socorro foi dado, porém, ele não perdoara aquele doutrinador, que diante da gravidade de seu sofrimento, dormia indiferente, sem prestar-lhe o socorro devido. Sua idéia era de matá-lo por ignorar sua dor. Tornou-se, de repente, para minha surpresa, muito violento, mal pude conter as suas vibrações. Queria à todo custo vingar-se da falta de atenção do socorrista doutrinador.

Precisei, então, valer-me de todo meu fluido vital para bloquear-lhe a passagem. Os meus músculos enrijeceram-se. Estava difícil a comunicação mesmo com a ingerência dos amigos espirituais da Casa. Neste momento, o coordenador passou chamando por outro amigo sofredor, então, o doutrinador finalmente despertou do sono podendo estabelecer a comunicação com a entidade presente. O estado emocional do irmão sofredor estava completamente alterado, e, este, partiu para cima do doutrinador com violência, dizendo: "vou matá-lo".

Precisamos da ajuda do coordenador para intervir na comunicação, caímos no salão, agarrados como animal furioso, ferido. Depois tudo acalmou-se, no entanto, levei comigo as impressões daquele atendimento. Agitei-me muito durante o sono, parecia não conseguir dormir. Então, ouvi quando uma voz disse-me: "eu não sou assim, ruim, mas as dores e a falta de atenção irritaram-me ao extremo". Agradeceu-me e partiu. Logo, a voz do meu Mentor se fez presente: "durma, ele agora está bem". Pude, assim, dormir profundamente.

No caminho da faculdade, assaltou-me as lembranças daquele episódio lastimável, porém, compreensivo. Afinal, quando estamos acometidos por uma grave doença, que nos impossibilita a ação, e dependemos daqueles que nos assistem, esperamos o mínimo de atenção e cuidado. Lembrei-me de quando estive em um leito de hospital, sem  nenhum acompanhante para ajudar-me na hora da dor. No leito, imóvel após uma cirurgia, necessitando de auxílio, e sem poder ao menos chamar a enfermeira. É irritante sim, principalmente para quem traz inerente a alma o vício da impaciência e do orgulho e, que, por isso não compreende a justiça Divina: "será dado a cada um de acordo com as suas necesidades".

"Irmãos, sejam atentos durante o trabalho de desobsessão. É preciso de atenção e indugência para com aqueles que sofrem e buscam a caridade. ... uma faísca do Vosso amor pode abrasar a Terra. Deixai-nos beber nesta inesgotável fonte de amor e todas as lágrimas secarão, todas as dores acalmar-se-ão. Um só coração, um só pensamento subirá até Vós como um grito de reconhecimento e de amor. Como Moisés sobre as montanhas, nós Vos esperamos de braços abertos, oh Poder, oh Bondade, oh Beleza, oh Perfeição. Deus, dai-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até Vós. Dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão, dai-nos a simplicidade que fará das nossas almas o espelho onde se deve refletir a Vossa Divina e Santa Imagem.


Irmãos, sejamos em Cristo esta centelha de amor. Não deixamos apagar a chama da Caridade. Nada acontece que não tenha uma razão de ser. Aprendamos, pois, com os nossos erros, com as nossas faltas. Que a luz se faça presente, agora e sempre, por Cristo, Senhor Nosso. Amém"

Espírito Protetor


"A fé é humana ou divina, segundo a aplicação que o homem der às suas faculdades, em relação às necessidades terrenas ou às suas aspirações celestes e futuras. O homem de gênio, que persegue a realização de um grande empreendimento, triunfa se tem fé, porque sente em si mesmo que pode e deve triunfar, e essa certeza íntima lhe dá uma extraordinária força". (A Fé Transporta Montanhas, cap. XIX; 12. O Evangelho Segundo o Espiritismo).

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"(...) Quem se faz instrutor deve valorizar o ensino aplicando-o em si próprio" (Joanna de Ângelis.