"Qual será então a recompensa do que faz pesar os seus benefícios sobre o beneficiado, que lhe exige de qualquer maneira testemunhos de reconhecimento, que lhe faz sentir a sua posição ao exaltar o preço dos sacrifícios que suportou por ele. Oh, para esse, não há nem mesmo a recompensa terrena, porque está privado da doce satisfação do ouvir bendizerem o seu nome, o que é um primeiro castigo para o seu orgulho. As lágrimas que estanca, em proveito da sua vaidade, em lugar de subirem ao céu, recaem sobre o coração do aflito para ulcerá-lo. O bem que faz não lhe aproveita, desde que o censura, porque todo benefício exprobado é moeda alterada que perdeu o valor" (Que a mão esquerda não saiba o que faz a direita, cap. XIII;3. O Evangelho Segundo o Espiritismo).
Em 09-12-2012, às 08hs.
"As palavras estão sendo ditas sem antes avaliar-lhes o peso sobre a quem as recaem. Toda palavra deve ser antes pesada e medida para não humilhar e nem ferir a quem as recebe. Não importa a quem seja direcionada, deve sempre ser doce e afável, ela irá atingir o destinatário. Não é a palavra atirada como uma rocha que irá despertá-lo, mas, o sentimento síncero em que a palavra está revestida, irá despertar-lhe a consciência adormecida.
Quanto mais doce e sútil a palavra, melhor o seu efeito. A afabilidade toca o coração endurecido, porque o que é doce a alma atraem bons sentimentos e acalma. A reflexão só é possível através da calma. A aspereza, ao contrário, afugenta, desperta a fúria contida, atiça o pigarro, ao invés de uma reflexão, instiga o conflito e, quem se encontra em conflito não é capaz de refletir sobre sua ação. A elevação da consciência vem da paz interior e não do conflito da alma.
Assim, quando uma mensagem é trazida pelos Bons Espíritos, esta deve atingir primeiro ao intermediário da comunicação - o médium. O médium humilde, consciente de que não é possuidor de nenhum poder extraordinário que o eleve acima dos consulentes, saberá refletir sobre cada palavra e se auto-avaliará, no sentido de buscar ser um melhor instrumento de trabalho na Seara Espírita. Porém, são poucos os que tomam para si mesmos, as lições das mensagens recebidas, pelo orgulho e vaidade inerentes a alma, neste plano de regeneração. Deixam-se, muitas vezes, serem levados pela soberba. Desejam corrigir aos outros antes mesmo de corrigirem-se a si mesmos.
Conhece-se o Espírito pelas suas palavras e não pelo nome com que se apresentam. Espíritos Superiores não trazem palavras que ferem a alma daquele que, por si só, já se encontra no chão. Ainda dizendo as verdades necessárias, estas são passadas de maneira doce e sútil, de forma que, os que estão próximos nem se apercebem, evitando maior humilhação de quem já se encontra humilhado. "Faças ao teu próximo o que gostarias que fizessem por ti". Antes, calar-se, do que deferir palavras que denigram ou ofendam, pois sabe-se que o tempo, de uma forma ou de outra, lhe trará a verdade.
Há médiuns que por emprestarem seu carro físico à entidades renomadas, acreditam-se "deuses" ou eleitos "seres perfeitos", o que aqui, neste plano de provas e expiações, não há. Somos todos espíritos em evolução. Daí a necessidade permanente de Vigiar e Orar. Alguns médiuns, acreditando-se "donos da verdade", têm afastado consulentes e trabalhadores que poderiam servir melhor hoje a causa espírita e a Casa. A arrogância, fruto da ignorância e sintoma de inferioridade, com que alguns médiuns incorporam as "suas verdades", muito mais do que as dos Bons Espíritos, ao invés da consonância, promovem a dissonância e incredulidade da doutrina espírita.
Reporto-me também, aos dirigentes da Casa, lembrai-vos: a caridade primeira deve ser a espiritual. Pensando em realizações de obras sociais, o que é caridade também, mas não primordial na Casa Espírita, deixam-se levar pela necessidades de arrecadar bens materiais, afugentando, sem perceber, pobres almas, carentes de conforto espiritual, apesar de desprovidos economicamente. Buscando e cobrando auxílio econômico e material para as grandes obras sociais, esquecem-se que, muitos que ali estão, nem mesmo tem do que se alimentar, deixando-lhes ainda sofrer de inanição espiritual, o que é mais grave. Existem aqueles que se servem até do que se tem sobrando, sem se importar com os que nada tem. Porém, existem os que nada possuem, e o pouco que dão é o muito do que se tem. A cobrança de auxílio pela Casa, torna injustiçado aquele que nada dá, por que nada tem. São tão humildes em reconhecer a sua miséria e, não querendo dispor daquilo com que não pode contribuir, de tão digna que é a alma desses pequeninos, em sua pobreza, retiram-se da Casa sem nada pedir.
Poderia dizer-lhes: "a vaidade tocou-lhe a alma e o fez retirar-se", mas, foi a humildade inerente a sua alma. A humildade de pensar que há outros ainda mais necessitados e que, não podendo nada acrescentar, não ira lhes tirar. Retira-se como se a sua miséria fosse um fardo pesado para o outro carregar. Há os que são blindados por orgulho e vaidade, que tudo possuem e nada oferecem, não sendo atingidos pelas cobranças dos dirigentes. Mas, é nos mais humildes que se deve pensar antes de lançar palavras desmedidas, que pesam. A caridade social deve ser pensada sim, contudo, a caridade espiritual deverá sempre ter um peso e uma medida superior na Casa Espírita. O desejo de relizações de grandes obras sociais, que trará grande respaldo social, não deve esgotar o reforço espiritual, que trará a Casa um esplendor de Caridade e Luz. Que Assim Seja!"
Um Espírito Protetor
Luz e Amor!
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"(...) Quem se faz instrutor deve valorizar o ensino aplicando-o em si próprio" (Joanna de Ângelis.