Em 05-01-2012, às 6hs e 30min.
Quando retornei do trabalho de desobsessão do Centro, vi-me envolvida por uma forte dor de cabeça, um mal-estar que causava-me ânsia de vômito profunda. Tomei um banho frio e orei, não resolveu. Dormi o primeiro sono, levantei-me atordoada. Fiz o Evangelho no Lar, como de costume, às quartas-feiras, 20hs. A dor de cabeça permaneceu, ainda estando medicada, com analgésico e oração.
Então, resolvi deitar-me. Continuei o meu trabalho no plano espiritual. Não sei bem o por quê, mas, freqüentemente, o trabalho não se encerra no Centro Espírita, trago "dever-de-casa" para cumprir. Desdobro-me, junto a espiritualidade, prosseguindo com o trabalho de socorro espiritual, recolhendo e acolhendo os espíritos em sofrimento, conduzindo-os aos cuidados da espiritualidade. Muitas vezes, trago a lembrança dos lugares e situações em que estive trabalhando.
Lembro-me, nitidamente, durante o sono, ter encontrado com uma pessoa, barbaramente assassinada, em condições até hoje não reveladas, há mais de 20 anos. Fora encontrada estrangulada em um matagal deserto, em Patamares, deixando órfãos um casal de filhos, ainda crianças. Já havia recebido uma comunicação dela, por volta de seu desencarne. Na época, ainda não trabalhava a minha mediunidade, mas, em uma visita à mãe em sofrimento, pude sentí-la ao lado de sua genitora. Pediu-me para lhe dizer que não sofresse tanto, pois a deixava triste, e, que logo estariam juntas novamente. Pouco tempo depois, a senhora desencarnou.
Esta noite, falou-me da preocupação que a mantém ligada à sua sobrinha e afilhada, pela qual nutro grande afeto, minha enteada (filha de coração). O carinho é recíproco, talvez tenhamos sido mãe e filha em outra existência. Sua madrinha e tia, a quem me reporto, pareceu-me bem, não identifiquei nenhuma marca da violência sofrida quando do seu assassinato, apesar de vestir luto, lembro-me bem que estava de preto. Disse-lhe que não podia ficar perto de sua sobrinha, ainda que por cuidado, isso fazia-lhe mal, precisava seguir. Mas ela prosseguiu dizendo estar preocupada com a sobrinha.
Em seguida, abriu-se um novo cenário, via-me junto à minha enteada, brigávamos. Estava tão zangada com ela que queria acertar-lhe com uma vassoura. Neste momento, olhava para mim e interpelava-me: "vai me bater?". Então, eu chorava e ela vinha abraçar-me, dizendo: "não quero me separar sem antes dizer o quanto lhe amo, talvez, não tenhamos mais tempo". Então, respondi-lhe: "eu não vou morrer agora". Falou-me, então: "vou morrer antes de você, estou doente" e, abraçou-me fortemente dizendo: "eu te amo". Novamente, sua madrinha fez-se presente, como se tivesse a lhe esperar.
Ah! preciso parar para respirar, a emoção está banhando a minha face nesse momento. Por que é tão real as sensações? Tão nítida as imagens? E as lágrimas que correm no meu rosto enquanto escrevo! Conheço-a desde os seus nove anos de idade, quando casei-me com o seu pai, hoje, um dos meus melhores amigos e pai de minha filha, jamais levantei as mãos para ela, a não ser para dar-lhe carinho ou, conduzí-la em segurança. Esse amor, estende-se até os dias atuais.
Ainda conhecendo um pouco mais sobre o espiritismo; sabendo da existência de outras vidas: passada, presente e futura, pensar em separação nesta condição, é inconcebível. Ela é jovem, doce, meiga, inteligente e, irradia felicidades. É provável que tenhamos vivido essa separação no passado, mas, como o próprio nome diz, é passado, passou. Nos reencontramos e somos muito querida, uma pela outra, nesta atual existência.
Ela está partindo sim, para a Itália, onde tem sido muito feliz, onde encontrou o seu verdadeiro amor. Sua tia e madrinha, parece-me, foi atendida pela espiritualidade, neste momento, para que siga o seu novo caminho em paz, porque todos precisamos de paz, encarnados e desencarnados. Dei o abraço de felicitação pelo casamento, enviado por ela à afilhada, senti mais uma vez a sua presença. Creio que finalmente partiu. Que Assim Seja!
Luz e Amor!
"Como desencarnados, quando vagueáveis no espaço, escolhestes a vossa prova, porque vos consideráveis bastante fortes para suportá-la. Por que murmurais agora? Vós, que pedistes a fortuna e a glória, o fizeste para sustentar a luta com a tentação e vencê-la. Vós, que pedistes para lutar de alma e corpo contra o mal moral e físico, sabíeis que quanto mais forte fosse a prova, mais gloriosa a vitória, e que, se saísses triunfantes, mesmo que a vossa carne fosse lançada sobre um monturo, na ocasião da morte, ela deixaria escapar uma alma esplendente de alvura, purificada pelo batismo da expiação e do sofrimento" (Bem-Aventurados os Aflitos, cap. V; 19. O Evangelho Segundo o Espiritismo).
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"(...) Quem se faz instrutor deve valorizar o ensino aplicando-o em si próprio" (Joanna de Ângelis.