Em 17-04-2012, às 08hs.
Primeiro domingo do mês de Abril, eis que adentraram o salão doutrinário, entre eles pude percebê-la. Nosso olhar se encontraram. Senti um forte impacto no peito, parecia um reencontro já aguardado há muito. Acompanhavam-os os Espíritos enfermeiros. Em volta do salão principal formou-se uma corrente energética. Havia Espíritos guardiões, eram responsáveis pela segurança, protegendo encarnados e desencarnados das trocas de fluido energético, energias muito pesadas circundavam o ambiente, porém, Espíritos Protetores cuidavam de emanar bons fluidos magnético, como se um grande passe coletivo.
Então, o meu Mentor sugeriu-me: "Não sofra com o que lhe será apresentado, o sofimento porque passam estes espíritos é necessário para a sua tranformação. Lembre-se: comover-se não é absorver-lhes os sofrimentos". Neste instante saí do meu corpo físico e juntos seguimos para a assistência aos suicídas.
Não me lembro de nenhum depoimento dos que ali encontravam-se dando seu testemunho. Somente a percepção "dela" permaneceu comigo durante toda a semana que se seguiu até o dia inicial do trabalho de socorro aos suicídas. Senti muita náusea, tontura, mal-estar súbito. O meu diafrágma contraia-se e distendia-se com tanta intensidade que sentia o abdomem colar nas costas. Contorcia-me de uma dor que não era minha, mas, que ao mesmo tempo, já havia experimentado em outra ocasião, quando da minha tentativa de abreviar o meu tempo na Terra. Entregava-me a um sono profundo como se não fosse mais despertar. Sentia-me desfalecer. Olhava-me no espelho e via não mais a minha própria imagem, ela estava a me acompanhar. Sofrida, cabelos em desalinho, pálida, gélida, inconformada com sua nova condição.
Permaneci nesse estado de letargia até o dia do trabalho do grupo de socorro aos suicídas, na Casa do Caminho. Oscilava de um estado emocional para outro, seguia de um extremo a outro, da paz para a angústia mais profunda, da beleza para o horror que me tornara. Não, não era eu. Chorava compulsivamente até novamente perder-me no sono mais profundo. Tudo era muito intenso, de tal tamanho que o peito não podia segurar. Queria paz, não havia mais paz! Queria a morte, e a vida permanecia em mim! Zumbi! tornei-me um zumbi! Um morto-vivo!
Primeira segunda-feira após essa semana fatídica. O trabalho do socorro aos suicídas teve inicío. coloquei-me em silêncio profundo, em prece entreguei-me ao trabalho. Trazia nas mãos algo que me foi entregue ainda em casa quando, através de meditação, preparava-me para seguir ao Centro. Pediram-me: Confie! Todo o tempo permaneci em desdobramento acompanhando os Espíritos socorristas, entre eles o meu Mentor fez-se presente. Coloquei-me ao lado "dela" (assistida) que naquele momento já havia sido resgatada do Vale dos Suicídas para o tratamento espiritual. O arrependimento corroia-lhe por dentro, estava desesperada, sem forças, sem voz. Neste instante, sentada ao seu lado, disse-lhe: "estou aqui ao seu lado, confie nos amigos que aqui estão para socorrê-la". Mesmo em sua demência, reconheceu-me. Não havia como dizer nada, tudo lhe era assustador, afinal, tantos anos morta estando viva, seu obsessor a segui-la impiedosamente, sem lhe dar tréguas e agora ... quem seriam aqueles anjos! Gritava desesperadamente. Permaneci ao seu lado todo o tempo, como havia-lhe prometido em outra ocasião, doando-lhe a minha energia.. No final do trabalho, encontrava-se mais tranquila, então, pediram-me os bons amigos: "doe-lhe aquilo que lhe confiamos". Abri as mãos, era amor!
Segui a semana toda bem, renovada as energias pelo bem praticado. Ela já não mais me acompanhava em casa. Aguardava no Hospital Espiritual de Maria de Nazaré. Lá, eu era uma das enfermeiras que a acompanhava. Por isso, pediram-me os amigos espirituais que fosse sempre de vestes branca., o que atendi, prontamente, até o último dia. Para ela era necessário pois passou longos meses em um hospital quando praticou o ato extremado.
Segunda semana de auxílio no socorro aos suicídas. Descuidei-me um pouco das instruções recebidas para que o trabalho trancorresse de forma positiva, sem prejuízo à minha saúde fisíca e mental (no alimentar, no descanso do corpo físico, na meditação, na vigilância, oração e estudos). De súbito, um mal-estar permeou o meu campo vibratório durante todo o dia. Ânsia de võmito, nauseas, dor de cabeça, irritação, calafrios. então, pedi socorro a um irmão da Casa que atendeu-me em uma corrente de oração. Tive uma breve melhora e pude seguir ao trabalho. Já na sala de atendimento, coloquei-me em oração e acolhimento.
Percebi os sinais dos batimentos vitais e os "bips" dos aparelhos que a mantinham viva. Desdobrei-me. O meu Mentor levou-me até a Unidade de Tratamento Intensivo, onde ela se mantinha ligada mentalmente. "Desliguem os aparelhos, eu quero morrer!". Permaneci ao seu lado era a sua enfermeira. Disse-lhe: "você já não está mais ligada aos aparelhos. Acalme-se!". Saímos juntos com a equipe médica espiritual. Então, deu-se, mais uma vez, o atendimento, agora, pela equipe socorrista dos encarnados. Não sei o que conversavam, mas sei que ela já conseguia dizer algumas palavras, mesmo ainda sem forças. O meu corpo físico repousava sob os cuidados dos auxiliares espirituais ali presentes, cercado por uma vasta luz branca. Aguns socorristas da esfera espiritual emanavam energia revigorante para que eu pudesse restabelecer-me do desgaste fisíco pela energia despendida no momento do trabalho. Tudo transcorre com uma troca energética muito uniforme. "É dando que se recebe" (oração de São Francisco).
Percebi os sinais dos batimentos vitais e os "bips" dos aparelhos que a mantinham viva. Desdobrei-me. O meu Mentor levou-me até a Unidade de Tratamento Intensivo, onde ela se mantinha ligada mentalmente. "Desliguem os aparelhos, eu quero morrer!". Permaneci ao seu lado era a sua enfermeira. Disse-lhe: "você já não está mais ligada aos aparelhos. Acalme-se!". Saímos juntos com a equipe médica espiritual. Então, deu-se, mais uma vez, o atendimento, agora, pela equipe socorrista dos encarnados. Não sei o que conversavam, mas sei que ela já conseguia dizer algumas palavras, mesmo ainda sem forças. O meu corpo físico repousava sob os cuidados dos auxiliares espirituais ali presentes, cercado por uma vasta luz branca. Aguns socorristas da esfera espiritual emanavam energia revigorante para que eu pudesse restabelecer-me do desgaste fisíco pela energia despendida no momento do trabalho. Tudo transcorre com uma troca energética muito uniforme. "É dando que se recebe" (oração de São Francisco).
D. Yvonne Pereira estava presente assistindo aos estágiários, grupo do qual me incluo. Ela é terna e paciente. Observa atentamente a tudo e a todos, trazendo à nossa atenção ao trabalho ali realizado, para que não dispersemos as nossas energias. Encerrado o trabalho, com sucesso, senti leve tontura ao levantar-me para deixar a sala.. Em casa, a dor de cabeça e mal-estar fizeram-se presentes. Meu Mentou alertou-me não tratar tão somente de influência espiritual, mas, que por ter sido invigilante, descuidando-me da alimentação e repouso necessário, o meu corpo físico reagiu. Orientou-me para que cuidasse do meu "colesterol" e "pressão arterial", estão descompensados e, não descuidar dos cuidados, de fundamental importância, para a realização do trabalho, em especial, aos suicídas. Depois de um banho frio, adormeci um sono profundo. Percebo que estivemos em outro plano avaliando o trabalho mas não me lembro do diálogo, foram apagados da minha mente ao despertar.
Pedi permissão para D. Yvonne Pereira para escrever sobre a experiência com o grupo. Ela concedeu-me a permissão, desde que, naquele momento, não o publicasse. Então, veio-me a inspiração dias depois e pude transcrever tudo o que me foi permitido. Deixou-me um recado para ser transmitido ao doutrinador: "A paciente, ora atendida pelo grupo, encontra-se presa mentalmente a um quadro fluidico, quando esteve na UTI, momento em que desejava, desesperadamente, "morrer". Hesitei um pouco antes de enviá-la a quem de direito. Somente após a leitura do Evangelho, adquiri confiança necessária para cumprir com a solicitação.
"Quardai-vos de confundir fé com presunção. A fé vem de Deus, a presunção é acreditar mais em si mesmo, sem perceber que tudo vem de Deus" (A Fé que Transporta Montanhas, cap. XIX; 4). Eu pergunto-me todas às vezes, estou sendo presunçosa acreditando no que vejo ou penso ver? Não será tudo fruto do meu inconsciente, da minha imaginação? Será fruto da minha presunção ou vaidade querer descrever o que percebo e sinto? Cada vez tenho a certeza de que só prcebo e sinto o que Deus designou-me perceber e sentir. Não é fruto da minha imaginação. Eu acredito nos Espíritos. Eu acredito que a vida não se encerra com a morte do corpo físico. Eu creio em Deus. Acredito que sou tão somente instrumento, ainda que "enferrujado", da vontade de Deus, mas, ainda preocupa-me ser alvo de espíritos inferiores, zombeteiros, que tentam fazer-me desacreditar do Espiritismo. Preocupa-me a minha imperfeição. Eu creio em tudo, só não em mim mesma por conta das minhas imperfeições morais, às quais não consegui vencer ainda. Sou humana, e como tal, sou falha, fruto da minha pouca evolução espiritual e moral. Então, faço minhas estas palavras: "Senhor, ajuda-me na minha incredulidade!".
Terceira semana do auxílio aos suicídas. Como tem acontecido todas as outras vezes, a dor de cabeça, a ânsia de võmito, o suor frio, tomaram conta de mim. Nenhum remédio, nem oração, nem mesmo o jejum fez com que passasse o mal-estar. Na sala de atendimento sentei-me na posição de meditação, em silêncio profundo, coloquei-me a orar.Segui calmamente as instruções dos amigos espirituais que ali se encontravam a serviço da Casa: "Respire calmamente, expire lentamente e solte o ar com força para fora dos pulmões, lentamente expire e inspire. Confie!". Pude observar uma pequena luz se formar como a chama de uma vela acesa que foi se expandindo e se estendendo à todos os presentes.
Deu-se inicío ao trabalho. Saímos daquela luz. Encontrava-me agora na mais profunda escuridão. Sei que meus olhos estava abertos, mas pareciam fechados tamanha a escuridão. Vultos sombrios, muitos vultos circulavam à nossa volta. Ela (assistida) dizia em desespero: "Eu vejo muitas sombras, estão por todas as partes. Elas querem me pegar!". Respondi-lhe: "não existem mais sombras, venha!". Estavamos no Vale das Sombras. Ela permanecia apavorada na sua tela mental. Foi o estrangulamento que a levou à "morte" sem estar "morta". Percebi a marca do estrangulamento em seu pescoço. Estava roxo e inchado, pendendo para o lado direito. Neste instante, uma forte dor causou-me uma sensação terrível no meu corpo físico. Uma dor muito aguda desceu pelo meu ombro direito, chegando a me encolher toda para esse lado. "Ela se enforcou!", disseram-me. Sua respiração, nesse momento, continua presa; tosse incessantemente querendo demover o ar comprimido no seu cérebro. Não nos demoramos no Vale, era preciso resguardar as minhas forças vitais.
Ao retornarmos, pediram-me que apenas lhe doasse o meu amor e a minha luz, Então, das minhas mãos sairam feixos de luz. Senti um forte calor aquecer-lhes o centro. Assim permaneci até o término do trabalho, quando, enfim, pude despertar e alongar-me. Já não sentia mais as dores que me acompanharam no inicío. Estava renovada e em paz. "Glória à Deus nas Alturas e Paz na Terra aos homens de boa-vontade". A paz de quem faz o bem. Que Assim Seja! Amém!
Luz e Amor!
"A incredulidade se diverte com esta máxima: Bem-Aventurados os pobres de Espírito, como muitas outras coisas que não se compreende. Por pobres de espírito, entretanto, Jesus não entende os tolos, mas os humildes, e diz que o Reino dos Céus é destes e não dos orgulhosos". (Bem-Aventurados os Pobres de Espírito, cap. VII, 2. O Evangelho Segundo o Espiritismo).
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"(...) Quem se faz instrutor deve valorizar o ensino aplicando-o em si próprio" (Joanna de Ângelis.