quinta-feira, 31 de maio de 2012

O Apego


Em 30-05-2012, às 08hs.

De todas as dificuldades da Humanidade, o apego é a mais difícil de se contornar. É preciso aprender a desapegar-se. O homem é apegado até mesmo aos seus sofrimentos, por isso a dificuldade em auxiliá-los na cura de todos os males. Na hora do desespero recorrem a ajuda espiritual, mas, tão logo se vêem aliviados pela intercessão dos Espíritos Benfazejos, retornam aos vícios simplesmente por apego. O desapego é um aprendizado adquirido na prática, através da disciplina, da oração e do estudo dos Ensinamentos de Jesus.

O homem apega-se aos bens materias, aos amores, à aquisição do poder, ao "status" social, aos vícios; apega-se ao corpo que lhe é morada provisória em sua breve existência terrena, esquecendo-se de que é apenas usufrutuário dos bens terrenos. Jesus ensina o desapego para a liberdade desse presídio que é o corpo físico. Então, o homem sofre por não compreender o verdadeiro sentido da vida que é o amor e a caridade. A felicidade plena não é desse mundo, é uma conquista para a vida futura, destinada a Espíritos que conseguiram vencer o apego, esquecendo-se de si por amor ao Pai que está no Céu e ao próximo. "Meu Reino não é desse mundo. No mundo tereis aflições mas tende bom ânimo. Eu venci o mundo". disse Jesus.

Na luta para se conquistar a felicidade nesse mundo, o homem imediatista, atropela o seu semelhante, conspira contra o seu próximo, engana, perjura. Em busca do poder, aniquíla-se uma população inteira. Os Ensinamentos deixados há mais de dois mil anos vão sendo aos poucos esquecidos, porque nos fala de uma vida futura, do desconhecido e, o homem teme o que não conhece. Se é bastado teme a miséria, a fome. Se é pobre teme o amanhã. Se tem fama teme o anonimato. Se está no anonimato teme a solidão. Se tem saúde teme a doença e, se doente, teme a morte. Contudo, se conhecesse a Verdade não temeria mal algum, pois, saberia que Deus não abandona as suas criaturas. O sofrimento é remédio para o Espírito, serve para despertar no homem o amor.

O medo é fruto da pouca fé. O homem acredita-se fervoroso em sua fé na bondade Divina, porém, o que trás em si, muitas vezes, é a fé em si mesmo, a presunção. Escamoteia o seu orgulho e vaidade através de uma falsa confiança em Deus, quando, na verdade, acredita-se merecedor das benesses conquistadas. Por não acreditar em um Deus que tudo provê, pouco nos doamos. Deus não é somente soberanamente bom e justo, mas misericordioso, por isso sofremos bem menos do que merecemos. O homem, na sua ignorância, julga-se bom porque esquece que aqui estamos, no mundo de "provas" e "expiações", por não termos aprendido a amar. Como bem coloca Emmanuel, "só não erramos mais por falta de oportunidade".

Amar significa resignação e abnegação. Resignar-se em amor ao Pai Celestial, e abnegar-se em amor ao próximo. Resignar-se é aceitar com humildade os desígnios do Senhor, e, abnegar-se é desapegar-se de si em favor do próximo. Essa é a máxima dos Ensinamentos de Jesus: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo". Quem prejudica ao próximo não ama a Deus.

O apego exacerbado desvia o homem de sua missão terrena, a caridade. Irmãos, aprendeis o desapego e cultivais a fé inabalável em um Deus soberanamente bom e justo. Amai-vos uns aos outros como Deus vos ensinou. Orai, a prece é o remédio que fortalece a fé. Da fé brota o amor semeado por Deus, em cada criatura, até mesmo nas mais embrutecidas pelo apego desmedido. Lembrai-vos que a medida de tudo é o bom-senso. Todo excesso é prejudicial. Até mesmo o amor sendo desregrado causa prejuízo, pois que, é sinônimo de apego. Assim Seja!

Um Espírito Amigo

Luz e Amor!



"Nossos maus instintos são decorrentes da imperfeição do nosso próprio Espírito, e não da nossa organização física. Se assim não fosse, o homem estaria isento de toda e qualquer responsabilidade. De nós depende a nossa melhoria pois todo homem que goza da plenitude de suas faculdades tem a liberdade de fazer ou não fazer qualquer coisa. Para fazer o bem só lhe falta a vontade" (cap. XV; 10 e XIX; 12).
(Preces Espíritas, cap. XXVIII; 18. O Evangelho Segundo o Espiritismo)



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"(...) Quem se faz instrutor deve valorizar o ensino aplicando-o em si próprio" (Joanna de Ângelis.