quinta-feira, 31 de maio de 2012

O sofrimento é do tamanho que o medimos


Em 30-05-2012, às 12hs.

Tenho observado em muitas reuniões doutrinárias os temas depressão e obsessão. Mas o que vem a ser depressão e obsessão? Para podermos relacionar a depressão a um processo obsessivo, faz-se necessário não confundir "tristeza" (estado momentâneo de sofrimento), com "depressão" (estado agravante de sofrimento). Tristeza não é sinônimo de depressão, logo, não é um processo obsessivo, no entanto, pode-se a partir dela, desenvolver-se um quadro obsessivo, a depressão.

A tristeza é natural e, geralmente, tem causas exteriores ao indivíduo: crise familiar, perda de entes queridos, rompimentos afetivos, crise financeira, etc.. O cansaço e a sobrecarga de emoções da vida cotidiana, causam-nos a fadiga, a queda de energia. A Alma experimenta também anseios registrados no psique. O Espírito lembra-se de quando fora livre um dia e, anseia por provar novamente dessa liberdade, entristecendo-se. Liberto do carro físico poderia rever os entes queridos, os amigos mais estimados, os amores mais sínceros. Poderia, enfim, gozar da companhia dos Bons Amigos do plano invisível. Estando livre do invólucro corpóreo, os Espíritos  são mais imprecionáveis, percebem o nosso sofrimento e, sofrem mais. Esta ansiedade, se intensificada, pode conduzir o indivíduo ao suicídio (O.E.S.E.)

"Pensamento depressivo não é depressão". A depressão não tem causa externa aparente, é orgânica e precisa cuidados: médico, psicológico e espiritual. Tem sua causa no vázio interior. A depressão, segundo estudiosos, pode se manifestar nas diversas formas: enxaquecas, alergias repentinas, stresse, mágoa, ressentimento, alcoolismo e uso de drogas. A depressão leva ao suicídio. É necessário "cuidar do corpo e do Espírito" (Allan Kardec). A depressão vem para nos despertar, é um mal que vem para o bem. Vem para curar as nossas doenças espirituais. Serve como um freio para as nossas imperfeições. De acordo com Nazareno Feitosa, em sua palestra sobre depressão e mediunidade, é "um mergulho íntimo", "auto-conhecimento". O remédio indicado para a depressão é a ação urgente. Trabalhar para manter a mente ocupada e, assim,  livrá-la dos maus pensamentos.

Chorar é da Alma humana, é necessário que se chore. As lágrimas são sentimentos cristalizados no perispírito, é preciso colocá-los para fora, externá-los para o alívio da Alma e do Espírito. Nesse instante, é importante o silêncio do pensamento, o calar-se. O silêncio é a prece mais poderosa. É quando nos comunicamos com o Plano Superior; quando nossa voz se faz ouvir pelo Altíssimo e retorna trazendo-nos o conforto: "Vinde à mim todos os cansados e aflitos e eu vos aliviarei". (Jesus). 

Porém, quando nos entregamos a essa tristeza, transformando-a em melancolia, romantismo e luto, entregamos-nos aos nossos inimigos invisíveis, contraídos em outras existências ou, até mesmo, na atual, pois existe obsessão, como nos mostra Alan Kardec, em O Livro dos Médiuns, de "encarnados para encarnados". "Vigiai e Orai". Os inimigos infelizes se aproveitam do nosso orgulho para agir contra nós. O nosso orgulho é a nossa maior imperfeição, pois é a que não confessamos à ninguém. Nas muitas vezes, não buscamos ajuda por orgulho e, tornamos-nos ainda mais infelizes. O conhecimento ajuda na cura porque a partir do conhecimento compreendemos o sofrimento.

"Os Espíritos influenciam em nossas vidas mais do que imaginamos. Influem a tal ponto, que geralmente são eles que nos dirigem” (L. E., questão 459). Nós escolhemos com os quais sintonizar. A nossa companhia pesssoal depende do nosso pensamento. Podemos sintonizar com os nossos guias, os Benfeitores, ou podemos sintonizar com os infelizes. "Diga o que pensas e eu te direi com quem andas" (dizer espírita). Segundo Dr. Ricardo Di Bernardi (Sintomas Clinicos da Mediunidade), "quando alimentamos pensamentos depressivos contribuimos para que se crie onda energética negativa. O obsessor estimula, intensifica esse pensamento, atuando na área do humor e aumenta o processo obsesssivo".

Importante é a análise do pensamento para saber a sua origem, se bom ou mau; disciplina e; oração. Não alimentar as tristezas d'Alma. A tristeza deve ser percebida como depuração para o Espírito, estamos no mundo de "provas". "Prova" é "oportunidade". É a oportunidade de expurgar os males do Espírito, melhorando-nos. Não dar vazão aos maus pensamentos, entregar-se a tristeza é afastar-se da fé em Deus, e não conceder aos Espíritos Amigos a oportunidade do auxílio benéfico. É entregar-se a um sofrimento desnecessário. A dor é involuntária, não depende da nossa vontade, porém, o sofrimento é do tamanho que o medimos. 

A depressão pode ser ajudada conhecendo-lhes as causas, que podem ser sociais, espirituais ou psicológicas. Mas, quem cura é a própria pessoa. Jesus disse: "A tua fé te curou" (O.E.S.E.). Elevai, então, o pensamento ao Senhor, pois que o pensamento elevado é prece para o Espírito e bálsamo para as suas dores. Trabalhe para o bem e obterá a cura. “Só se repara o mal por meio do bem" (L.E. questão 1000).  Precisamos aprender a transformar a depressão em ato de reflexão, buscando compreender que o sofrimento serve para despertar, em nós, o amor e a caridade. Assim Seja!

Luz e Amor!




"(...) PORQUE TUDO O QUE EXCITA EXAGERADAMENTE O SENTIMENTO DA PERSONALIDADE DESTRÓI OU, QUANDO NADA, ENFRAQUECE OS PRINCÍPIOS DA VERDADEIRA CARIDADE, QUE SÃO: A BENEVOLÊNCIA, A INDULGÊNCIA, O SACRIFÍCIO E O DEVOTAMENTO. (...) DO QUE RESULTA QUE O GRAU DE PERFEIÇÃO ESTÁ NA RAZÃO DIRETA DA EXTENSÃO DO AMOR AO PRÓXIMO. (...) "SEDE LOGO PERFEITOS, COMO TAMBÉM VOSSO PAI CELESTIAL É PERFEITO". (Sede Perfeitos, cap. XVII; 2. O Evangelho Segundo o Espiritismo)


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"(...) Quem se faz instrutor deve valorizar o ensino aplicando-o em si próprio" (Joanna de Ângelis.