domingo, 25 de novembro de 2012

Valores Morais



Em 14-11-2012, às 8hs e 30mint.

Voltando-me a mim mesma, perguntei-me: "será que realmente eu fiz tudo o que podia para viver bem com a minha família?". E você? Tem certeza de que tudo fez para viver em comunhão com a sua? E com o seu semelhante, independente dos laços de sangue?

Se tivessemos feito todo o possível para viver em comunhão com o próximo, não mais estariamos reunidos neste mundo de provas e expiações. Plano onde hoje vivemos nossa  existência terrena, como oportunidade do resgate das nossas dívidas pretéritas e atuais. Logo, não somos suficientemente bons para afirmarmos "eu fiz tudo o que podia". E o que eu devia? Tem certeza de que já fez tudo o que devia? Se não me esforço o bastante para fazer todo o bem que eu devo, sigo na vida como devedor. Contudo, nem sempre é possível fazer tudo o que se deve, mas, fazer tudo o que se pode fazer é um dever. 

O dever é um princípio moral. "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convém. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma". (1 Coríntios 6; 12). O nosso orgulho e egoísmo sobrepõe-se aos nossos valores morais. Se buscassemos sempre viver sobre a égide do dever moral seriamos seres perfeitos: "Sede Perfeitos" (Jesus). "Valores são princípios revestidos de sentimentos afetivos". São esses princípios que devem reger o nosso agir. O dever moral é o modo como devo agir. É uma obrigação para com o outro e para consigo, com a família universal. A família não é somente um grupo focal, unida pelo sangue, mas espiritual, pois somos todos filhos de um mesmo Pai, aquele que está no céu, na terra, no ar, no oceano, nas criaturas, em tudo o que há no Universo. "Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas" (L.E., cap. I). Os nossos pais são nossos irmãos.

Então, por que muitas vezes deixamos de seguir esses princípios? 

"Na ordem dos sentimentos, o dever é muito dfícil de ser cumprido, porque se encontra em antagonismo com as seduções do interesse e do coração" (E.S.E., CAP. XVII; 7). O valor imprime perdas e ganhos. Por que seguir valores quando se sabe ter perdas concretas? "Porque o dever do coração, fielmente observado, eleva o homem". Muitas vezes, o homem tem a consciência do dever moral, porém, falta-lhe uma formação de valores. Sabe o que deve ser feito, contudo, não possui afetividade. Nesse caso, dois sentimentos distintos podem tomar-lhe a consciência: o reconhecimento da culpa ("foi mal"), própria do homem de bem, ou, a alegria da "esperteza" ("me dei bem"), dos orgulhosos e egoístas. Não basta apenas conhecimento, este deve está sempre envolvido por sentimentos de afeto. O conhecimento por si só não faz um homem de bem. "O homem deve amar o dever, não porque ele o preserve dos males da vida, aos quais a humanidade não pode subtrair-se, mas porque ele transmite à  alma o vigor necessário ao seu desenvolvimento" (E.S.E, idem).

Quando escolhemos a família e o círculo de relações, com os quais queremos habitar esse mundo, é para desenvolver a afetividade. Se habitamos numa família cheia de conflitos existenciais é porque ainda não fizemos tudo o que deveriamos ter feito. A humanidade, contudo, já está se convertendo no amor, apesar da mídia não publicar. A religião divulga isso, hoje existe mais gestos de amor e fraternidade entre as pessoas. Conhecendo os Ensinamentos do Evangelho de Jesus, pude compreender que muito devo aos meus semelhantes. Todos gostariamos de se dizer vítimas. Neste plano, porém, não há vítimas, todos aqui estamos porque somos ou fomos algozes dos nossos devedores. Todos aqui estamos porque não somos bons. "Só não somos piores por falta de oportunidade" (Emmanuel).

 "As doenças físicas são de causas morais" (Allan Kardec). O ressentimento, mágoa que guardamos em nós, destrói o perispírito. O ódio nos corrói por dentro e reflete no nosso corpo físico. A Terra é um grande hospital-escola onde estamos em recuperação física e moral. Não existe castigo em Deus, existe aprendizado espiritual, educação. Senão, onde estaria a sua bondade e justiça soberana? Estamos aqui tão somente para evoluir. E, para crescer espiritualmente só há duas vias de acesso: informação e sofrimento. Quem escolhe o caminho a seguir somos cada um de nós, pelo livre-arbítrio. "A igualdade em relação a dor é uma sublime previsão de Deus, que quer que seus filhos, instruídos pela experiência comum, não cometam o mal desculpando-se com a ignorância dos seus efeitos" (E.S.E., Cap.XVII; 7). 

O conhecimento revestido de bons sentimentos eleva a alma. "Amai-vos, este é o primeiro ensinamento; Instrui-vos, este é o segundo" (E.S.E., cap. VI; 5). Que Assim Seja!

Luz e Amor!




"A obrigação moral da criatura para com Deus jamais cessa, porque ela deve refletir as virtudes do Eterno, que não aceita um esboço imperfeito, mas deseja que a grandeza da sua obra resplandeça aos seus olhos" (Sede Perfeitos, cap. XVII; 7. O Evangelho Segundo o Espiritismo).


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"(...) Quem se faz instrutor deve valorizar o ensino aplicando-o em si próprio" (Joanna de Ângelis.