quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

RENOVAR-SE



Em 31/12/2014; às 14:00 hs.

Estive conversando com Deus, buscando compreender o que estou sentindo nestes últimos tempos, a minha inquietação. Não me sinto ingrata ou de pouca fé. Ao contrário, estou tão cheia de esperança, acredito tanto na misericórdia Divina, que mesmo antes de fazer a cirurgia de reconstrução da face, eu já me percebia curada. Então, porque esta ansiedade? Esta inquietude? Parece que não estou cabendo em mim. Eu sei que algo mudou profundamente aqui dentro, mas, eu não consigo identificar o quê. Sinto-me como uma borboleta pronta para deixar o casulo. Parece que sofri uma metamorfose, e que preciso fechar esse ciclo da minha existência para poder renascer, enfim.

Tenho adotado a prática do Evangelho no Lar, todos os dias. Este diálogo com Jesus tem me feito muito bem. Até minha cadelinha, um Labrador, preto, tem participado assiduamente dos estudos. Deita-se próxima à mesa, e lá permanece até terminar. Esta prática tem me feito muito bem, tenho pensado na minha existência de uma maneira mais pueril e mais afável. É maravilhoso sentir a presença de Jesus, todos os dias.

Confesso que muitas coisas eu não gostaria de ter vivido, ou teria feito diferente do que fiz, se tivesse o pouco do conhecimento que hoje tenho. Muitas vezes erramos, não por maldade, mas, por ignorância ou falta de orientação. 

"Como poderei entender se alguém não me ensinar?", li esta frase no Novo Testamento (Atos 8; 31), uma passagem de Felipe e o homem eunuco. Daí compreendi a necessidade de levar o Evangelho a quem não conhece. Como alguém pode aceitar a Jesus, e os seus ensinamentos, se não os compreendem, ou, interpretam de forma equivocada? Como ensina Jesus, "Não julgueis para não sedes julgados".

Comumente, condenamos nos outros o que perdoamos em nós, especialmente a ignorância, a falta de conhecimento. Se erramos, justificamo-nos por não conhecer. Mas quando é o outro quem erra, somos implacáveis no julgamento. Não buscamos nem ao menos entender o motivo que o levou ao erro. Na maioria das vezes, não só julgamos, como condenamos e sentenciamos da forma mais cruel. É preciso ter conhecimento para poder discernir entre o certo e o errado. Ter consciência é ter conhecimento. Deus dotou o homem de inteligência para que ele buscasse se instruir e evoluir moralmente. 

Allan Kardec, no Livro dos Espíritos, questão 630, pergunta aos Benfeitores Espirituais: "_ Como se pode distinguir o bem e o mal?". Os Espíritos respondem-lhe: "_ O bem é tudo aquilo que está conforme a Lei de Deus, e o mal tudo aquilo que dela se afasta. Assim, fazer o bem é se conformar com a Lei de Deus, e fazer o mal é infringir essa Lei". 

Na questão 621, os Espíritos Benfeitores esclarecem à Kardec que a Lei de Deus está escrita na consciência do homem. Então, porque a necessidade de a revelar, já que o homem a carrega na consciência? Por que ter que ensinar? Os Benfeitores respondem: "_ Ele esquecera e menospreza: Deus quis que ela fosse lembrada" (L.E., questão 621).

Daí a necessidade da reencarnação. Nós reencarnamos para aprender a amar, porque esquecemos o que é o amor. Se não tivéssemos esquecido, não necessitaria os dez mandamentos deixados por Deus, à Moisés, e nem a vinda do Cristo Jesus para nos esclarecer a sua Lei, e não precisaria da comunicação dos Espíritos se houvéssemos compreendido o maior de todos os mandamentos, e que resume todos os demais: "Amai-vos uns aos outros". Quando o homem aprender a amar, incondicionalmente, o mundo será o mundo dos Espíritos Puros, e não mais o mundo de provas e expiações.

Deus criou todos os homens iguais para a dor, a fim de que cada um pese judiciosamente o mal que pode fazer. Não existe o mesmo critério para o bem, que é infinitamente mais variado nas suas expressões. A igualdade em relação à dor é uma sublime previsão de Deus, que quer que seus filhos, instruídos pela experiência comum, não cometam o mal desculpando-se com a ignorância dos seus efeitos (E.S.E., cap. XVII; 7). Todos passamos pelas mesmas experiências na Terra, para que aprendamos uns com o outro. Na Terra não há nem superior, nem inferior. Aquele que hoje serve, poderá ser servido amanhã, ou, já o foi em uma outra existência (E.S.E.). Todos, bons e maus, somos partes na construção de um mundo feliz.

Allan Kardec questiona: "_Os Espíritos que exercem uma ação sobre os fenômenos da Natureza agem com conhecimento de causa, em virtude do seu livre-arbítrio ou por um impulso instintivo ou irrefletido?". Os Benfeitores Espirituais respondem: "_ Alguns sim, outros não (...)". Todos somos instrumentos de Deus para transformação do globo, e cumprimos um papel dentro das providências divinas, ainda que sem perceber (L.E., questão 540).

Os Espíritos esclarecem que todos somos úteis, mesmo os Espíritos mais atrasados são úteis ao conjunto. "(...) Enquanto ensaiam para a vida e antes de terem a plena consciência dos seus atos e seu livre-arbítrio, agem sobre certos fenômenos dos quais são agentes inconscientes; eles executam primeiro; mais tarde, quando sua inteligência estiver mais desenvolvida, comandarão e dirigirão as coisas do mundo material. Mais tarde, ainda poderão dirigir as coisas do mundo moral. É assim que tudo serve, tudo se coordena na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo que, ele mesmo, começou pelo átomo" (L.E., questão 540).

Como saber se estou fazendo o bem?

Kardec questiona aos Benfeitores Espirituais: "_ O homem, que está sujeito a erros, não pode se enganar na apreciação do bem e do mal, e crer que faz o bem quando, na realidade, faz o mal? Eis o que lhe respondem os Benfeitores: "_ Jesus vos disse: vede o que quereríeis que se fizesse ou não se fizesse para vós: tudo está nisso. Não vos enganareis" (KARDEC, L.E., questão 632). Tudo aquilo que não desejaria para mim, não devo desejar para o meu semelhante, isso dá a certeza de que estou no caminho do bem. Ninguém pode me fazer mal a não ser eu mesmo, pois todo o mal que pode me atingir é o mal que faço ao outro. É a Lei de Causa e Efeito, a lei que rege o Universo.

Então, o que mudou em mim?

Eu percebi que habita em mim, uma força superior que me impulsiona a seguir em frente. Percebi que a fé em Deus está em acreditar nesta força interior, que todo ser humano possuí, que é a própria essência Divina, da qual fomos criados. Deus não abandona as suas criaturas, somos nós quem nos afastamos do seu amor e, assim, criamos os nossos sofrimentos. É essa crença em Deus que nos lança para este mundo que tanto buscamos, e nos permite realizar. Ninguém é suficientemente forte para suportar as vicissitudes da vida, se não se permite esse encontro com o Deus interior, que habita em si mesmo.

Toda transformação nasce de dentro para fora, apenas não percebemos porque só olhamos para o que existe fora de nós. A transformação externa é o reflexo das nossas mudanças internas, e essas mudanças não acontecem de uma hora para outra, é resultado de uma sucessão de escolhas que fazemos ao longo de nossa existência e que vão delineando o nosso comportamento, tornando-nos maduros (evoluídos). A maturidade não está em tomar as decisões certas, mas, em saber lidar com as decisões tomadas, é tomar responsabilidades sobre as nossas escolhas. Não há certo ou errado, há o necessário para o nosso aperfeiçoamento moral. Até o nosso livre arbítrio está circunscrito pela vontade soberana de Deus, a qual costumamos denominar de "acaso", porque foge à nossa compreensão.

Todavia, estamos sempre muito desejosos de que o Ano mude, o Mundo mude, as Pessoas mudem, a Vida mude, e esquecemos que somos Nós o foco dessas mudanças. O que nos inquieta é querer mover o mundo sem nos mover no sentido desta mudança, sem nos colocarmos como parte integrante desse movimento. O Universo está todo em harmonia, somente o homem se perde do eixo porque quer mudar o sentido da vida. Não compreende que o verdadeiro sentido da vida está em si mesmo, em olhar para si mesmo, em se descobrir. O ano não pode ser novo se não renovo as minhas ações, minhas atitudes diante do Universo, não mudo o meu olhar sobre mim mesmo.

A vida é movimento íntimo, por isso interior.

Se deseja um Mundo melhor, melhore o seu Mundo Interior, como dizia o filósofo da antiguidade: "Conhece-te a ti mesmo"; 

Se deseja um Mundo de Amor, não se intimide, Ouse no Bem;

Se deseja um Mundo de Paz, Cultive a Paz que é Você;

Se deseja um Mundo de Prosperidade, tenha bom ânimo, Trabalhe pela Humanidade;

Se deseja um Ano Novo diferente, faça a Diferença;

Se deseja o Mundo Feliz, Renove-se!

FELIZ HOMEM NOVO!

Luz e Amor!


"Deus, tenha misericórdia de nós e nos abençoe; e faça resplandecer o teu rosto sobre nós. Para que se conheça na terra o teu caminho, e entre todas as nações a tua salvação. Louvem-te a ti, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos. Alegrem-se e regozijem-se as nações, pois julgarás os povos com equidade, e governarás as nações sobre a terra. Louvem-te a ti, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos. Então a terra dará o seu fruto; e Deus, o nosso Deus, nos abençoará. Deus nos abençoará e todas as extremidades da terra o temerão". (SALMO 67).













segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

NATAL: A VIDA COM CRISTO


Em 22/12/2014; às 13 hs. e 20 min.


Natal, época de luz. 

Em quase todo canto do mundo, comemora-se o Natal. Milhares de luzes são acesas, iluminando a imaginação de adultos e crianças, casas são enfeitadas com belas árvores de Natal, presépios são montados para celebrar o nascimento do Messias. O Mundo vibra em uníssono comemorando a chegada do Espírito de Natal. Mas, .... o que é o Espírito de Natal?

Para muitos, o Natal é tempo de estar em família, de dar e receber presentes, de renovar o guarda-roupa, de encher a mesa de deliciosas guloseimas, fartar-se de apetitosas "aves natalinas", embriagar-se de vinhos e champanhes, gastar o décimo terceiro salário, endividar-se e fazer planos para  no Ano Novo conseguir saldar essas dividas.  Mas, .... é Natal! É um único dia no Ano! Por quê não?

Muitas pessoas nem mesmo sabem o significado de Natal, e choram porque "não vão ter Natal". E por quê não vão ter Natal, se Natal é apenas mais um dia? Não irão poder comprar roupas, não poderão se fartar de guloseimas e aves natalinas, não poderão colocar um enfeite novo na árvore de Natal, não poderão comprar presentes, não terão com quem compartilhar alegrias. Sim, muitas pessoas sentem-se só no Natal e entram em depressão. Mas, ...o que é o Natal?

Quantos não têm o que comer durante o ano inteiro, e não só no Natal? Quantos não têm um trapo para lhe cobrir a vergonha? Quantos, se quer, têm um lar? Uma casa? Então, para estes não existe o Natal? 

Poucos ainda compreendem que o Natal é muito maior do que tudo o que se apresenta. 

Natal significa nascimento. É o dia em que se celebra o nascimento de Jesus Cristo. É o dia em que Deus nos deu o  maior presente, a vida de seu Filho, para que tenhamos vida eterna. Jesus veio ao Mundo para que tenhamos vida em abundância. Assim, o Natal não deveria ser apenas um dia, e, sim, comemorado todos os dias. 

Nós espíritas aprendemos a importância do dia como um presente de Deus, para a renovação das nossas tarefas, no sentido de nos melhorarmos, evoluirmos dia a dia. Quando finda um ciclo, comemora-se festivamente as realizações conquistadas, No plano Espiritual, segundo os Benfeitores, não é diferente, comemora-se a transição de um ciclo para o outro. O Natal é a preparação para essa transição de ciclo. Esta preparação, assim como em tudo, acontece antes no plano Espiritual. 

Apesar de Jesus não ter nascido em Dezembro, segundo pesquisadores, e o capitalismo incentivar o alto consumismo, a confraternização, as encenações do nascimento de Jesus, as canções natalinas, as preces, são esforços em evangelizar, e os Espíritos Benfeitores alegram-se com isso. Esse esforço de evangelizar as pessoas também ocorre no plano Espiritual. A Espiritualidade Maior aproveita dessa comemoração para nos ajudar a evoluir. O Natal trás esse sentimento de fraternidade e de alegria. As pessoas estão mais sensíveis, mais fraternas, logo, mais acessíveis, e os Bons Espíritos aproveitam todos os momentos para nos auxiliar. Essa mudança de vibração no Natal entra em consonância com o Universo, e contribui para a transformação da Humanidade. 

Segundo Divaldo Franco, os Benfeitores Espirituais aproveitam desses bons momentos para nos levar, em desdobramento, durante o sono, a conhecer as tarefas programadas antes da reencarnação, que deixamos de realizar, para que possamos nos reprogramar. É somente através da Evolução Espiritual que se pode libertar das superstições. As superstições levam às crenças, e nas crenças há um descarga energética que altera o sistema nervoso central e endócrino, causando prejuízo ao organismo. A auto-sugestão contribui para o bem estar.

Acreditar que a felicidade está no bolso cheio de dinheiro, ou, na saúde pra dar e vender, e que só há Natal se houver roupas novas, é se afastar de Jesus, o significado maior do Natal. O essencial da vida não é ter roupas, mas ter brilho interior que ilumina por onde passa. A felicidade está em fazer o bem. Quando nos deixamos tocar por Jesus, tudo se transforma, pois, Jesus é energia regeneradora. 

A vida é uma eterna renovação. Devemos a Jesus a oportunidade de nascer e renascer para aprimorar a nossa própria existência. Sempre podemos melhorar nossa vida, só nos acontece aquilo que pode melhorar nossa vida. 

Para construir um Ano Novo é preciso estar de mente aberta e coração em paz para receber tudo o que o Universo nos enviar. Nós nos fechamos em nossas próprias perspectivas e não damos espaço para que as coisas se realizem dentro dos propósitos de Deus. Então, nos antecipamos aos acontecimentos, causando angustias e sofrimentos desnecessários para a nossa existência. É preciso, pois, reprogramar a vida e observar o que é mais relevante, ainda perdemos muito tempo e gastamos muita energia em coisas sem importância.

O mal não merece consideração, não o alimente. Tudo o que deixamos de alimentar morre. Para que alimentar mágoas, ressentimentos, maus sentimentos? Vamos cultivar o amor, mudando nossa forma de interagir com a vida, com o outro e consigo mesmo, alimentando somente o bem. "Não é o amor que sustenta os relacionamentos, mas é a forma de se relacionar que sustenta o amor".

Nem sempre as coisas virão como desejamos, mas, da maneira que precisamos que seja, para aprendermos alguma lição. Se as coisas não se realizarem da forma como esperamos, saibamos aceitá-las de bom coração, porque foi exatamente como Deus desejou que fosse para o nosso bem. Se apresentou tal dificuldade, é porque nesta dificuldade está a necessidade de perseverar. Se demorou de acontecer é para trabalhar a nossa paciência e fé. Se não aconteceu é porque não era necessária para a nossa vida. Em tudo devemos dar graças ao Senhor e nos alegrarmos no Senhor.

Mesmo não havendo registro da data de nascimento de Jesus, que segundo estudiosos, foi concebido em Dezembro e nascido em Setembro, através da Doutrina Espírita, podemos considerar a existência do Espírito desde a sua concepção. A encarnação se dá na fecundação, como explica André Luis, e não no nascimento. A reencarnação de Jesus, possivelmente, se deu em Dezembro, assim sendo, é louvável que se comemore o Natal, como sendo o nascimento de Jesus, em Dezembro.

Independente de ser uma festa pagã e não religiosa, como se acredita, ainda é um instrumento de Evangelização, de aproximação de Deus, pois que desperta no homem o sentimento de confraternização Universal. Mesmo que alguns Espíritos, menos evoluídos, deixem-se levar pela técnica de mercado e confundam a figura de Papai Noel, que nada tem de representatividade com a suavidade e doçura de Jesus, com o Espírito do Natal, o mais importante do Natal é celebrarmos a vida com Cristo. É nos permitir essa reflexão sobre a vida a partir de Jesus Cristo.

FELIZ NATAL E MUITA PAZ NO ANO QUE SE APROXIMA!

Luz e Amor!


"Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim para destruí-los, mas para dar-lhes cumprimento. Porque em verdade vos digo que o céu e a terra não passarão, até que se cumpra tudo quanto está na lei, até o último jota e o último ponto". (Mateus, V; 17-18).

(Não Vim Destruir a Lei, cap. I; 1. O Evangelho Segundo o Espiritismo)





domingo, 2 de novembro de 2014

LUTO


Em 01/11/2014; às 09 hs.

Não há expressão mais verdadeira do que esta: “só damos valor depois que perdemos”. Por sermos seres ainda tão ingratos fruto do orgulho e vaidade que habita em nós, levamos muito tempo para dar o devido valor ao que de fato tem valor na vida, a própria vida, e, muitas vezes, quando damo-nos conta, já não há mais tempo. Apegados às coisas tão pequenas, as faltas alheias, aos defeitos, as imperfeições, e acreditando-se superior por conta da soberba e arrogância próprias da imperfeição humana, deixamos de enxergar a flor que brota do terreno árido.

Então, quando percebemos que já não há mais tempo, nasce o desconsolo da alma, o desespero de nada mais poder fazer. Perda significa esta privação de nada poder fazer. A pessoa sente esta privação como a pior dor do mundo – o luto. O luto é o sentimento de tristeza profunda pela perda. A dor nos desequilibra. No luto, como diz Freud, “é o mundo que se torna pobre e vazio; na depressão é o próprio eu”. A dor da perda não pode ser avaliada. É preciso antes se perder na dor, para depois poder se encontrar novamente no amor. “A dor é o polimento da alma”.

O luto é uma emoção iminente ao ser humano quando ele perde alguém, ou seja, assim que uma ruptura o distancia do ente querido através da morte. Desta carência nasce um sentimento profundo de tristeza ou compaixão, a qual se manifesta de natureza positiva ou negativa, de mínima ou de maior intensidade.

O luto não se restringe somente a morte, ele está presente também em outras privações, na separação conjugal, divórcio; na perda de um emprego, promoção; na aposentadoria, a aposentadoria trás para muitos o sentimento de morte; um fato da vida como mudar de cidade e deixar os amigos. Muitos fatores trazem esse pesar.

Diante do luto, alguns se perguntam incrédulos: “_ por que isso aconteceu?”. Outros procuram manter a pessoa amada, passando a ver e ouviu a sua voz, uma forma de negação. Alguns desenvolvem sentimentos de culpa: “_ por que eu não evitei isso?”. Inicia-se um processo de sofrimento e desorganização que pode levar a depressão.

Tentar negar ou evitar esse sentimento pode acarretar danos maiores futuro. “A dor se torna suportável quando acreditamos que ela terá um fim e não quando fingimos que ela não existe” (Allá Bozarth-Campbell). O processo considerado “patológico” pelos especialistas tem duas reações opostas: fica-se preso ao luto (por exemplo: a mãe que continua arrumando o quarto do filho), ou, nem se quer entra nele (ficar indiferente, não chorar, agir como se nada tivesse acontecido), neste caso, a dor fica guardada em algum lugar e, um dia, ela se manifesta.

O vazio da morte existe porque não pensamos na morte como parte do corpo. A morte não está separada do corpo. Esse distanciamento da morte faz parecer que nada mais existe depois do corpo, que não existe vida após a vida, só o vazio deixado pela pessoa querida, que leva consigo parte do nosso sentimento. Assim, quando a morte acontece nos amedronta, nos machuca a ponto de perdermos o sentido da vida, “a ponto da morte do outro nos matar”.

Jesus, com o Cristianismo, trás uma nova proposta que oferece um novo sentido a vida, mudando a estrutura do pensamento, centrado no amor. O ensinamento do Evangelho se resume no amor. “O amor é a síntese da sabedoria universal”. Jesus voltou para nos mostrar à imortalidade da alma. A morte não é aniquilamento, a morte é a revelação da vida.

O homem compõe-se de corpo e Espírito: o Espírito é o ser principal, racional, inteligente; o corpo é o invólucro material que reveste o Espírito temporariamente. Existem, portanto, dois mundos: o corporal, composto de Espíritos encarnados; e o espiritual, formado dos Espíritos desencarnados.

O Espírito é a alma das pessoas que viveram na Terra. Depois da morte prosseguem exatamente iguais, não se transformam nem em anjos, nem em demônios. Sobre o retorno da vida corpórea à vida espiritual, Kardec pergunta aos Benfeitores Espirituais: “_ Em que se torna a alma no instante da morte?”. Respondem-lhe os Espíritos: “_ Volta a ser Espírito, quer dizer, retorna ao mundo dos Espíritos, que deixou momentaneamente” (L. E. questão 149). A morte não interrompe o ciclo da afetividade daqueles que verdadeiramente se amam, eles voltam para nos mostrar isso.

O Espiritismo trás a consolação na Lei de causa e efeito, mostrando que nada acontece por acaso, mas que em todo efeito há uma causa. O temor da morte é um efeito da sabedoria da Providência e uma conseqüência do instinto de conservação. À medida que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui. O apego as coisas terrenas também é uma das causas do medo da morte, lastima-se por elas a perda dos gozos terrenos, como se não houvesse maiores gozos de uma vida futura. As cerimônias fúnebres também contribuem para essa visão de que nada mais existe além-túmulo, provocando mais terror do que trazendo esperança, reforça a destruição do corpo e pouco contempla a sublimação do Espírito.

Allan Kardec pergunta aos Benfeitores, Livro dos Espíritos, questão 961: “_ No momento da morte, qual é o sentimento que domina a maioria dos homens: a dúvida, o medo ou a esperança?”.  No que eles respondem: “_ A dúvida para os céticos endurecidos, o medo para os culpados e a esperança para os homens de bem” (L. E., 962).

Segundo os Amigos Benfeitores, “morrer não dói”. Na questão 154, L. E., os Benfeitores revelam a Kardec que “o corpo sofre, frequentemente, mais durante a vida que no momento da morte; neste a alma não toma parte. Na morte natural, que chega por esgotamento dos órgãos, em conseqüência da idade, o homem deixa a vida sem o perceber; é uma lâmpada que se apaga por falta de alimentação”.

A lágrima que cai no instante da morte (a última lágrima) é de causa física. A ciência explica que os esfíncteres alargam e a lágrima cai. O Espírito mais evoluído, que compreende que a morte não é o fim, alegra-se em livrar-se do invólucro corpóreo que o prendia ao mundo terreno e sente-se feliz por novamente gozar da liberdade. Alguns Espíritos, ainda com a perturbação da morte, assistem ao sepultamento do seu próprio corpo, agradecendo-lhe a morada. “Na morte, o Espírito sai da escravidão; no nascimento, entra nela” (L. E. questão 339).

Quando alguém querido morrer, não lamente a sua partida. Agradeça a sua existência na Terra. Reviva os momentos felizes e eles o alcançarão em pensamento e vibrações. Ore por ele, interceda por ele, e quando chegar o momento da partida irá se encontrar com ele. Os Espíritos ficam sensibilizados ao lembrarem-se deles os que amaram na Terra. Se felizes, aumenta-lhes a felicidade; se infelizes, será para eles um alívio.

A prece não pode ter o efeito de mudar os desígnios de Deus, mas a alma pela qual se ora experimenta alívio, porque é um testemunho de interesse que lhe dá, e o infeliz é sempre aliviado quando encontra almas caridosas que se compadecem de suas dores. Cristo disse aos homens: ”Amai-vos uns aos outros”. Essa recomendação encerra a de empregar todos os meios possíveis de seu testemunho de afeição, sem entrar com isso em nenhum detalhe sobre a maneira de alcançar esse objetivo (KARDEC, Livro dos Espíritos, questão 664-665).

O dia da comemoração dos mortos é mais especial para os que ficaram, e querem manifestar que se pensa no Espírito ausente. O túmulo representa apenas a imagem. Os Espíritos ali comparecem pelo apelo do pensamento dos amigos ali presentes, o que faria em qualquer outro dia, e não pela multidão indiferente. É a prece que santifica o ato de lembrar; pouco importa o lugar, se ela é ditada pelo coração (L. E. questões 320-323).

Conforme Allan Kardec apresenta no capítulo II, Penas, Gozos Futuros, “Crer em Deus sem admitir a vida futura seria um contra-senso. O sentimento de uma existência melhor está no foro íntimo de todos os homens. Deus não o colocou aí em vão. A vida futura implica a conservação de nossa individualidade depois da morte. Que nos importaria, com efeito, sobreviver ao nosso corpo se nossa essência moral deveria se perder no oceano do infinito? As conseqüências para nós seriam as mesmas que o nada” (L. E. questão 959).

A completa felicidade prende-se a perfeição, isto é, a purificação do Espírito. Em virtude da lei do progresso que dá a toda alma a possibilidade de adquirir o bem que lhe falta, como de despojar-se do que tem de mau, conforme o esforço e vontade próprios têm que o futuro é aberto a todas as criaturas. O bem e o mal que fazemos decorrem das qualidades que possuímos. Dependendo o sofrimento da imperfeição, como o gozo da perfeição, a alma traz consigo o próprio castigo ou prêmio, onde quer que se encontre, sem necessidade de lugar circunscrito (KARDEC, O Céu e o Inferno, cap. IV).

A vida nem sempre nos dá uma segunda chance. Então, ame, ame muito! Faça ao outro tudo o que gostaria que se fizesse por você, como ensinou o nosso Mestre Maior, Jesus Cristo, assim saberá que está fazendo o bem. Abrace aquela pessoa a quem você ama e diga-lhe o quanto ela é importante, não importa as ofensas. Se avaliar a própria consciência verá que tem parte nisso. E se não tiver, o que importa? Um motivo a mais para perdoar! O que importa estar certo? O melhor é ser e fazer feliz. Ame e viva intensamente esse amor, no final, é tudo o que vai lhe restar. Valorize essa oportunidade que a vida lhe dá de caminhar juntos, talvez seja esta a última experiência de viver como companheiros, como pais ou filhos, como irmãos ou amigos, não a desperdice com frivolidades. Como diz a letra da canção: “Ame como senão houvesse amanhã”, porque amar faz toda diferença! 

Que Assim Seja!

Luz e Amor!

“Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, credes também em mim. Há muitas moradas na casa de meu pai. Se assim não fosse, eu vo-lo teria dito; pois vou preparar-vos o lugar. E depois que eu me for, e vos aparelhar o lugar, virei outra vez e tomar-vos-ei para mim, para que lá onde estiver, estejais vós também” (João, XIV; 1-3).
(Há muitas moradas na casa de meu Pai, cap.  III; 1. O Evangelho Segundo o Espiritismo)





terça-feira, 21 de outubro de 2014

CHORAR FAZ BEM, SORRIR FAZ UM BEM MAIOR AINDA

                                     


Em 20/10/2014; às 20 hs e 30 min.

A vida quase sempre nos mostra situações em que a emoção fala mais alto do que qualquer palavra que possa expressar os nossos sentimentos. A lágrima e o sorriso são as mais puras expressões da alma. Através delas podemos demonstrar nossas mais profundas e incontestáveis emoções. A dor, a alegria, a saudade, a tristeza, a raiva, a ingratidão, o chegar, o partir, o abandono. A emoção é o degrau que pode fazer subir ao Céu ou descer ao Inferno da nossa existência. O Céu não está em cima das nuvens, junto com as estrelas, como alguns supõem, nem o inferno se coloca abaixo de nossos pés. O Céu e o Inferno coexistem em um mesmo espaço, na consciência de cada ser. Cada um carrega o seu próprio inferno e paraíso astral (L.E., questão 1011).

"Cada criatura constrói na própria mente e no próprio coração o paraíso que a erguerá ao nível sublime da perfeita alegria, ou o inferno que a rebaixará aos mais escuros antros de sofrimento" (Emmanuel). 

As dores, os sofrimentos são como as tempestades, passam. É preciso lembrar que Jesus está no comando e pede-nos: "Não temas as coisas de meu Pai". A felicidade, ainda que relativa, e o sofrimento são resultados das nossas escolhas atuais ou pretéritas. Jesus também chorou, muitas vezes, de tristeza, vendo a humanidade se desinteressar pela verdade, e recolheu-se em oração.

Chorar faz bem. A intensidade da lágrima é proporcional a emoção do momento e lava-nos a alma. Não tem contra-indicação chorar, é necessário enfrentar a situação. Há os que concordam que chorar é sinal de força, de ter coragem de viver aquela emoção. O confronto com as próprias emoções ajuda na transformação. Chorar é a "dor do crescimento". Não devemos, com isso, alimentar a tristeza, mas procurar compreendê-la, e isso só é possível se a deixamos fluir em nosso ser para que dê lugar a reflexão. Assim, a tristeza é percebida como algo saudável, pois que serve para o despertar e a valorização da condição moral e espiritual. Essa inquietação já representa emancipação da alma.

A lágrima não expressa somente tristeza ou dor. Chora-se de alegria diante do nascimento de uma criança, do enlace conjugal, quando se conquista algo tão almejado. Chora-se diante da beleza da natureza, quando observa-se a grandeza de Deus em tudo o que existe, quando silenciamos e entramos em contato profundo com o nosso Anjo Protetor, e, então, somos tomados de emoção. A lágrima, seja de dor, de tristeza ou de alegria, serve para nos lembrar que somos todo emoção. A emoção é um movimento que nos leva a uma reforma íntima. É o abalo moral que nos faz pensar sobre o que verdadeiramente somos. A emoção é para que se mova, e não para que se fique parado, contido nela.

Cientificamente, chorar faz bem para a saúde orgânica. Segundo pesquisadores, a lágrima tem um componente químico que produz efeito analgésico, e um outro componente que produz bem-estar e alívio semelhante a morfina, a leucina encefalina, produzida pelo encéfalo. Quem chora tem menos propensão aos problemas cardíacos, porque libera o ar que compromete a artéria do coração. Estudos comprovam que chorar limpa os olhos (glândula lacrimal), ajudando a melhorar a visão. Constatou-se, também, que chorar diminui o índice de Manganês no organismo. A diminuição do Manganês no organismo trás sensação de alívio e bem-estar. 

Se chorar faz bem, sorrir faz um bem maior ainda. Sorrir, e não gargalhar de tudo e de todos, fazendo pouco caso das situações, como expressão de sarcasmo. Sorrir como sinal de fé e esperança. A fé é o melhor remédio para as dores da alma (E.S.O.). Sorrir é caridade, doando-se amor àqueles que sofrem e choram. Sorrir com o coração aberto, transbordando a luz que é você. Sorrir é tão sublime, que para descrever com maior precisão a beleza e os benefícios que trás o sorriso, transcrevo de Meimei, Sorriso, psicografia de Francisco Cândido Xavier: 

SORRISO

"Onde estiveres, seja onde for, não olvides estender o sorriso, por oferta sublime da própria alma. 
Ele é o agente que neutraliza o poder do mal e a oração inarticulada, que inibe a extensão das trevas. 
Com ele, apagarás a plantação o fogo da cólera, cerrando a porta ao incêndio da crueldade. 
Por ele, estenderás a plantação da esperança, soerguendo almas caídas na sombra, para que retornem à luz. 
Em casa, é a benção da paz, na lareira da confiança. 
No trabalho, é música silenciosa incentivando a cooperação. 
No mundo, é chamamento de simpatia. 
Sorri para a dificuldade e a dificuldade transformar-se-à em socorro de tua vida. 
Sorri para a nuvem, e ainda mesmo que a nuvem se desfaça em chuva de lágrimas nos teus olhos, o pranto será conforto do Céu, a fecundar-te os campos do coração. 
Não te roga o desesperado solução do enigma de sofrimento que lhe persegue o destino. Implora-te um sorriso de amor, que remove as forças, para que prossiga em seu atormentado caminho. 
E, em verdade, se os famintos e os nus te pedem pão e agasalho, esperam de ti, acima de tudo, o sorriso de ternura e compreensão que lhes acalme chagas ocultas. 
Não condenes as criaturas que se arrogaram aos precipícios da violência e do crime. Oferece-lhes o sorriso generoso da fraternidade, que ajuda incessantemente, e voltar-se-ão, renovadas, para o roteiro do bem. 
Sorri, trabalhando e aprendendo, auxiliando e amando sempre. 
Lembra-te de que o sorriso é o orvalho da caridade e que em cada manhã, o dia renascente no Céu é um sorriso de Deus".

Então, deixe a emoção fazer vibrar o seu coração. Sorria e chore de emoção, você está vivo!
Que Assim Seja!

Luz e Amor!


"A dor é uma benção que Deus envia a seus eleitos. Não vos aflijais, portanto, quando sofrerdes, mas, pelo contrário, bendizei a Deus todo-poderoso, que vos marcou com a dor neste mundo, para a glória no Céu. Sede pacientes, pois a paciência é também caridade, e deveis praticar a lei da caridade, ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste em dar esmolas aos pobres é a mais fácil de todas. Mas há uma bem mais penosa, que é a de perdoar os que Deus colocou em nosso caminho, para serem instrumentos de nossos sofrimentos e submeterem à prova a nossa paciência". 
(Bem-Aventurados os Mansos e Pacíficos, cap. IX; 7. O Evangelho Segundo o Espiritismo).










terça-feira, 14 de outubro de 2014

A FELICIDADE ESTÁ EM DEUS


Em: 07/11/2014; às 20 h e 30 min.

Encontrar o "verdadeiro" amor e ser feliz é o que todos almejamos na vida. No entanto, ao que parece, só sofrimentos encontramos. A Terra parece um lugar de sofrimentos, enganos e dor. As pequenas alegrias que vivemos são passageiras. Bem não saciamos um desejo, e este já não nos alegra mais. Estamos sempre insatisfeitos com o que conquistamos e com vazio espiritual. Sempre em completo estado de ansiedade por acontecimentos que nem sempre se concretizam. Estamos sempre nos antecipando aos fatos, e desejosos que tudo se resolva em um único tempo, o mais breve possível, de tão intensa a nossa necessidade de satisfação. Somos extremamente imediatistas que desacreditamos do futuro que Deus nos reserva e nos aguarda. Então, nos desesperamos.

O amor é a purificação dos sentimentos, o refinamento das emoções, a lapidação dos instintos. Somente os Espíritos evoluídos possuem este sentimento. Esse amor que acreditamos buscar e que nos faz sofrer de tal forma ao ponto de cometer atrocidades, não é o "verdadeiro" amor. Paixão não é amor. Amor é o sentimento puro, livre de qualquer imperfeição, o qual ainda não alcançamos na Terra. Os Espíritos não podem aspirar à perfeita felicidade enquanto não estão puros: toda mancha lhes impede a entrada nos mundos felizes (E.S.E., cap. V; 10).

Os Espíritos imperfeitos estão no estágio das emoções. Joanna de Ângelis coloca "nós somos totalmente emoção", e a emoção sabota a razão. Paixão é uma emoção e, emoção não é sentimento, emoção é um mover moral (abalo moral). Logo, está ligada ao "Ego" e não ao "Eu". Quando desejamos matar ou morrer pela "perda" de um grande amor, não é pela pessoa amada que o queremos, é pelo abalo moral. O "Ego" é atingido pela frustração dos nossos inconfessáveis desejos. O Ego ferido sofre em alvoroço (emoção), agita-se. Esse movimento está muito longe de ser um sentimento sublime. O amor é sereno, nada o abala.

Quanto mais materialista o Espírito, mais contrário é seu movimento em direção ao verdadeiro amor, ou seja, mais distante está do sentimento. No plano terreno, ainda somos Espíritos muito ligados à matéria, somos apegados ao nosso corpo físico e a tudo que a ele esteja ligado, por isso, ainda agimos mais pela emoção do que pela razão. O verdadeiro amor é racional e não passional. A razão é do "Eu" (espírito), a emoção é do "Ego". Logo, mata-se por orgulho, vaidade e egoísmo, e nunca por amor. O verdadeiro amor vive e deixa viver.

Os Espíritos mais primitivos só têm instinto. O instinto está diretamente associado à lei de conservação, segundo os Benfeitores Espirituais, daí a expressão "instinto de sobrevivência" ou, "de conservação", e, a causa de todos os vícios: o orgulho, o egoísmo e a vaidade. O Espírito primitivo ainda não reconhece sua existência fora da matéria, por isso, luta para manter sua existência corpórea à todo custo, precisando aniquilar o outro, ele aniquila. Não se vê como Espírito imortal. Porém, todos, um dia, deverão alcançar a perfeição moral e conhecer o amor, o sentimento mais sublime, próprio dos Espíritos Puros. 

A Terra, sendo um plano de provas e expiações é um lugar ainda onde permeiam o sofrimento e a dor. A Terra é o lugar perfeito para trabalhar as nossas imperfeições. Como "hospital-escola", a Terra é o reformatório das almas. É o espaço onde os Espíritos reencarnam para tratar o amor doente (paixão) e se educar para a felicidade eterna. Nós reencarnamos para aprender o amor. Se tivéssemos aprendido a amar não mais precisaríamos encarnar. Deus não criou seus filhos para o sofrimento, e sim, para a felicidade eterna. Somos nós quem criamos o nosso sofrimento, por ainda não conseguir compreender os ensinamentos do Pai. E, aqueles que não são causadores de seu próprio sofrimento, experimentam-o para honra e glória do Senhor.

Jesus não precisava reencarnar entre os homens, pois, já era um Espírito Puro. Encarnou no corpo de um homem para honra e glória do Pai. Assim, também, é nos dado algum sofrimento ou dor, não por castigo, mas para que o nome do Pai seja exaltado. "Aquele que quiser ser o maior, seja o que vos sirva. Porque todo o que se exalta será humilhado; e todo o que se humilha será exaltado" (Lucas, XIV: 1, 7-11). Jesus foi exemplo de humildade e mansidão, servindo ao Pai, para que todos aqueles que seguissem os seus ensinamentos fossem salvos no amor de Deus. "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele" ( João 14:21).

Sofremos porque buscamos o supérfluo. Almejar não é o mesmo que buscar. Almejar é ansiar, desejar ardentemente (dicionário da língua portuguesa). Almejamos a felicidade e o amor, mas, não fazemos por encontrar a felicidade e o amor,  mas, ir ter o supérfluo. Deus está sempre nos mostrando a vida que devemos ter e fazer. No entanto, não prestamos atenção aos sinais deixados por causa da nossa ânsia em ter. Temos a pseudo ilusão de que a felicidade consiste em "ter", e não nos damos o trabalho de fazer como ensina o filósofo da Antiguidade e reforça Santo Agostinho: "Conhece-te a ti mesmo". A felicidade não está no que não se tem. O maior de tudo não é o que possuímos, o mais importante é o que somos e o que fazemos de nós mesmos. Todos somos centelhas Divina, somos amor.

Preciso é amadurecer o nosso sentimento. Amadurecer não significa somente tomar as decisões acertadas, mas, aprender a lidar com as decisões tomadas. Muitas vezes, estamos carregados de desejos inúteis, que se tornaram um fardo, fazendo-nos sentir pesados e cansados. Então, porque não se livrar desse fardo, que só causa frustração e mata o Espírito? Porque não atender ao chamado do Cristo: "Vinde a mim todos os que andais em sofrimento e, vos achais carregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve" (Mateus, XI; 28-33).

A macieira carregada de belos frutos é linda, mas, se não forem arrancados a tempo, os galhos se quebram com o peso dos frutos, morre-se os frutos e a árvore também. Bem assim, é o homem, é preciso a cada tempo arrancar o peso de si, ainda que lhe pareça bonito, e libertar-se do fardo da ilusão para que não morra. Deus dará o auxílio necessário para que ele se fortaleça e fique de pé.

É preciso colocar Deus em nossa vida para ser feliz. O homem não deve esquecer-se jamais de que está no mundo inferior, onde só é retido pelas suas imperfeições. A cada vicissitude, deve lembrar que, se estivesse num mundo mais avançado, não teria de sofrê-la, e que dele depende não voltar a este mundo, desde que trabalhe para se melhorar (E.S.E., cap. V; 6). A verdadeira felicidade está em Deus. Deus é amor. E por amor, enviou-nos o vosso Filho, para que não conhecêssemos as trevas. Ninguém tem amor maior do que este. Assim, Jesus é a luz, o sinal que devemos seguir. O seu mandamento: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei". Toda moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, ou seja, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Assim, Jesus coloca a caridade como condição única da felicidade futura (E.S.E., cap. XV; 3).

Nós também somos fonte de amor porque somos feitos da emanação Divina. Logo, a felicidade está em nós e não fora de nós. Não a encontramos porque não nos colocamos onde ela verdadeiramente está. Disse Jesus: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim. Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai (...) quem me vê a mim vê o Pai (...)" (João 14: 6-7). Quando aceitamos Jesus, estamos em Deus e o seu amor se manifesta em nós. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus (Romano 8:15).

A verdadeira felicidade não é deste mundo, mas, da vida eterna. Jesus já ensinou isso: "Meu Reino não é deste mundo. Tende bom ânimo, eu venci o mundo". A vida material se extingue. Tudo material não existe, é ilusão, se findará com o corpo físico que não mais terá necessidade alguma de ter. Não se pode alcançar o que não existe. Fica-se atrás... atrás... mas tudo se transforma, por isso, não conseguimos encontrar satisfação na Terra, a não ser ilusória. Somente o que não se vê é o que verdadeiramente existe. A verdadeira felicidade, a que tanto almejamos, só existe no mundo que não vemos, mas, que é o real, e, por isso, podemos alcançar, o Mundo dos Espíritos Puros, onde a felicidade e o amor reinam soberanos. Que Assim Seja!

Luz e Amor!



"Bem-Aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus" (Mateus, V:8).
(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VIII; 1)

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

RENOVAÇÃO



Em 25/09/2014; às 08:00hs.

Cada dia que amanhece é um convite para recomeçar. A vida se renova a cada instante, o que agora é, em um segundo já não mais será, tornou-se passado. A vida se movimenta. A vida é dinâmica, está em movimento constante e, por isso, renova-se a todo instante. A vida está sempre mudando. Renovação é tornar Nova a Ação. É fazer um novo começo. "Se qualquer tempo é suscetível de ser ocasião para resgate e reajuste, todo dia é também oportunidade de recomeçar, reaprender, instruir ou reerguer" (Emmanuel, Ceifa de Luz)

O dia de hoje é uma dádiva dos Céus, um presente de Deus para que possamos renovar nossas ações. Renovar não é negar o velho, mas, dar um novo significado. Somente o presente pode oferecer algo de novo. O passado é o que já foi, deve ficar para trás onde está flexionado. O futuro é uma incógnita, um segredo de Deus em nossa vida. Somente no presente a vida pode se realizar. O passado não volta, é o hoje renovado. O futuro é a nossa ação que se renova a cada dia, pois, o propósito da vida é progredir.

A vida não é um movimento linear uniforme, porque a mudança não é linear. A mudança ocorre o tempo todo em movimentos sinuosos. A mudança ocorre na ação. A ação é um processo criativo que acontece de dentro para fora. A reação é querer consertar o que não tem remendo. É um movimento contrário onde se desprende um maior gasto de energia, sem nada mudar. Confrontar é olhar de frente. Porque idealizamos, passamos a combater a realidade em vez de movimentar-nos com a realidade. A realidade é um processo, e não se pode segurar um processo, é ficar preso, por isso, muita gente fica presa ao passado, não se permite seguir no movimento da vida. 

Sem aceitar as mudanças, fica-se preso a um problema. É preciso sair do problema (ir para fora) e construir algo novo e não se prender ao problema. Nós é quem criamos o problema, porque estamos muito identificados com o nosso Ego. É o nosso Ego que nos dificulta soltar do problema e criar algo novo. O super apego ao Ego é que nos impossibilita renovar. O orgulho nada mais é que a super valorização do Ego, pai de todos os vícios.

A vida é auto-organização. Sentir a vida é um trabalho interior, é preciso autoconhecimento, identificar-se como pessoa de verdade com qualidades e fraquezas. A percepção está no nosso modo de olhar. O problema em si não é o problema, mas é a forma de se olhar para o problema. É preciso mudar nosso olhar para a vida e representar a vida de uma nova forma. É preciso sentir a vida e compreender que a morte é parte do corpo, e não separada do corpo. Transformação é morte. Morre-se para transformar-se em outra coisa. Transformação é mudar na essência, tocar na raiz de forma irreversível. Mudança não é transformação. A transformação é mais profunda, se dá quando se esgota toda as possibilidades de mudança. A morte nos trás a lucidez de que somos Espíritos imortais.

Quem ingressa no Espiritismo é naturalmente levado a transformação moral, pois é a Doutrina do Evangelho de Jesus, busca-se não ser mais violento, nem ingrato, nem maledicente, leviano ou infiel, qualidade de um Espírito Elevado. Quando se busca viver os ensinamentos de Jesus, o homem velho morre, transforma-se em um novo homem. Um homem renovado é um homem com novas ações. Renasce para a vida. Compreende que tudo o que existe de visível e palpável é ilusório, por isso, transitório. Mas, o que não se vê, o Espírito, é perene. A vida que anima o corpo não perecerá porque não veio do corpo, mas, já existia antes do corpo. O que veio do corpo, com o corpo perecerá. 

"O Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pelas generalidades das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto, do que qualquer outra doutrina, a secundar o movimento de regeneração; por isso, é ele contemporâneo desse movimento. Surgiu na hora em que podia ser de utilidade, visto que para ele os tempos são chegados". (A Gênese, Allan Kardec, cap. XVIII, item 25).

O orgulho, a vaidade, o egoísmo são frutos da falta desse conhecimento. Todos esses vícios, segundo os Benfeitores Espirituais, nasceram da necessidade de sobrevivência, ou seja, do instinto de conservação. O homem, temendo a morte por não compreender a existência da vida espiritual, colocou nos bens materiais a essência da vida. O homem por medo de morrer de fome, de frio, passou a acumular bens terrenos e a brigar por eles. Passou a olhar o outro como inimigo e a lutar entre si para defender seu território. O medo da morte passou a conduzir o homem no mundo tornando-o avarento, egoísta e cruel.

Allan Kardec questiona os Espíritos (L.E. questão 704): "_ Deus, dando ao homem a necessidade de viver, fornece-lhe sempre meios?". Os Benfeitores Espirituais respondem-lhe: "_ Sim, e se não os encontra é porque não os compreende. Deus não poderia dar ao homem a necessidade de viver sem dar-lhe os meios, por isso faz a terra produzir para fornecer o necessário a todos os seus habitantes, porque só o necessário é útil; o supérfluo não o é jamais".

Contudo, o homem evoluiu do instinto para o sentimento. O homem do nosso tempo, da Era dos Espíritos, precisa abandonar essa visão de mundo e deixar de sofrer por coisas supérfluas. O Espiritismo vem mostrar que a verdadeira essência da vida é o Espírito, ou seja, que a verdadeira essência do ser está nele mesmo, e ele buscá-a, desesperadamente, fora de si, causando o seu próprio sofrimento. Deus é amor. Deus como amor não deixou o sofrimento para nenhum de seus filhos amados. Deus não deixou dor e nem tormento, e se os permite é para honra e glória do Seu nome.

O homem, filho rebelde e ingrato, sem buscar conhecer os ensinamentos do Pai, e confiar nos seus propósitos, é quem criou as dores do mundo. Ainda assim, Deus, soberanamente bom e justo, na sua infinita misericórdia, deseja resgatar-nos a todos, convidando-nos a nos abraçar como irmãos. O próprio Cristo coloca-se na condição de irmão, filho do mesmo Pai, quando nos ensina, em oração "Pai Nosso, que estais no Céu ...". Jesus mostra que somos uma família universal. Se olhássemos para o outro como irmão e não como ameaça, viveríamos a paz.

Como esclarece Santo Agostinho (Revista Espírita),"não há mais do que uma única e mesma família sobre a Terra, como não há senão um único Pai no Céu". Para que a vida coletiva possa vingar, é necessário que os integrantes do grupo social tenham fortemente arraigados em si a noção de que as relações sociais somente serão satisfatória se o homem respeitar o outro com quem ele se relaciona. "Amai-vos uns ao outros como eu vos amei" (Jesus).

O nosso Pai é Deus, devemos honrá-Lo e amá-Lo com sinceridade. No entanto, lamentamos e reclamamos da vida, colocando-nos na condição de vítimas, sendo profundamente ingratos com Deus, nosso Pai. Esquecemos que Deus só permite um mal se por um bem maior. A ingratidão é fruto do orgulho que não nos permite enxergar a generosidade do Pai Altíssimo. Ser grato é ser humilde, é reconhecer que somos Espíritos imperfeitos e pequenos diante da grandeza de Suas obras. Jesus foi o maior modelo de humildade e mansidão. A gratidão é uma virtude que devemos buscar.

Gratidão não é somente retribuição. Gratidão é antes um sentimento de reconhecimento e amor, como ensina Joanna de Ângelis (Psicologia da Gratidão). Devemos ser gratos antes mesmo de receber, mantendo a alegria. Devemos manter o bom ânimo e alegrarmo-nos no Senhor, para que as coisas aconteçam, e não somente quando as coisas tenham acontecido. Jesus nos ensina: "Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (João 16:33). Quando Deus não permite realizar o desejo de um filho é porque Ele tem um outro propósito. "Porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, o Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis" (Romanos 8). Todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus (idem).

O Espiritismo convida-nos a rever nossos conceitos e aprender com Jesus os meios de renovar as nossas ações, modificando os nossos instintos ainda tão arraigados em nosso ser, e elevarmo-nos à condição de verdadeiros cristãos, como irmãos em Cristo que somos. A Doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo é uma porta aberta para a Renovação do Espírito. Jesus convida-nos, através do Evangelho, a nossa Reforma Íntima. Ensina a sermos como Ele, exemplo de amor e humildade, buscando o caminho do bem. Ensina a gratidão como reconhecimento do amor de Deus, uma virtude que nos conduz a caminho da esperança. Porque em esperança somos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém vê como o esperará? Mas, esperamos o que não vemos, com paciência esperamos (Romanos 8) Que Assim Seja!

Luz e Amor!



"Orgulhosos! Que fostes, antes de serdes nobres e poderosos? Talvez mais humildes que o último de vossos servos. Curvai, portanto, vossas frontes altivas, que Deus as pode rebaixar, no momento mesmo em que as elevais mais alto. Todos os homens são iguais na balança divina; somente as virtudes os distinguem aos olhos de Deus. Todos os corpos foram feitos da mesma massa. Vossos títulos e vossos nomes em nada a modificam; ficam no túmulo; não são eles que dão a felicidade prometida aos eleitos;a caridade e a humildade são os seus títulos de nobreza".
(Bem-Aventurados os Pobres de Espírito, cap. VII; 11. O Evangelho Segundo o Espiritismo)

sábado, 30 de agosto de 2014

AFINIDADE E AMOR


Em 30-08-2014; às 11hs e 50mt.


Esses últimos dias fiquei reflexionando sobre afinidade e amor. Comumente, não são as alegrias que nos fazem refletir sobre a nossa existência terrena, mas, as tristezas, por isso elas existem, senão passaríamos pela vida sem nada aprender. Assim como todos nossos vícios. Eles são necessários para que através deles reflitamos sobre o que verdadeiramente somos, a que viemos e o que nos aguarda, questionamentos estes, todos sem respostas aparentes. São respostas guardadas pelo Pai Celeste. Somente Deus as conhece profundamente, não nos cabendo indagá-Lo, apenas, submetermo-nos à sua vontade. Compreendendo, apenas, que estamos todos aqui para evoluir moral e espiritualmente. 

Os vícios e o sofrimento são instrumentos de aprimoramento moral, permitidos pelo Pai que está no Céu. Muitas vezes, é preciso chegar ao fim do poço para poder subir. O alcoolismo, as drogas, o sexo, os jogos são meios necessários para que o Espírito, ainda rebelde, através deles conheça a dor de abusar do livre-arbítrio e, redimido, volte aos braços do Pai Celeste. Até o livre-arbítrio é circunscrito pela vontade do Altíssimo. Por isso, não devemos julgar, nem negar auxílio a nenhum desses irmãos, nem aos criminosos, porque eles precisam passar por este estágio e se render ao amor sublime. Um dia todos atingiremos os mundos angelicais, essa é a proposta da reencarnação. 

Muitas vezes, ficamos tristes com um irmão drogado ou homicida, porque não o queríamos sob o mesmo teto, então, sofremos. Aceitá-los é cumprir com as responsabilidades assumidas antes mesmo da reencarnação. Amá-los é caridade. "Cedo ou tarde, compreenderão que a satisfação das paixões brutais tem para eles consequências deploráveis, que suportarão durante um tempo que lhes parecerá eterno. Deus poderá deixá-los nesse estado até que compreendam suas faltas e peçam, por si mesmos, os meios de resgatá-las em provas vantajosas" (L.E. questão 265). Outras vezes, nos sentimos preteridos por nossos pais, e sofremos repudiando àquela família. Contudo, a família corpórea é um grande laboratório para experienciarmos o amor. Não podendo voltar atrás quando já estamos comprometidos, lamentamos arrependidos das nossas escolhas. 

O professor Allan Kardec pergunta aos Espíritos Benfeitores, no Livro dos Espíritos, questão 269: "_ O Espírito pode enganar-se quanto à eficiência da prova que escolheu?". Eis o que responde os Espíritos à Kardec: "_ Pode escolher uma que esteja acima de suas forças e, então, sucumbe; pode, também, escolher uma que não lhe dê proveito algum, como ocorre quando prefere um gênero de vida ociosa e inútil. Nesse caso, uma vez de volta ao mundo dos Espíritos, ele percebe que nada ganhou e pede outra existência para reparar o tempo perdido".

O Evangelho Segundo o Espiritismo revela que existe a família corpórea e a família espiritual, ou seja, consanguinea e afins. Alguns Espíritos estão unidos em uma mesma família apenas pelo laço de sangue. Não existe ali, nenhuma afinidade. O que explica muitos irmãos não se sentirem como irmãos e muitos pais não se identificarem com certos filhos. E, os laços se romperem. Não existe nesta família um vínculo afetivo. Afeto é sentimento, e o sentimento é do Espírito. O corpo procede do corpo, mas, o Espírito não procede do Espírito, porque este já existia antes da formação do corpo (E.S.E., cap.XIV; 8). O laço espiritual é eterno, encarnados ou desencarnados, os Espíritos estão sempre próximos. Porém, o que nasce do corpo se encerra com o corpo. 

"Está bem visto que aqui se trata de afeição real, de alma, única que sobrevive à destruição do corpo, porquanto os seres que neste mundo se unem apenas pelos sentidos nenhum motivo têm para se procurarem no mundo dos Espíritos. Duráveis somente são as afeições espirituais; as de natureza carnal se extinguem com a causa que lhes deu origem. Ora, semelhante causa não subsiste no mundo dos Espíritos, enquanto a alma existe sempre. No que concerne às pessoas que se unem exclusivamente por motivo de interesse, essas nada realmente são umas para as outras: a morte as separa na Terra e no Céu" (E.S.E., cap. IV; 18).

Conquanto, afinidade não é amor. Espíritos podem se unir em uma mesma família por outros motivos, não tão singelos. Assim como o amor, o ódio também pode unir Espíritos numa mesma família. Por isso, Jesus adverte: "Concerta-se sem demora com o teu adversário, enquanto estás a caminho com ele ..." (E.S.E., cap. X; 5). O Espírito, sendo imortal, leva consigo todas as impressões terrenas, boas e más, afetos e desafetos. E podem permanecer próximos tanto pelo afeto quanto pelo desafeto. Daí, também, compreender que existe sim, entre os filhos, aquele preferido pela mãe (maior afinidade). Os Espíritos estão mais próximos entre si quanto maior a afinidade. Ou seja, não é falta de amor por este ou por aquele filho, é a maior ou menor afinidade com um, em relação ao outro, que os coloca em maior sintonia (aproximação). 

Quando se compartilha dos mesmos ideais, das mesmas vontades e desejos, ou de amor ou de vingança, é muito mais fácil conviver em um mesmo espaço. "Nossa alma vive onde se lhe situa o coração. Caminharemos ao influxo das nossas criações, seja onde for" (André Luiz). Quando as ideias são contrárias, entram em choque, repelem-se inevitavelmente, pois que, o pensamento é energia, e as energias, ou elas se repelem ou se atraem. O pensamento é uma força propulsora. Daí, certas pessoas não se unirem, mesmo sendo irmãos, ou, filhos, estes não buscam as mesmas coisas, ou, se buscam, agem de forma diferente. Os sentimentos não se assemelham. Enfim, não existe entre eles essa afinidade que os coloquem em sintonia. 

Suely Caldas Schumbert, em sua obra "Mentes Interconectadas e a Lei de Atração", esclarece que "há sintonia quando uma onda mental encontra ressonância em um campo vibratório equivalente, sendo captada por um receptor da mesma frequência". Em outras palavras, as pessoas que compartilham dos mesmos pensamentos se interconectam pelas leis da afinidade, dessa forma, vibram na mesma sintonia, mesma zona vibratória, tanto para a felicidade, o bem, quanto para o mal, a infelicidade. Logo, afinidade e sintonia também não têm o mesmo significado. Afinidade é uma premissa necessária para que se estabeleça a sintonia. A obsessão nada mais é do que a união de Espíritos afins, ligados uns aos outros pelas próprias inferioridade morais. 

Conforme esclarece André Luiz (Domínios da Mediunidade): "Imaginar é criar. E toda criação tem vida e movimento, ainda que ligeiros, impondo responsabilidade à consciência que a manifesta. E como a vida e o movimento se vinculam aos princípios de permuta, é indispensável analisar o que damos, a fim de ajuizar quanto àquilo que devemos receber. Quem  apenas mentaliza angústia e crime, miséria e perturbação, poderá refletir no espelho da própria alma outras imagens que não sejam as da desarmonia e do sofrimento?".

Quando não há uma afinidade entre os Espíritos, não há trocas. É como dizer: "o que você tem não me serve". Isso implica dizer que cada um vai para um lado (faixa), levando o que é seu, e, isso corrobora para que os laços se rompam. Não é inexorável querer-se mal. Não é por não comungar das mesmas ideias ou sentimentos que não se possa estabelecer um vínculo afetivo, ou, respeitar o outro. Ideias diferentes podem conviver juntas através do respeito mútuo, como acontece no mundo dos Espíritos Puros. Este respeito é dado pela condição moral do Espírito, "respeito não se impõe, conquista-se". Quando se aprende a amar, mesmo não concordando com os ideais, modo de pensar ou sentir, continua-se amando o outro. O amor é uma conquista do Espírito, lembrando que o Espírito não regride.

A desunião acontece quando um busca no outro um aliado e vê-se frustrado em suas tentativas. Ele deseja impor a sua vontade e, contrariado, se insurge contra o o outro. Decorre, então as desavenças ou desafetos, os desenlaces familiares, e, a própria obsessão, pois que, sendo o transtorno do Espírito, pode seguir para outras existências, tanto física quanto espiritual. Como podemos verificar no Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, existe obsessão de desencarnados para desencarnados.

A influência dos Espíritos em nossa vida é determinada pela nossa sintonia com cada um deles, através do nosso pensamento repleto de negatividade e maus sentimentos. Mas, podemos também nos interconectar com Espíritos Superiores, buscando elevar o nosso padrão vibratório com pensamentos de amor e paz. Construindo pensamentos positivos podemos construir uma ponte direta com a Espiritualidade Maior, que está sempre pronta para nos acolher e guiar os nossos caminhos. "Ninguém foge aos princípios de causa e efeito, mas ninguém está privado da liberdade de renovar o próprio caminho, renovando a si mesmo" (André Luiz). Que Assim Seja!

Luz e Amor!


"Tendes ouvido o que foi dito: Amarás ao teu próximo e aborrecerás ao teu inimigo. Mas eu vos digo; Amai os vossos inimigos, fazei bem ao que vos odeia, e orai pelos que vos perseguem e caluniam, para serdes filhos de vosso Pai, que está nos céus, o qual faz nascer o seu sol sobre bons e maus, e vir chuva sobre justos e injustos. Porque, se não amardes senão os que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não fazem os publicanos também assim? E se saudares somente aos vossos irmãos, que fazeis nisso de especial? Não fazem também assim os gentios? Eu vos digo que, se a vossa justiça não for maior e mais perfeita que a dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos Céus" (Mateus, V;20, 43-47).
(Amai os Vossos Inimigos, cap. XII;1.O Evangelho Segundo o Espiritismo)



domingo, 27 de julho de 2014

A CAMINHO DA LUZ



Em 26/07/2014; às 21:00hs.

Deus nos ama a todos. Ama os bons e os maus da mesma maneira porque somos todos seus filhos e estamos todos, justos e ímpios, sob a sua luz. Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna (João 3; 16). Jesus é a luz do mundo, assim, devemos viver sob os seus Ensinamentos, por amor ao Pai.

Luz, em sentido figurado, significa: 1. Aquilo ou aquele que esclarece, ilumina ou guia o espírito: as luzes da fé; o pai era a luz do menino. 2. Faculdade de percepção; juízo, inteligência. 3. Esclarecimento, elucidação: Sua crítica emprestou luz à obra. 4. Evidência, certeza, verdade: "Da discussão nasce à luz" (prov.) (Dicionário Aurélio). Jesus trouxe-nos o Evangelho, a Boa Nova, a luz do conhecimento espiritual. Ele disse: "Vós sois a luz do mundo" (Mateus, 5, 14).

Jesus não foi o único encarregado de transmitir esses ensinamentos, tanto que Ele mesmo encarregou doze pessoas (apóstolos) e posteriormente outras setenta,como narram os Evangelhos, para que se propagasse a divulgação de seus ideais. Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más. Todo aquele que que faz o mal aborrece a luz e não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim se que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas por Deus (João 3; 19-21).

Jesus não veio "salvar" ninguém como é pregado por algumas religiões, pois, cada ser humano é inteiramente responsável pelo seu próprio destino, pois que, colhemos aquilo que plantamos. Jesus é o grande instrutor que veio mostrar para humanidade a forma de sermos melhores através dos seus ensinamentos e do seu exemplo. Ninguém mesmo pode ou deve ser responsabilizado por nossas escolhas. E mesmo se damos ouvidos a outrem, a escolha e responsabilidade final sempre serão nossas. 

Muitas vezes, sofremos porque escolhemos caminhos equivocados. E sabemos que não há volta para as caminhadas da vida, mas, sempre teremos novas oportunidades de corrigir nossos passos para direções diferentes. E, então, uma nova escolha é possível. Dessa maneira, cada alma vive no clima espiritual que elegeu, procurando o tipo de experiência em que situa a própria felicidade. Logo, buscamos ser como as águas dos rios, correndo sempre em alguma direção, regando flores que nascem do lado, matando a sede de pássaros e homens, desembocando em grandes mares, pois que, o Espírito está sempre em movimento, porque a vida não pára.

Quando Jesus diz "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14; 6), Ele se referia aos seus ensinamentos. Caminho significa que o ser humano deve trilhar, seguir os ensinamentos do Evangelho. Jesus não é só conteúdo do anúncio, mas é também o primeiro portador e arauto. Ele apresenta a si mesmo e a sua obra como o "Evangelho de Deus", isto é, a "boa-nova" que Deus envia ao mundo que espera. (Battaglia, 1984, p. 21 e 22). Verdade significa que o Evangelho é a expressão mais pura das Leis Divina trazida aos homens na Terra. Vida é o sentido Espiritual. Quando Jesus diz que "ninguém vem ao Pai senão por mim" significa que ninguém conseguirá ascender espiritualmente caso deixe de seguir os seus Ensinamentos.

“Só Jesus não passou, na caminhada dolorosa das raças, objetivando a dilaceração de todas as fronteiras para o amplexo universal. Ele é a Luz do Princípio e em suas mãos misericordiosas repousam os destinos do mundo. Seu coração magnânimo é fonte da vida para toda a Humanidade terrestre. Sua mensagem de amor, no Evangelho, é a eterna palavra da ressurreição e da justiça, da fraternidade e da misericórdia. Todas as coisas humanas se modificarão. Ele, porém, é a Luz de todas as vidas terrestres, inacessível ao tempo e à destruição” (Xavier, 1972, p. 16)

A Luz já existe, está aí, é Jesus. Não é preciso mais que se faça, basta seguirmos em sua direção. Para que permaneçamos num campo vibratório de luz, devemos construí-lo dentro de nós. Os bons pensamentos é a base para percepção das luzes espirituais superiores. Se nos mantemos presos aos pensamentos carregados de hábitos nocivos e impulsos degradantes, permanecemos nas trevas. Para adentrarmos ao Reino dos Céus, como deseja o Pai, é preciso purificar-se. A purificação dos Espíritos reflete-se na perfeição moral dos seres em que estão encarnados. As paixões animais enfraquecem e o egoísmo cede lugar ao sentimento de fraternidade. É assim nos mundos superiores à Terra (L. E. Q. 182).

O objetivo final da reencarnação é alcançar a perfeição do Espírito e o bem supremo. Reencarnamos para nos educar e progredir espiritualmente. A cada nova existência o Espírito dá um novo passo no caminho do progresso; quando se despojou de todas as suas impurezas, não tem mais necessidade das provas da vida corporal (L. E. Q. 168). A luz do Evangelho é uma verdade que se impõe por si mesma. Podemos fugir da luz, permanecer nas trevas da ignorância, visto termos o livre-arbítrio.

Contudo, se fará o tempo em que teremos de nos voltar para Jesus e aceitar os seus ensinamentos, pois que, esta é a vontade de Deus e o futuro que nos aguarda, sermos Espíritos de luz. Estarmos reencarnados no mundo de provas e expiações é um estado transitório da nossa evolução. São as estações que todos temos que atravessar e as quais Deus é dono e senhor supremo. Porém, todos estamos destinados a um mesmo fim, bons e maus, cada um a seu próprio tempo, porque todos trazemos uma centelha de Luz Divina. Que Assim Seja!

Luz e Amor!


“Naquela hora, chegaram-se a Jesus os seus discípulos, dizendo: Quem é o maior no Reino dos Céus? E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles e disse; Na verdade vos digo que, se não vos fizerdes como meninos, não entrareis no Reino dos Céus. E o que receber em meu nome um menino como este, a mim é que recebe” (Mateus, XVIII; 1-5)


(Bem-Aventurados os Pobres de Espirito, cap. VII; 3. O Evangelho Segundo o Espiritismo)

terça-feira, 1 de julho de 2014

TODAS AS OBRAS DE DEUS SÃO BOAS



Em 01 de Julho de 2014; às 11hs e 20mits.

Tenho refletido sobre alguns conceitos, entre os quais, o que é sofrimento. Algumas pessoas têm criticado a minha decisão de me submeter a cirurgia de reconstrução de face, especialmente agora, que o aparelho apresentou "problema" e precisarei "recomeçar do zero", passar por nova cirurgia já que "tudo deu errado". Comentam que não havia necessidade de eu passar por esse "sofrimento", fruto da minha "vaidade". E, que Deus "castiga".

Antes de conhecer a Doutrina Espírita e dedicar maior estudo aos Ensinamentos de Jesus, através do Evangelho, eu me sentia abatida com essas colocações. Hoje, porém, o que pude perceber, é que tudo parte da compreensão que se tem sobre o sofrimento, a dor, o que é certo e o que é errado. São os conceitos que se tem das coisas que determina o que realmente elas são para cada pessoa. Eu realmente estou melhor, como me foi dito pela Espiritualidade. Continuo com problemas para resolver, mas, a minha visão já não é mais a mesma. 

O Espiritismo não vem solucionar os nossos problemas existenciais, mas, ensina-nos a ter uma postura mais coerente, porque aprendemos a enxergar a vida e a morte de uma forma mais consoladora, fundamentada nos ensinamentos do Cristo. Creio que este é o alívio que Jesus nos prometera: "Vinde a mim todos os que andais em sofrimento e, vos achais carregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve" (Mateus, XI; 28-33). Aceitar Jesus, pela prática de seus ensinamentos, torna o nosso olhar diferente sobre os desígnios de Deus. Ensina-nos o bem e o mal sofrer. Este discernimento dá-nos a confiança e o alívio necessário para seguirmos em frente. 

Por que será que surgem os problemas? Será que é para eu me desanimar diante da vida? Ou, para eu mudar de direção? Os problemas surgem para o meu desânimo ou, pelo meu desânimo? Contudo, existem coisas que não dependem da minha vontade. Deus estabelece a sua vontade, rege o Universo através de suas leis, seja no mundo material, seja no mundo Espiritual. Tudo o que quer que se faça está na previsão de Deus. Mesmo o livre-arbítrio está na previsão divina para que não interfira nos seus propósitos. Muitas vezes passamos pelos problemas sem tê-los criados, eles são apenas para o nosso aprendizado. É insensatez acreditar que se padeça em vão. Na vida nada é em vão. Não há sentindo no sofrer por sofrer. "O sofrimento está a serviço de Deus e da Humanidade" (Léon Denni), o sofrimento é aprendizado. A doença, muitas vezes, é o tratamento da pessoa aqui na Terra.

Eu não percebo todo esse processo pelo qual estou passando como "sofrimento". Eu vejo como benção. Deus atendeu às minhas preces. Eu esperei em Deus o dia em que fosse possível reconstruir a minha face, em que o osso crescesse e formasse uma nova mandíbula, que a ciência evoluísse. Este dia chegou, então, não é sofrimento, é felicidade, é Glória. Eu sabia que não seria fácil, mas, que Jesus estaria no comando, e, entreguei a minha vida em suas mãos. Então, não tenho o que temer. "Eu sou contigo" (Jesus).

O aparelho não apresentou "problema" e sim solução, se não houvesse desativado, provavelmente, eu ficaria maior tempo num processo doloroso e sem avanço, silenciosamente. Deus apenas interrompeu o processo. O novo "distrator" já foi enviado, num prazo hábil que não irá prejudicar a evolução do processo. Terei que passar por nova cirurgia, é verdade, mas não porque "tudo deu errado", mas porque eram necessários ajustes. Sei que Deus está preparando algo melhor, e eu preciso estar melhor para receber. Assim, eu não vou "recomeçar do zero", eu avancei espiritualmente e isso não é pouco. "Só poderá subir na vida quem souber descer com humildade quantos degraus necessários". 

A dor não é "castigo". A dor é um estímulo para curar o Espírito para que ele volte para o seu estado permanente de amor. E, é preciso acolhermos a nós mesmos com amor. Cuidar das lesões no corpo causados pela doença (física e espiritual) não é "vaidade", é comprometimento. "A necessidade de cuidar do corpo, segundo as alternativas de saúde e doença, influi sobre alma de maneira muito importante, pois que temos de considerá-la como prisioneira na carne (...) Não o castigueis pelas faltas que o livre-arbítrio o fez cometer, e pelas quais ele é tão responsável como o cavalo mal dirigido o é, pelos acidentes que causa" (E. S. E., cap. XVII; 11). Martirizar o corpo não tornará o Espírito menos egoísta e menos orgulhoso. A perfeição está no Espírito, por isso, cuidar do corpo e do Espírito.

Jesus encoraja-nos a seguir: "Não temas as coisas de meu Pai". As dores, os sofrimentos são como tempestades, passam. Todas as obras de Deus são boas, e cada uma delas, chegada a sua hora, fará o seu serviço. Não se pode dizer; Isto é pior do que aquilo; porque todas as coisas serão achadas boas a seu tempo (B.S. Eclesiástico 39). Jesus veio para fazer cumprir a lei do amor. Veio desfazer idéias equivocadas antes dele, que não era a compreensão exata, mas, a necessária para aquela época. Jesus veio trazer a luz dos ensinamentos. Ensinar o amor que é Deus. "Jesus é para o homem o modelo de perfeição moral que a Humanidade pode pretender sobre a Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão da sua lei, porque ele estava animado de espírito divino e foi o ser mais puro que apareceu sobre a Terra" (L.E., Q. 625).

A felicidade, ainda que relativa, e o sofrimento são resultados de nossas escolhas de vidas pretéritas e, na sua maioria, de vida atual. Colocar a culpa no passado é não assumir responsabilidades diante da vida. Responsabilizar-se é ter autonomia sobre nós mesmos, sobre nossa vontade e nossos desejos. Se fosse vontade de Deus que vivêssemos do passado não lançaria sobre nós o véu do esquecimento e, muito menos, presentearia-nos com um novo dia, uma nova oportunidade. É preciso recomeçar, Deus nos dá essa oportunidade. Recomeçar com Jesus, seguindo as diretrizes de Jesus, mudando o caminho, buscando o desenvolvimento espiritual que é o compromisso com a reencarnação. "Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça,e as demais coisas lhes serão apresentadas". O Reino de Deus está dentro de nós. Que Assim Seja!

Luz e Amor!


"Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? (...) Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (N.T. Romanos 8; 35-39)