terça-feira, 14 de outubro de 2014

A FELICIDADE ESTÁ EM DEUS


Em: 07/11/2014; às 20 h e 30 min.

Encontrar o "verdadeiro" amor e ser feliz é o que todos almejamos na vida. No entanto, ao que parece, só sofrimentos encontramos. A Terra parece um lugar de sofrimentos, enganos e dor. As pequenas alegrias que vivemos são passageiras. Bem não saciamos um desejo, e este já não nos alegra mais. Estamos sempre insatisfeitos com o que conquistamos e com vazio espiritual. Sempre em completo estado de ansiedade por acontecimentos que nem sempre se concretizam. Estamos sempre nos antecipando aos fatos, e desejosos que tudo se resolva em um único tempo, o mais breve possível, de tão intensa a nossa necessidade de satisfação. Somos extremamente imediatistas que desacreditamos do futuro que Deus nos reserva e nos aguarda. Então, nos desesperamos.

O amor é a purificação dos sentimentos, o refinamento das emoções, a lapidação dos instintos. Somente os Espíritos evoluídos possuem este sentimento. Esse amor que acreditamos buscar e que nos faz sofrer de tal forma ao ponto de cometer atrocidades, não é o "verdadeiro" amor. Paixão não é amor. Amor é o sentimento puro, livre de qualquer imperfeição, o qual ainda não alcançamos na Terra. Os Espíritos não podem aspirar à perfeita felicidade enquanto não estão puros: toda mancha lhes impede a entrada nos mundos felizes (E.S.E., cap. V; 10).

Os Espíritos imperfeitos estão no estágio das emoções. Joanna de Ângelis coloca "nós somos totalmente emoção", e a emoção sabota a razão. Paixão é uma emoção e, emoção não é sentimento, emoção é um mover moral (abalo moral). Logo, está ligada ao "Ego" e não ao "Eu". Quando desejamos matar ou morrer pela "perda" de um grande amor, não é pela pessoa amada que o queremos, é pelo abalo moral. O "Ego" é atingido pela frustração dos nossos inconfessáveis desejos. O Ego ferido sofre em alvoroço (emoção), agita-se. Esse movimento está muito longe de ser um sentimento sublime. O amor é sereno, nada o abala.

Quanto mais materialista o Espírito, mais contrário é seu movimento em direção ao verdadeiro amor, ou seja, mais distante está do sentimento. No plano terreno, ainda somos Espíritos muito ligados à matéria, somos apegados ao nosso corpo físico e a tudo que a ele esteja ligado, por isso, ainda agimos mais pela emoção do que pela razão. O verdadeiro amor é racional e não passional. A razão é do "Eu" (espírito), a emoção é do "Ego". Logo, mata-se por orgulho, vaidade e egoísmo, e nunca por amor. O verdadeiro amor vive e deixa viver.

Os Espíritos mais primitivos só têm instinto. O instinto está diretamente associado à lei de conservação, segundo os Benfeitores Espirituais, daí a expressão "instinto de sobrevivência" ou, "de conservação", e, a causa de todos os vícios: o orgulho, o egoísmo e a vaidade. O Espírito primitivo ainda não reconhece sua existência fora da matéria, por isso, luta para manter sua existência corpórea à todo custo, precisando aniquilar o outro, ele aniquila. Não se vê como Espírito imortal. Porém, todos, um dia, deverão alcançar a perfeição moral e conhecer o amor, o sentimento mais sublime, próprio dos Espíritos Puros. 

A Terra, sendo um plano de provas e expiações é um lugar ainda onde permeiam o sofrimento e a dor. A Terra é o lugar perfeito para trabalhar as nossas imperfeições. Como "hospital-escola", a Terra é o reformatório das almas. É o espaço onde os Espíritos reencarnam para tratar o amor doente (paixão) e se educar para a felicidade eterna. Nós reencarnamos para aprender o amor. Se tivéssemos aprendido a amar não mais precisaríamos encarnar. Deus não criou seus filhos para o sofrimento, e sim, para a felicidade eterna. Somos nós quem criamos o nosso sofrimento, por ainda não conseguir compreender os ensinamentos do Pai. E, aqueles que não são causadores de seu próprio sofrimento, experimentam-o para honra e glória do Senhor.

Jesus não precisava reencarnar entre os homens, pois, já era um Espírito Puro. Encarnou no corpo de um homem para honra e glória do Pai. Assim, também, é nos dado algum sofrimento ou dor, não por castigo, mas para que o nome do Pai seja exaltado. "Aquele que quiser ser o maior, seja o que vos sirva. Porque todo o que se exalta será humilhado; e todo o que se humilha será exaltado" (Lucas, XIV: 1, 7-11). Jesus foi exemplo de humildade e mansidão, servindo ao Pai, para que todos aqueles que seguissem os seus ensinamentos fossem salvos no amor de Deus. "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele" ( João 14:21).

Sofremos porque buscamos o supérfluo. Almejar não é o mesmo que buscar. Almejar é ansiar, desejar ardentemente (dicionário da língua portuguesa). Almejamos a felicidade e o amor, mas, não fazemos por encontrar a felicidade e o amor,  mas, ir ter o supérfluo. Deus está sempre nos mostrando a vida que devemos ter e fazer. No entanto, não prestamos atenção aos sinais deixados por causa da nossa ânsia em ter. Temos a pseudo ilusão de que a felicidade consiste em "ter", e não nos damos o trabalho de fazer como ensina o filósofo da Antiguidade e reforça Santo Agostinho: "Conhece-te a ti mesmo". A felicidade não está no que não se tem. O maior de tudo não é o que possuímos, o mais importante é o que somos e o que fazemos de nós mesmos. Todos somos centelhas Divina, somos amor.

Preciso é amadurecer o nosso sentimento. Amadurecer não significa somente tomar as decisões acertadas, mas, aprender a lidar com as decisões tomadas. Muitas vezes, estamos carregados de desejos inúteis, que se tornaram um fardo, fazendo-nos sentir pesados e cansados. Então, porque não se livrar desse fardo, que só causa frustração e mata o Espírito? Porque não atender ao chamado do Cristo: "Vinde a mim todos os que andais em sofrimento e, vos achais carregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve" (Mateus, XI; 28-33).

A macieira carregada de belos frutos é linda, mas, se não forem arrancados a tempo, os galhos se quebram com o peso dos frutos, morre-se os frutos e a árvore também. Bem assim, é o homem, é preciso a cada tempo arrancar o peso de si, ainda que lhe pareça bonito, e libertar-se do fardo da ilusão para que não morra. Deus dará o auxílio necessário para que ele se fortaleça e fique de pé.

É preciso colocar Deus em nossa vida para ser feliz. O homem não deve esquecer-se jamais de que está no mundo inferior, onde só é retido pelas suas imperfeições. A cada vicissitude, deve lembrar que, se estivesse num mundo mais avançado, não teria de sofrê-la, e que dele depende não voltar a este mundo, desde que trabalhe para se melhorar (E.S.E., cap. V; 6). A verdadeira felicidade está em Deus. Deus é amor. E por amor, enviou-nos o vosso Filho, para que não conhecêssemos as trevas. Ninguém tem amor maior do que este. Assim, Jesus é a luz, o sinal que devemos seguir. O seu mandamento: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei". Toda moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, ou seja, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Assim, Jesus coloca a caridade como condição única da felicidade futura (E.S.E., cap. XV; 3).

Nós também somos fonte de amor porque somos feitos da emanação Divina. Logo, a felicidade está em nós e não fora de nós. Não a encontramos porque não nos colocamos onde ela verdadeiramente está. Disse Jesus: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim. Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai (...) quem me vê a mim vê o Pai (...)" (João 14: 6-7). Quando aceitamos Jesus, estamos em Deus e o seu amor se manifesta em nós. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus (Romano 8:15).

A verdadeira felicidade não é deste mundo, mas, da vida eterna. Jesus já ensinou isso: "Meu Reino não é deste mundo. Tende bom ânimo, eu venci o mundo". A vida material se extingue. Tudo material não existe, é ilusão, se findará com o corpo físico que não mais terá necessidade alguma de ter. Não se pode alcançar o que não existe. Fica-se atrás... atrás... mas tudo se transforma, por isso, não conseguimos encontrar satisfação na Terra, a não ser ilusória. Somente o que não se vê é o que verdadeiramente existe. A verdadeira felicidade, a que tanto almejamos, só existe no mundo que não vemos, mas, que é o real, e, por isso, podemos alcançar, o Mundo dos Espíritos Puros, onde a felicidade e o amor reinam soberanos. Que Assim Seja!

Luz e Amor!



"Bem-Aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus" (Mateus, V:8).
(O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VIII; 1)

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"(...) Quem se faz instrutor deve valorizar o ensino aplicando-o em si próprio" (Joanna de Ângelis.