quinta-feira, 10 de abril de 2014

CRISE E RENOVAÇÃO


"Eu... eu... nem eu mesmo sei, nesse momento... eu... enfim, sei quem eu era, quando me levantei hoje de manhã, mas acho que já me transformei várias vezes desde então". (LEWIS CARROL)

Em 09-04-2014; às 18:00hs.

Quantas vezes ouvimos falar do "fim do mundo" ou "Apocalipse"? O fim do mundo não é o apocalipse, o mundo já acabou inúmeras vezes. A história construiu mundos em si, e, esses mundos acabaram. Basta observarmos como somos diferentes em cada época. O fim do mundo é o fim da Era.

Passamos por diversas Eras. Eras astrológicas: Era de Aquárius que sucedeu a Era de Peixes, e Eras geológicas: Era Proteozóica, Era Paleozóica, Era Mesozóica, Era Cenozóica.

A Era Cenozóica é a "Era do Homem". O homem torna-se a forma de vida dominante sobre a Terra. A origem, a formação e as contínuas transformações da Terra, assim como dos materiais orgânicos que a constituem são estudados pela Geologia, e que divide a história do planeta em eras geológicas. Essas Eras correspondem a grandes intervalos de tempo divididos em períodos, o que, no momento, não é o objeto dessa reflexão. Vivenciamos, também, a Era da Modernidade, e, atualmente, a Era da Pós-Modernidade.

Já relacionamos o fim do mundo com o "Fim dos Impérios", e, hoje, com o "Fim da Hegemonia Americana". Dessa forma, é possível afirmar que presenciamos não o "fim do mundo", mas, as diversas transformações do mundo e que essas transformações são decorrentes de crises (civilizacional e/ou política). O mundo já passou por diversas crises, na contemporaneidade, estamos vivenciando uma crise civilizacional (global). A crise contemporânea acontece porque ainda vemos o mundo por um modelo que não mais existe. Segundo teóricos, a crise contemporânea é a crise dos paradigmas (modelos/padrões).

"A morte é parte do corpo, e não separada do corpo". A morte é transformação, e transformação não é o mesmo que mudança. A mudança ocorre o tempo todo, ela não é linear, não segue uma linha reta, ocorre em movimentos sinuosos. A transformação é um processo mais profundo, atinge a essência da "coisa" e muda essa "coisa" num processo irreversível, ou seja, toca na raiz, então, ocorre à transformação - a morte. Morre-se para se transformar em outra coisa. 

Santo Agostinho fala sobre a progressão dos mundos como sendo uma lei natural (E.S.E., cap II; 19): "O progresso é uma das leis da natureza. Todos os seres da Criação, animados e inanimados, estão submetidos a ela, pela bondade de Deus, que deseja que tudo se engrandeça e prospere. a própria destruição, que parece, para os homens, o fim das coisas, é apenas um meio de levá-las, pela transformação, a um estado mais perfeito, pois tudo morre para renascer, e nada volta para o nada."

A realidade muda o tempo todo, sem avisar. Nenhum sociólogo ou qualquer ciência pode prever. A crise trás como características mudanças e transformações numa velocidade extraordinária. É como a passagem para a adolescência. Muda o corpo, alteram-se os hormônios, e essas mudanças são necessárias para a transformação do indivíduo, ele já não é mais o mesmo, e, até precisa mudar de identidade (RG). Não é, por exemplo, como a água que muda de estado físico, porém, dependendo da energia desprendida, ela pode retornar ao seu estado de origem. Por isso, dizer, que o homem evolui (transforma-se) sempre, ele não retroage. Alguns podem até estacionar, porém, jamais regredir, retornar ao que fora antes.

A água passa do estado líquido para o de vapor, aumentando a sua energia até entrar em ebulição, e retorna ao estado liquido num processo de condensação. Apesar da mudança de estado físico, a água continuará a manter os elementos que a constitui. Ela não se transforma, apenas muda o seu estado físico (sólido; líquido e gasoso). Já o homem, transforma-se. Assim, também, está ocorrendo com o globo terrestre. "Ao mesmo tempo em que os seres vivos progridem moralmente, os mundos que eles habitam progridem materialmente" (E.S.E.). Transformação é evolução.

Santo Agostinho já nos alertava sobre esse movimento natural da vida: "Quem pudesse seguir um mundo em suas diversas fases, desde o instante em que se aglomeraram os primeiros átomos da sua constituição, o veria percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas em graus insensíveis para cada geração, e oferecer aos seus habitantes uma morada mais agradável, à medida que eles também avançam na senda do progresso. Assim marcham paralelamente o progresso do homem, o dos animais seus auxiliares, o dos vegetais e o das formas de habitação, porque nada fica estacionário na natureza" (Santo Agostinho, E.S.E., cap. II; 19).

É preciso morrer para renascer. A Terra esteve material e moralmente num estado inferior ao de hoje, e atingirá, sob esses dois aspectos, um grau mais avançado. Ela chegou a um de seus períodos de crise e transformação. "A Terra esteve material e moralmente num estado inferior ao de hoje, e atingirá, sob esses dois aspectos, um grau mais avançado. Ela chegou a um de seus períodos de transformação, e vai passar de um mundo expiatório a mundo regenerador. Então os homens encontrarão nela, a felicidade, porque a lei de Deus a governará" (SANTO AGOSTINHO, E.S.E., cap. II; 19).

O mundo já esgotou suas possibilidades de mudanças, passando por diversas crises e, agora, renascerá em uma Nova Era. A Terra está deixando de ser o mundo de provas e expiações para se transformar no mundo de regeneração. O mundo de regeneração também é transitório, como coloca Nazareno Feitosa, é uma preparação para o mundo feliz.

Sendo assim, não devemos lamentar essas crises, elas são necessárias para as transformações. “É melhor que piore para que se limpe, para que venham coisas melhores, um mundo melhor”. Ninguém gosta de passar por crises. A crise desarruma, confronta, foge à nossa compreensão intelectual. Se pudéssemos atravessar essa dimensão emocional, que faz parte da condição humana, talvez, pudéssemos atravessar melhor essas crises e compreendê-la melhor.

Segundo a etimologia da palavra, "crise" vem da palavra "krimeu", que significa discriminar (matar). "Cri", por sua vez, significa "purificação", separar daquilo que não é seu, que você não precisa mais. Então, a crise é um bem, é matar o que não serve mais, purificar (tornar-se melhor). A crise, assim, não deve ser entendida como um problema, não é um mal. A crise é para ser vivida. É a cultura (sistema de crenças) que a coloca como um mal, e todo mal devem ser combatidos. A crise deve ser compreendida como solução, pois, ela é necessária para a transformação. 

Allan Kardec pergunta aos Benfeitores (L.E., Q. 728): A destruição é uma lei da Natureza? Eis o que respondem os Benfeitores a Kardec: "É preciso que tudo se destrua para renascer e se regenerar, porque o que chamais de destruição não é senão uma transformação que tem por objetivo a renovação e melhoramento dos seres vivos".

Fugir às crises é uma atitude no mínimo “escapista”, é uma fuga da responsabilidade. O uso de drogas, o consumismo exacerbado e a violência que hoje assistimos, são formas escapistas. Devemos nos entregar a crise e não combatê-la. Permitir que ela nos domine é a posição mais ativa que se pode ter presente à crise, porque ela é um processo natural. A crise tem o seu trabalho a cumprir.

Comumente não agimos, mas, reagimos à crise, e a reação é um movimento contrário onde se desprende um maior gasto de energia, sem nada mudar. A ação é um processo criativo, que nasce de dentro para fora. Confrontar é olhar de frente, porém, como somos levados a idealizar, passamos a combater a realidade em vez de nos movimentarmos com a realidade. Isto porque, estamos muito identificados com o nosso Ego que foi construído. Ainda acreditamos que podemos segurar um processo (a realidade) sem aceitar as mudanças.

Nós criamos o problema. É preciso sair do problema (ir para fora) e criar algo novo e não se prender ao problema. Não é de uma hora para outra, como uma mágica, que isso irá ocorrer. O nosso Ego dificulta esse processo, pois, somos muitos apegados ao nosso Ego, e pouco se percebe o que está à nossa volta. Vamos soltando-nos dos problemas aos poucos e com disciplina. "Se a porta da percepção se abrisse, tudo seria diferente". 

Aprendemos a representar, a sermos uma "fachada". Fazemos o que os outros gostam para não sermos deserdados, negados, para sermos aceitos, para não contrariarmos o outro. Assim, deixamos de arriscar o novo por medo do desconhecido. Dessa forma, a Crise Contemporânea se constitui na "Crise de Percepção". 

Em outras palavras, o problema está no nosso modo de olhar. Representamos a vida com um olhar que não cabe mais no nosso tempo. Não percebemos, ainda, que o tempo de Descartes, século XVIII, já passou. É preciso mudar essa visão mecanicista e perceber que não somos máquinas e que a natureza não funciona como um relógio. Somos seres vivos. Somos seres cognitivos: percebemos, pensamos e sentimos. 

Como afirmam os Benfeitores: "São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo devem receber o seu complemento; em que o véu lançado intencionalmente sobre algumas partes do ensino deve ser levantado; em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, deve levar em conta o elemento espiritual; e em que a Religião, deixando de desconhecer as leis orgânicas e imutáveis da matéria, essas duas forças, apoiando-se mutuamente e marchando juntas, sirva uma de apoio para a outra. Então a Religião, não mais desmentida pela Ciência, adquirirá uma potência indestrutível, porque estará de acordo com a razão e não se lhe poderá opor a lógica irresistível dos fatos" (E.S.E., cap.I; 8).

É isso que a Nova Era vem nos trazer. É preciso deixar morrer a Era da Matéria que fez do homem meramente máquina. Mudar essa visão cartesiana, onde se vê as estruturas (partes) e não o sistema (o todo). É preciso desenvolver uma visão mais sistêmica.  A realidade não é só construída de fatos negativos. Muitas coisas boas estão acontecendo em toda parte do mundo, apesar da mídia pouco divulgar. Perceber que o verdadeiro sentido das coisas não está nem nas partes, nem no todo, mas, está na relação entre as partes e o todo. Entre a razão e o sentimento.

Os paradigmas obstruem a criatividade porque o individuo se movimenta dentro de um modelo determinado. O paradigma dita “como deve ser”, filtra tudo. O homem passou a seguir modelos, esquecendo-se de si próprio. Os paradigmas impõem regras que limita o homem. Apesar de o cientificismo ter buscado separar a mente do corpo, o homem é razão e emoção. E, por isso, o homem, hoje, precisa reaprender a ser sujeito da própria história e não mais ser protagonista. Quando o paradigma muda, tudo volta à zero. Essa mudança é vivencial e teórica.

O cientificismo é a crença de que a ciência é uma forma superior de pensar esquecendo o subjetivismo, a emoção. Separou o todo visto pela religião, para conhecer as partes. Agora é preciso retomar a busca do todo que a razão separou. Retornar não significa ir à busca do misticismo e do dogmatismo da religião, mas, se autoconhecer. Ninguém é só cabeça, a ciência fez isso, fez o homem olhar só do pescoço para cima. O ser humano é cabeça, tórax, barriga, sexo, emoção. O ser humano é o todo. 

O problema, no entanto, não está no conhecimento, mas, com o uso que se faz desse conhecimento. O conhecimento sem a prática é nulo. O indivíduo não é só potência, ele precisa expressar a sua potencialidade (energia). O pensamento é energia, podendo ser uma energia positiva ou negativa. Para realizar mudanças faz-se necessária vontade firme. Ter vontade firme do que se pensa realizar já é uma realização, pois, tudo o que se realiza no campo material é antes realizado no campo energético (pensamento). É preciso, pois, fortalecer o homem para a realização. 

O homem cria idéias e meios para esconder o que ele verdadeiramente é em essência. Busca esconder a realidade, sem perceber que a realidade é um processo, por isso, não existe uma definição para realidade. Ora, não se pode segurar um processo. Processo é dinâmica, é movimento. A realidade está em movimento todo o tempo. Ficar preso a realidade é ficar preso a um problema, é tornar-se inerte e, nada se produz. É mecanismos individuais, por isso, a necessidade de autoconhecimento.

Os indivíduos tendem a repetir um comportamento que lhe foi passado, sem nem mesmo questioná-lo, e sem conhecer o seu real sentido, passam adiante como verdade absoluta. Por falta de bom-senso, esse comportamento vai sendo levado adiante sem que se perceba que se ficou estacionado no tempo. Assim nascem os paradigmas. É preciso rever os conceitos. Nem sempre o que é certo pra um, é certo para o outro. Não existe “o certo”, da mesma forma que não existe “verdade absoluta”. Mas, existe o que é certo para cada um.

Vemos o mundo ainda por um sistema de crenças (cultura) que está em desacordo com a nossa época. Ou seja, precisamos mudar essa visão diacrônica de mundo, para perceber que estamos saindo da Era da Matéria e entrando na Era do Espírito, ou, Nova Era.

É necessário desconstruir a visão negativa de mundo e retornar em busca do ser em essência que todos somos. Um ser que pensa e sente. Deixar morrer o homem velho que habita em nós para renascer esse novo homem. Deixar morrer não é negar o velho, mas, dar-lhe um novo significado. Não é conceber novos conceitos, mas, desconstruir os já existentes. Se libertar dos modelos convencionais e perceber que a vida é mais do que conceitos, mais do que representações. A vida está sempre mudando, ela se movimenta.

No começo, tudo era caos; os elementos estavam em confusão. Pouco a pouco, cada coisa tomou o seu lugar; então, apareceram os seres vivos apropriados ao estado do globo (L. E. Q. 43). A vida, assim, é auto-organização. Não basta saber tudo, é preciso sentir. "A vida sente a si mesmo". Para que a vida coletiva possa vingar, é necessário que os integrantes de grupo social tenham fortemente arraigados em si a noção de que as relações sociais somente serão satisfatórias se o homem respeitar o outro com quem ele se relaciona.

Na sociedade humana atual faltam objetivos nobres, por isso não se reconhece o incomensurável valor da vida e as grandes oportunidades que ela oferece para o progresso. Há muita ansiedade e inquietação porque os pensamentos negativos formam um muro que impede que se veja além. Revolvendo ódios e descontentamento, os humanos afastam a paz e a alegria de suas vidas.

Além disso, parece que as pessoas estão perdendo a consideração mútua, desinteressada e amistosa de um ser humano para outro, e permanecem mais horas em frente à televisão, absorvendo descontentamento. A maioria dos contatos é vazia, e as pessoas agem como se fossem máquinas. Não se sabe o que elas estão pensando e sentindo, ficando no ar o desencanto. Não ocorre uma troca espontânea, alegre e benéfica, oriunda de palavras amigas e da generosidade. Uma renovação precisa surgir. Unidos no pensamento positivo, venceremos.

O sistema depende da natureza, mas, não é determinado por ela. Um se adapta ao outro. A própria medicina, hoje, já aceita que muitas causas de doenças físicas estão diretamente associadas ao desequilíbrio emocional. Toda energia bloqueada tende a se canalizar em um determinado órgão. A mágoa, por exemplo, pode causar cálculos renais. Essa energia negativa vai se acumulando no organismo, formando verdadeiros cristais que vão se aglomerando e se sedimentando no aparelho renal.

A mágoa pode ser causa de doenças graves, como o câncer. Assim, também, pode ocorrer com o intestino, o indivíduo "enfezado" tende a ficar com "prisão de ventre" (fezes presas), ou, constipado. Na verdade, são as emoções retidas. O médico, assim, não pode mais tratar somente o rim, o intestino, o coração ou estômago, ou seja, as partes. Ele precisa observar o paciente como um todo: o físico e o emocional. Não mais somente para intervir, mas, para prevenir mazelas futuras.

Os paradigmas estão ligados a Física, mas, a própria Física também mudou. A Física Quântica vem nos mostrar que o Universo não é mais visto como único e que existem vários universos, confirmando o que Jesus já nos ensinou: "Há muitas moradas no Reino de meu Pai".

Em outras palavras, há outros níveis de realidade que são reais e convivem ao mesmo tempo. A ciência comprovou. O Universo é uma imensa teia, não é mais macro. Tudo é interdependente. Não existe uma única realidade, assim como não existe uma verdade universal que está na religião (dogma), converter tudo em uma única verdade.

O cientificismo nasceu para combater a religião e acabou criando outra religião que é o próprio cientificismo, que limita o conhecimento. É preciso refazer o caminho de volta. Não é negar a razão, mas, equilibrar razão e sentimento. É a combinação razão e sentimento que movimenta o ser e a humanidade. É preciso ressignificar para se compreender, captar sentidos.

O significado das coisas está oculto. A ciência desligou a dimensão religiosa - Deus - das coisas, agora é hora de religar sem dogmatismo. Cada um deve encontrar Deus de sua forma. Não é negar a religiosidade vigente, mas, cada um conhecer a si mesmo (autoconhecimento) e encontrar o Deus que habita em si. Encontrar a forma de se religar com a Divindade Suprema, com a dimensão Espiritual.

Não existe uma verdade absoluta, isso seria determinismo. Tudo no Universo é uma probabilidade de existir, é uma "tendência". "Há leis naturais e imutáveis, sem dúvida, que Deus não pode anular segundo os caprichos de cada um. Mas, daí a acreditar que todas as circunstâncias da vida estejam submetidas à fatalidade, a distância é grande" (E. S. E. cap. XXVI; 6). A própria matéria pode não existir, pois que, existem espaços vazios dentro dos átomos, ainda sendo considerada a menor parte da matéria. A ciência já identificou partícula ainda menor. O átomo para ser visto a "olho nu" teria que ser aumentado na proporção do Globo, e, ainda assim, seria visto como um grão de areia no oceano, e, mesmo sendo micro partícula é constituído por espaços vazios, então, como afirmar a existência da matéria?

Dr. Paulo César Fuctoso, em sua Palestra "Ectoplasma e Materialização de Espíritos", esclarece sobre os imensos espaços vazios que constitui o nosso corpo físico. Segundo Paulo César, "se somos constituídos por espaços vazios, os nossos sentimentos, pensamentos e memórias não podem estar aqui dentro, porque não estamos no espaço vazio. Tudo o que colocamos como abstrato (pensamento, sentimento, memória) na matéria não está. Está no Espírito".

Dessa maneira, a essência da matéria não está no objeto, mas, nas conexões (átomos, prótons, elétrons). Daí perceber que entre eu e o outro existe uma conexão física, ainda sendo indivíduos separados. Perceber que existe uma relação entre potencialidade (energia) e realidade. 

"Há pessoas que não veem nos seres orgânicos senão a ação da matéria a que atribuem todos os nossos atos. Não veem no corpo humano senão a máquina elétrica; não estudaram o mecanismo da vida senão pelo funcionamento dos órgãos que viram se apagar, frequentemente pela ruptura de um fio, e não viram nada mais do que esse fio (...) não viram a alma escapar-se, não a puderam apanhar, concluíram que tudo estava nas propriedades da matéria e, assim, depois da morte o pensamento se aniquilava. Triste consequências se assim fora, porque então o bem e o mal não teriam finalidade. O homem teria razão de pensar só em si mesmo e em colocar, acima de tudo, a satisfação dos seus prazeres materiais. Os laços sociais se quebrariam e as mais santas afeições se romperiam para sempre. Felizmente, essas idéias estão longe de ser gerais" (L. E. Q. 148).

“Sentir o Universo é um trabalho interior. É preciso renovar-se. Sentir-se pessoas de verdade, com qualidades e fraquezas. Jamais sentir-se um estrangeiro afastado de si mesmo”. Que Assim Seja!    


Luz e amor!




"A inteligência é rica em méritos para o futuro, mas com a condição de ser bem empregada. Se todos os homens bem dotados se servissem dela segundo os desígnios de Deus, a tarefa dos Espíritos seria fácil, ao fazerem progredir a humanidade. Muitos, infelizmente, a transformaram em instrumento de orgulho e perdição para si mesmos. O homem abusa de sua inteligência, como de todas as suas faculdades, mas não lhe faltam lições, advertindo-o de que uma poderosa mão pode retirar-lhe o que ela mesma lhe deu" 

(Bem-Aventurados os Pobres de Espíritos, cap. VII; 13. E.S.E.).









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"(...) Quem se faz instrutor deve valorizar o ensino aplicando-o em si próprio" (Joanna de Ângelis.