"Sinto você como se minha alma gêmea" (JL)
Em 18-04-2013, às 23hs
Com dói o reencontro com o ser
amado sem poder mais tocá-lo. Oh, dor inclemente! Não compreendi, naquele momento, esse
reencontro em planos opostos, aquela barreira intransponível a separar-nos. Aconteceu na Reunião Mediúnica, sem nenhum aviso prévio, ou, talvez, eu não tenha dado atenção ao
aviso precedente. Há um mês, aproximadamente, acordei no meio da noite com a
presença de seu amigo, desencarnado há um ano, via-o passar por mim e, seguir em
frente. Em seguida, outro amigo, também desencarnado, há mais tempo,
recebendo-o e os dois dando muita risada. E, ele me mostrava o amigo, o qual
costuma chamar de “Rei Bantu” (rei africano). Acordei sobressaltada:
“Meu Rei Branco (como se autodenominava) partiu!”, e chorei em silêncio.
Ao amanhecer telefonei para ele,
nenhuma chamada atendida, nenhum retorno. Ele nunca deixou de atender as minhas
ligações, nunca passou tanto tempo em silêncio (quatro meses), mesmo depois de
termos rompido com o relacionamento há dois anos. Era uma relação de muita
amizade e amor. Não compreendendo, passei a pedir por ele na Casa Espírita. Colocava sempre o seu
nome no pedido de prece. Não queria nem ao menos supor que ele pudesse partir
dessa vida. E, muito menos, ainda, sem nos despedirmos. Disse-me numa última mensagem:
“Não lhe procuro porque preciso, lhe
preciso porque lhe amo” (Outubro/2012).
Era a última ficha a ser chamada.
Todo o trabalho mediúnico havia transcorrido harmoniosamente bem. Nunca sabemos, na
verdade, quando tudo ocorre bem, mas, desejamos que o nosso esforço em servir resulte, de alguma forma, em benefício para alguém, encarnado ou desencarnado. Então,
abriu-se em minha frente uma luz intensa, e, uma força arrastou-me, como o vento
de um tufão, até ela. Queria atravessar desesperadamente aquela barreira
energética que nos separava, uma parede em forma de um espelho d'água: eu e o meu grande amor, agora, do outro lado da vida.
Como aquela ficha veio cair em
minhas mãos? Por que eu teria que vê-lo do outro lado da vida, sem nada poder fazer?
Por que partiu sem ao menos dizer-me “adeus”. E agora terei que seguir sem o seu
olhar, sem o seu carinho pra viver. Eu pude vê-lo através daquela barreira,
quieto, pensativo. Havia muita luz à sua volta, mas, não pude lhe chegar perto,
somente vê-lo, percebê-lo através daquela parede magnetizada. Pareceu-me um
desencarne recente, morte natural, talvez ainda não pudesse ter esse encontro comigo, para o
seu bem. Talvez esse choque o colocasse em desequilíbrio e, trouxesse-lhe alguma
perturbação como trouxe à mim. Senti-me arremessada, literalmente, ao chão.
Perdi o chão. Perdi a consciência de mim mesma. Vaguei no espaço vazio, que dor! Não sei o que mudou em mim, no meu retorno, mas, sinto que já não sou mais a mesma.
Meu Amigo Benfeitor acompanhava-me num
magnetismo de amor, nada podia fazer, a não ser acompanhar-me e, trazer-me de
volta ao espaço terreno. No meu desequilíbrio, não permiti a sua aproximação.
Sem compreender o acontecimento, culpava-o pelo sofrimento que me permitiu passar. Gritava-lhe
em prantos: “_ Eu não estava preparada, por
que você deixou?”. Já em casa, tranquilizou-me, segurando minha mão e
afagando minha cabeça: “_ Durma, amanhã tudo
terá passado e não sentirá mais esta dor”. Acordei com a sensação de
ter voltado de um hospital, ainda sedada. Passei o dia como se anestesiada,
sentindo uma tristeza contida, sem o desespero da noite anterior.
Ele não acreditava na comunicação
com os Espíritos. Materialista ao extremo, dizia que era “coisa de gente sem formação”. Não admitia que eu, ou, alguém com
alguma formação acadêmica, pudesse absorver essa ideia. Não rezava, mas, falava
em “Deus Pai”, do Antigo Testamento. Acreditava num Deus austero e não no “Deus
Filho”, como chamava a Jesus. Conhecia todas as passagens da Bíblia e os
seus ensinamentos. Conhecia o “Latim”. Inteligente ao extremo. Gostava de
brincar com ele dizendo: “_ namorar com
você é cultura”. Nunca havia conhecido uma mente tão brilhante. Era firme
em suas decisões sem jamais perder a doçura nos gestos. Um dia, quando passei
por uma cirurgia de reconstrução da face, vi lágrimas em seus olhos. Revelou-me sentir medo de me ver morrer. Quando retornei, disse-me: “_ Tive tanto medo de te perder que, pela primeira vez, rezei”. Depois,
sorrindo, confessou-me: “Eu não rezei, mas,
paguei uma dessas senhora para rezar”.
Não está sendo fácil a separação,
muito menos suportar a angústia que senti ao percebê-lo do outro lado da vida. Desejei
que aquele portal tivesse se aberto, que eu pudesse penetrá-lo, tocá-lo,
dizer-lhe o quanto eu o amo. Mas, não foi permitido. Retornei para a sala da
mediúnica como se nunca a tivesse deixado. Era só pranto.
Afônica, completamente desequilibrada emocionalmente, implorava por auxílio da Espiritualidade. Queria que me dissessem o por quê? Que não era verdade, era um embuste ou um espírito perverso para desarmonizar o trabalho. Queria não mais está ali, achei cruel. O doutrinador não entendendo a minha aflição, acreditava ser “animismo”, e, assim, não me permitiu o auxílio urgente e necessário. Encerrou-se o trabalho da noite sem que eu fosse devidamente acolhida. Passei uma semana com a garganta completamente inflamada, parecia queimadura, o palatino (céu da boca) estava intocável. Somente passada uma semana, recuperei a nitidez da voz. Ainda encontro-me em desalinho, mas, esforçando-me para superar essa passagem. A vida continua!
Afônica, completamente desequilibrada emocionalmente, implorava por auxílio da Espiritualidade. Queria que me dissessem o por quê? Que não era verdade, era um embuste ou um espírito perverso para desarmonizar o trabalho. Queria não mais está ali, achei cruel. O doutrinador não entendendo a minha aflição, acreditava ser “animismo”, e, assim, não me permitiu o auxílio urgente e necessário. Encerrou-se o trabalho da noite sem que eu fosse devidamente acolhida. Passei uma semana com a garganta completamente inflamada, parecia queimadura, o palatino (céu da boca) estava intocável. Somente passada uma semana, recuperei a nitidez da voz. Ainda encontro-me em desalinho, mas, esforçando-me para superar essa passagem. A vida continua!
Neste instante em que escrevo, as
lágrimas cobrem o meu rosto. Mesmo conhecendo a Doutrina Espírita, trabalhando
na desobsessão, entendo que existem coisas entre o Céu e a Terra, como disse o
filósofo, que a vã filosofia é incapaz de explicar. Existem mistérios no
Universo inexploráveis, os quais nem o saber filosófico, nem o conhecimento
científico conseguem revelar: a essência do que há além da vida. Continuo a
afirmar o que já mostrara Allan Kardec: “Espíritas: Amai-vos, esse é o primeiro
ensinamento. Instruí-vos, o segundo”.
Conhecimento sem amor não resulta em caridade. O amor não julga, o amor não condena. O amor a tudo compreende, porque em tudo há uma razão de ser. Razão que ainda desconhecemos pelo grau da nossa evolução. Somente a fé em uma Inteligência Maior, dá-nos a credulidade que precisamos para seguir em frente, mesmo sem conhecer. “Feliz aquele que sem ver, acredita” (Jesus).
Conhecimento sem amor não resulta em caridade. O amor não julga, o amor não condena. O amor a tudo compreende, porque em tudo há uma razão de ser. Razão que ainda desconhecemos pelo grau da nossa evolução. Somente a fé em uma Inteligência Maior, dá-nos a credulidade que precisamos para seguir em frente, mesmo sem conhecer. “Feliz aquele que sem ver, acredita” (Jesus).
O amor é o maior de todos os
Ensinamentos. O “outro” é o maior livro da vida. Somente em contato profundo
com o “outro” aprendemos a verdadeira lição deixada pelo Mestre maior, Jesus –
AMOR. Estudai cada caso, conhecei cada caso, “cada caso é um caso” e não deve ser pesado com a mesma medida. Para
conhecer cada caso é preciso ouvir quem o vivencia. Egoísmo, vaidade, inveja,
mágoa é próprio do ser humano. Bem como, o amor, pois que, todos os trazemos
latentes na alma. Não somos maus, estamos
maus. Porém, as causas de suas manifestações são distintas em cada ser humano,
pois que, cada ser é único (indivíduo), aquilo que feriu e contribui para que
florescesse o mal em um, não é necessariamente o que tornou o outro endurecido.
Escutai com atenção, permita que o outro lhe fale, escutar o outro ajuda na compreensão das nossas próprias dores. Escutar o outro é escutar a si mesmo, e escutar-se ajuda a
curar,
Ser levada naquele instante para
vê-lo em seu estágio atual não foi crueldade da Espiritualidade. Era
necessário enxergar o outro lado para conhecer a dor que sente aquele que partiu na ignorância, para recebê-lo com maior
compreensão e amor no acolhimento fraterno. Era necessário para o meu
próprio fortalecimento espiritual. São aprendizados que os livros não ensinam,
apenas corroboram para uma maior compreensão e discernimento da Doutrina. Ser Espírita é ser Cristão. No entanto, para compreender o outro é
preciso posicionar-se no lugar do outro, isto se traduz em conhecimento, isso é
sabedoria de vida. Esse aprendizado não pode ser extraído de Compêndios, somente
o amor ensina. É enxergar a vida pela luz dos olhos do outro. É o que ensina Jesus: "Amar ao próximo como a si mesmo!.
A vida que pulsa em mim é a mesma
vida que pulsa em meus semelhantes, somos feitos da mesma essência, centelha do amor divino. Os
efeitos do orgulho, da vaidade e do egoísmo são os mesmos que corroem a alma e
destroem o coração, mas, as causas são distintas em cada ser. Todos na Terra sofremos
os efeitos do orgulho, do egoísmo e da vaidade em graus diferentes. São as causas desses
sentimentos deletérios que precisam ser conhecidas, ouvidas e, muitas vezes,
sentidas para se poder ajudar. A sombra não se encontra no espaço em que
habitamos, a sombra habita dentro de nós, assim como a luz.
Pode-se estar de olhos abertos num dia de sol de verão e só conhecer a escuridão. Bem como, pode-se fechar os olhos e ver claramente a luz. É preciso trabalhar a escuridão da alma. Por que a luz se apagou? Quando se deu o “blecault”? Conhecer os "fusíveis" queimados e trocá-los para que a luz se acenda novamente. Estamos aqui na Terra para esse reparo, trocarmos os vícios pela virtude para que o amor renasça. A Casa Espírita contribui para essa reforma íntima, pois, ajuda a elevar o nosso padrão vibratório, afastando a obsessão e ensinando que o amor é a verdadeira luz. Este é o fundamento primeiro da reencarnação, evoluir no amor. Que Assim Seja!
Pode-se estar de olhos abertos num dia de sol de verão e só conhecer a escuridão. Bem como, pode-se fechar os olhos e ver claramente a luz. É preciso trabalhar a escuridão da alma. Por que a luz se apagou? Quando se deu o “blecault”? Conhecer os "fusíveis" queimados e trocá-los para que a luz se acenda novamente. Estamos aqui na Terra para esse reparo, trocarmos os vícios pela virtude para que o amor renasça. A Casa Espírita contribui para essa reforma íntima, pois, ajuda a elevar o nosso padrão vibratório, afastando a obsessão e ensinando que o amor é a verdadeira luz. Este é o fundamento primeiro da reencarnação, evoluir no amor. Que Assim Seja!
Luz e Amor!
"O progresso é uma das leis da natureza. Todos os seres da Criação, animados e inanimados, estarão submetidos a ela, pela bondade de Deus, que deseja que tudo se engrandeça e prospere. A própria destruição, que parece, para os homens, o fim das coisa é apenas um meio de levá-las, pela transformação, a um estado mais perfeito, pois tudo morre para renascer, e nada volta para o nada" (Santo Agostinho)
( Há Muitas Moradas na Casa de Meu Pai, Cap. III; 19. O Evangelho Segundo o Espiritismo)
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"(...) Quem se faz instrutor deve valorizar o ensino aplicando-o em si próprio" (Joanna de Ângelis.