domingo, 29 de julho de 2012

Revelação

  "Tome a sua cruz aquele que me quiser seguir"
(E.S.E. cap. XXIV;19)


Em 26-05-2012,  às 15hs e 28mint.

"Como é triste envelhecer, perder a força que impulsiona para a vida. Uma alma sã em um corpo que decai. O coração ainda pulsa igual a de um jovem, guarda em si as mesmas emoções e o corpo a mesma sensação. Mas, e o amor? Onde ficou o amor, o sexo e o prazer?

Estou vivo em um corpo que falece, que não mais obedece aos comandos dos meus desejos. A alma lateja, arde uma febre de desejo e o corpo não responde. eu quero sentir tudo como antes. Eu quero o corpo, eu quero o desejo ardente, eu quero a satisfação, mas, onde buscar? Em seu corpo jovem, em sua carne fresca, em seu cheiro de vida, em sua formosura ainda explendida. Nã, não me ame, faça-me apenas vivo. Devolva-me a emoção da alma, a sensação do corpo, para o meu delírio, para o meu prazer.

Eu quero estar vivo em sua péle. Eu quero estar vivo em você, na sua boca quente, nos seus lábios pequenos. Quero ser presa do seu calor, dos seus cabelos longos, enfim, quero tudo o que já foi meu, o teu amor. Chore, chore, mas, ama-me intensamente. Não suporta meu cheiro? Mas, ama-me. Faça-me vivo. Faça-me vibrar, pulsar, sentir-me vivo novamente. Só você pode trazer para mim, o doce sabor da vida. Só teu corpo aquece a minha alma. Deixe-me vivo em você. Eu preciso sentir que não acabou, que não chegou o fim.

Não, não se vá! Não se vá doce amada. Se fores o que será da minha alma? Eu tenho alma, entende? Eu não morri, vivo em você, por você eu existo, doce amada. Adoro respirar o seu cheiro, seu ar. Adoro seu gemido, seu querer. Adoro amar você!

Não, não aceito a separação. Chore, mas fique comigo. Deixe que eu descanse o meu corpo já cansado, na sua juventude, na plenitude do seu querer bem. Então, assim, seremos juntos, seremos únicos. Lembra-se das juras de amor? És livre para o mundo, mas, escrava dos meus desejos, dos meus anseios de me sentir vivo junto a si. 

Chore, mas faça-me vibrar, eu preciso sentir que ainda existe vida em mim. Não me abandone, por favor! Suplico-lhe, fique aqui!"

Vicent

Essas foram as suas súplicas de amor. Seu devaneio. Dormi limpa, acordei suja com uma repulsa de mim mesma. Ontem parecia amor a sua procura, hoje, tortura, tormento. Quanto arrependimento em procurar corresponder a sua loucura. Sim, loucura. Como pode alguém dizr amar e subjugar a quem ama? Não, não compreende nem mesmo o que sente. Não, não é amor o seu delírio. Como pode acorrentar-me nessa tormenta e jurar amor? O que quer é apenas acreditar-se jovem, viril, com vida quando o corpo já lhe envelheceu. Quem ama não arrasta para a lama do infortúnio para que se possa dominar.

Quem ama deixa livre, não escravia, pois que o amor liberta. Não busca as fraqueza para se fazer senhor. Ama e não te compadece das lágrimas que faz correr na alma sofrida, humilhada, perdida. Ama e suplica pelo delírio do corpo, o prazer da carne onde já não te encontra mais, enquanto arrebata uma alma para o limo, o limbo. Ama, suplica o gozo e, se ri do gemido da dor contida no silêncio das minhas palavras.

É assim que hoje sinto-me ao seu lado, um corpo sem alma, pois que, já a enterrasse, há muito, nesse mar de lama e de sofrimento moral. Rogo para que me abandone. Livre-me desse amor insâno. Rogo para que se cure e deixe-me viver em paz. No amor, já não mais acredito mesmo, porque, nesse mundo, não econtrei amor. Desprezo meu corpo, meu cheiro, meu jeito, pois que, em toda minha existência, só despertou desejo, paixão e, eu desejo amor.

Pude sentir o seu cheiro de carne em aputrefação. Pude perceber a sua péle sem cor e o seu  olhar já sem vida. Chorei sim, supliquei que não mais fizesse isso de mim., mas, não quis me ouvir. Suplicava-me o contrário: "faça-me vibrar pela última vez". Aos prantos fiz o que me pedisse, e agora sinto vontade de morrer! Não, eu não lhe desprezo por sua velhice, por seu corpo já não corresponder aos meus anseios. Desprezo-me a mim mesma por ainda procurar em você a promessa de amor quando sei que não irei encontrar pois que sou para você um corpo. Os meus sentimentos nunca tocou os seus sentimentos. Diz-me chora! É por isso que me desprezo, porque atiro-me numa dor profunda, no âmago do meu ser, para aliviar-lhe os desejos, enquanto não vê, ao menos, o meu pranto correr. Adeus ou a morte em vida! A morte do meu desejo de viver.

Então, todo aquele cenário abriu-se para mim, o quartinho úmido, frio e mau cheiroso. No chão havia água, sujeira, onde eu era obrigada a caminhar. Apenas uma fresta de luz, um sanitário fétido com odor de uréia insuportável. Uma pia imunda, onde a ferrugem já corroia a torneira. Uma ant-sala onde era deixada a bandeja, sem prato. A comida exalava um cheiro de azedo e era obrigada a comê-la ou padecer de fome. Ficava nos fundos de uma grande área verde, uma chácara. Ele, velho, gordo, sedento de desejo, os mais vis. Não queria que me tocasse o corpo, nem aos meus cabelos. Sentia asco. Via a lágrima escorrer-lhe na face de tão triste a sua alma, mas, não se comovia com as minhas, pedia apenas: "faça-me vibrar".

Quando a porta se abriu, finalmente, estava livre. Pude ver o céu, as árvores .... que paz!


Mensagem recebida às 23hs do dia 26-05-2012.

"Como chora essa alma bendita em busca do amparo Divino! Luta incessantemente contra as profundezas do seu inconsciente. Não vê que não pode mudar a escrita do Senhor teu Deus? Ore e ame!

Ore pela humanidade que padece de oração, para que se lhe absolva dos pecados. Ame, incomensuravelmente. Ame! O amor é bálsamoque refrigera as dores das almas, as dores do mundo. Vê, não está só. estamos contigo a guiar os seus passos. Não tema. Confie nos amigos do plano invisível. Sabe da nossa existência, conhece o nosso amor, então, entrega-se ao labor. Deixe-nos falar através de sua alma.

Por que reluta? Sabe o caminho a seguir. O Senhor enviou-nos para acolhê-la, guiá-la nessa jornada árdua, longa, mas, doce, serena e de paz. Creia! Ore! A oração será sua bússula a orientar-lhe o caminho. Tenha fé, mas, a fé do sã. Dos que sabem porque acreditam. A fé raciocinada. Estudo e oração serão seus maiores aliados nesta empreitada. Amar, o primeiro ensinamento e estudar, o segundo.

"Vigiai e Orai". Então, nada mais lhe prenderá ao passado. Terás vencido essa etapa, e , enfim, a glória de Deus se fará. Louvado seja o nosso Senhor Jesus Cristo, que nos uniu em Vosso nome."

Espírito Protetor


Essa fora a revelação que me fez silenciar por algum tempo e que hoje, seguindo o tratamento com a espiritualidade, o jugo ficou mais leve, pude, enfim, compartilhar com os amigos e leitores, segundo o propósito desse Diário Espírita. Nada acontece de acordo com minha vontade. Os relatos não seguem o meu comando, nem uma sequência exata nas datas publicados. O que está no final é muitas vezes o início de tudo, ou, vice-versa. As frases e os fatos vão se complementando ao longo da história. Assim, os Espíritos determinam o trabalho. Convencê-los a acreditar não é o nosso ideal, mas, fazê-los duvidar. É a dúvida o impulso para se buscar conhecimentos. Que a luz Divina esteja com todos. Que Assim Seja! 
Luz e Amor!

SOB O VÉU DO ESQUECIMENTO


 "Os nossos melhores amigos são os nossos inimigos, pois, mostram os nossos defeitos".

Em 29-05-2012, às 7hs.

" - Senhor, eu matei o meu algoz enquanto vibrava em meu corpo!".

Era a única maneira que acreditava de libertar-me do seu jugo. Violentou-me aos doze anos de idade e fez-me sua escrava sexual. Quando conheci o amor, por volta dos dezenove anos, encarcerou-me naquele porão imundo onde somente ele tinha acesso, nos fundo da fazenda, era anos de 1850 - França. Mas, para a minha surpresa, a morte não existe, então, ele continuava a perseguir-me durante as minhas várias existências terrenas. O remorso foi a minha companhia e o seu desejo, ainda vivo, o meu companheiro. 

Continuei a vida com a profissão mais antiga. Fui ao longo do tempo prostituta, meretriz, "A dama das Camélias". Conheci o Senhor Deus, mas, o remorso, antigo companheiro de jornada, teimava em desviar-me do caminho. Queria vingar-me do mundo por não me permitir o amor. Destruí lares santos por terem destruido minha santidade. Ninguém acreditou que eu pudesse amar e servir ao Senhor. Fecharam-me as portas dos templos sagrados e profanos. Então, sentindo-me suja, deixei de acreditar em mim, mas, não em Deus.

Mas como? Há de perguntar-me. Deus existe para todos menos para mim. Está em todas as coisas, mas não em mim, pela minha impureza.  (Madaleinne)

""Eu sou a Verdade e a Vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim" (Jesus). O amor é a chave para a felicidade. É a chave que abre os corações, até os mais endurecidos. Deixá-los trancados é transgredir a Lei Universal. Doe amor! Então, estará resgatando vidas que ficaram trancadas na escuridão do medo. O amor é luz. A única que ilumina qualquer caminho e retira a humanidade das trevas do orgulho, da vaidade, do egoísmo e da presunção. Amai e Orai pela humanidade, então, a Palavra se cumprirá. Fora da Caridade Não Há Salvação."  Espírito Amigo (em 29-05-2012, às 8hs e 30mint.).

Tudo o que me havia falado a Espiritualidade sobre acreditar. Eu teimo em não acreditar na minha mediunidade, em não querer acreditar. Só não mais consigo construir um mundo meu e trancar-me. As portas do meu subconsciente se abriram, não dá mais para fechar para a realidade. 

Banhei-me, nada consegui comer. Queria dormir para não mais lembrar. Precisava recobrar as minhas energias. As pernas pareciam fraca. O meu corpo doia todo, os braços, o pescoço. O choro era compulsivo. Por que Deus permitiu esse sofrimento para a minha alma? Por que vocês, meus amigos espirituais, não fizeram nada para evitá-lo? Respondeu-me: "Acabou! Deus permite o sofrimento para um bem maior. Nós resgatamos você do passado, agora você está livre. Acabou! Era preciso que você voltasse. Vocês precisavam desse encontro, perceberem que acabou". E a sensação de ainda me sentir impura! Suja! E a dor que a minha alma está sentindo? Respondeu solicito: "É preciso expurgar".

Dormi um sono profundo. Acordei mais leve, calma. A angústia que tomou conta de mim, depois, foi saber que no dia seguinte estaria com meu amigo e conselheiro espiritual. Sabia que leria em minh'alma o meu trajeto. Saberia ao que expus minha alma. Envergonhava-me saber quem fui um dia. Ele apenas disse-me, olhando nos olhos: "Chore, chore tudo o que tiver na sua alma. Está chorando por todo o leite derramado? Agora derramou! Tem mais lágrimas? Então, chore." Perguntou-me: "Você já viu alguém neste mundo que nunca chorou? Neste mundo não há, então, chore." Depois, serviu-me água fluidificada e aplicou-me passe energético para o meu reequilíbrio. Queria que me tirasse a mediunidade. Disse-me que só passamos aquilo que precisamos passar e que ninguém pode me tirar isso. Perguntei-lhe como pode alguém estar em dois lugares ao mesmo tempo, no passado e no presente. Disse-me que já havia respondido. Não pode um corpo estar em dois lugares ao mesmo tempo. O que me ocorreu foi bicorporação (bicorporeidade).

Jamais poderia acreditar ser isso possível. Foi assim que fomos resgatados do passado, em 26-05-2012. Senti uma forte dor de cabeça. Na noite anterior havia orado. Não desejava aquele encontro. Pressentia o sofrimento. Sabia que ele não havia mudado o seu comportamento. Sabia que seria novamente subjugada, humilhada na minha dignidade. Os Amigos Espirituais aconselharam-me a confiar: "Entrega o teu caminho ao Senhor, confie na Espiritualidade. Você precisa fazer o resgate". Então, acordei decidida a enfrentar o que me aguardava, mesmo consciente das dores que, mais uma vez, teria que enfrentar para nos salvarmos.

"Senhor, faça de mim a sua morada. Tome a minha vida em suas mãos e faça segundo a sua vontade". Esta foi a minha oração, pouco antes do celular tocar. Era ele, bem antes da hora marcada, aguardava-me. Arrumei-me e segui. Enquanto seguiamos pelo caminho, parecia-me tudo como o esperado. Nada havia mudado: o seu desejo por mim e, a minha renúncia por mim. Quando adentramos aquele lugar onde se daria o encontro final, senti uma forte tontura. A visão ficou turva, inquietei-me. Sabia, como fora avisada na noite anterior, que ali tudo acabaria. Só não sabia o que me aguardava.

Entramos. A percepção que tinha era de um corredor escuro com pontos de luz sinalizando o caminho. O teto rebaixado, com forma arredondada e parede de pedras. Um lugar, extremamente, sombrio. Seguimos pelo corredor. Ao entrarmos e fecharmos a porta a percepção era de um quartinho, um cárcere úmido, fétido, sem luz, frio, vázio. Recusava-me a colocar os pés descalços no chão. Parecia que aquele chão não era o mesmo chão do momento atual. Passei a sentir repulsa pela sua companhia. Falava-me de um amor doente. Na verdade, um desejo carnal, mas que ele não se dava conta.

Relatou-me que já havia procurado um psiquiatra para se curar desse amor por mim. Ninguém mais lhe daria prazer, somente eu. Tinha que ser necessariamente eu. Mas, ao mesmo tempo em que falava de amor, escravizava-me. Mantinha-me na sua dependência, presa, humilhada. Pura degradação de um ser. Aquele sentimento jamais seria de amor. Queria tocar meus cabelos. Não suportando suas carícias, tirei-lhe as mãos da minha cabeça. Gritava em silêncio dentro de mim: "Não me toque!". Não queria os seus beijos. Sentia asco. Uma repulsa que não sei porque sentiria por alguém que um dia amei.

As horas passavam, mas, o meu tormento não. A cada segundo ia se instalando, em mim, mais revolta. Já não conseguia tocar com os pés o chão. Quando preciso caminhar ao sanitário, a sensação era de nojo. Aquele chão estava imundo. Eu estava "imunda". Olhava-me no espelho e no meu olhar só enxergava uma alma triste, sem vida. Quando ele se aproximava, sentia o "cheiro da velhice". Sua cor era pálida, sua boca era fria, seu beijo era gélido. Mas como? Então, naquele instante, não eramos mais nós dois, o casal que, tempo atrás, amou-se?

Chegada a hora do almoço, uma bandeja foi deixada na ante-sala. Como caminhar por aquele chão nojento para pegá-la? Não sei se prefiriria a fome. Então, fui servir-me. Não havia pratos, somente um garfo amassado e, aquela bandeja fria, com comida cheirando a azedo. Ele dizia-me que era tão somente impressão minha. As lágrimas começaram, então, a correr pela minha face. O meu coração estava apertado. Não levantava a fronte para que ele não percebesse a minha transformação. Porém, era transparente demais, como todas as outras minhas manifestações. Consigo tranfigurar-me. Duas mentes funcionando em um único corpo. Qual é a minha mente? Ele comentou: "Está visível em seu rosto o seu transtorno. Não pensei que a minha companhia lhe fizesse tão mal!". 

Então, subitamente explodi: "Estou com raiva de mim por me permitir esse sofrimento. Essa não é a minha casa, não é a minha cama, não é a vida que sonhei para mim". Continuei, em soluços: "Eu não odeio você, eu odeio o lugar em que você me colocou. Você ainda chama a isso de amor?". Cheia de angústia, prossegui: "Quem ama não maltrata, não humilha, não envergonha". Disse-lhe, então: "Tudo acaba aqui, nunca mais vou me permitir esse sofrimento". Ele escultou-me em silêncio, com a cabeça voltada para o travesseiro. Em seguida, disse-me: "Já que nunca mais nos veremos, faça-me pela última vez vibrar". As minhas lagrimas, minhas palavras, o meu sentimento mais profundo, arrancado do âmago da minha existência não lhe causou nenhuma comoção, ou desistência da sua satisfação pessoal. Em prantos, como sua escrava que sempre fora, atendi-lhe ao pedido, sem deixar, no entanto, que tocasse o meu corpo. Nesse instante, senti uma forte vontade de vê-lo morto, então, pude perceber o que houvera feito no pretérito.

Depois, debaixo daquela água fervendo, desejei arrancar todo aquele sentimento, aquela sensação, aquela péle. Era como se pudesse lavar a alma. Ele continuava frio e indiferente, sem nenhum gesto de emoção, sem nenhuma palavra de carinho e, assim, partimos. Ao abrir a porta, a percepção foi de estar saindo daquele cárcere no qual fui colocada há quase dois séculos.

O corredor enorme de volta, a porta de saída. Era um porão. Estive há anos presa em um porão, lá fora era uma grande chácara. A luz doeu os meus olhos, parecia que sobrevivi apenas com as frestas vinda de uma pequena janela, coberta por um pano preto. Olhei para aquela bandeja na ante-sala como se a me despedir do jugo. Fiquei ainda por alguns instantes em pé, na porta do quartinho, mirando a outra porta, do outro lado do corredor, parecia que não teria forças para atravessá-lo. Parecia não respirar. Eu saí na frente, ele seguiu atrás. Olhei o mundo lá fora. O céu azul, as árvores, a grama, o espaço não era mais vázio, a paz, enfim, estava livre. Agora era uma alma livre do expurgo.

Não vi o caminho, a estrada. Nada dissemos um ao outro. A sensação era de alívio profundo, o sofrimento estava no fim. Avistei os prédios, finalmente, estava de volta pra casa. Entrei chorando e agradecendo a Deus. Dizia-me, a Espiritualidade: "Acabou! Acabou!". Debrucei-me, em pranto, sobre o meu diário a escrever: "O que aconteceu comigo? Respondeu-me: "Imolar". O que é imolar? Eu não compreendo! Deixe-me chorar, eu preciso amigo! Estou enlouquecendo! Eu não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo! Deus me permitiria voltar lá? Por que Ele faria isso comigo? E o véu do esquecimento? E o não permitir o sofrimento? Estou louca, amigo! Ele era ele, mas não era. Eu era eu, mas não era. Aquele lugar era aquele lugar, mas não era o lugar. Por que, amigo?

"Deus permite o sofrimento para um bem maior" (Espírito amigo)

Que Assim Seja!

Luz e Amor!



"Amai-vos uns aos outros, e sereis felizes. Tratai sobretudo de amar aos que vos provocaram indiferença, ódio e desprezo. O Cristo, que deveis tornar o vosso modelo, deu-vos o exemplo dessa abnegação: missionário do amor, amouaté dar o sangue e a própria vida. O sacrifício de amar os que vos ultrajam e perseguem é penoso, mas é isso, precisamente, o que vos torna superiores a eles. Se vós os odiasseis como eles vos odeiam, não valerieis mais do que eles. É essa a hóstia imaculada que ofereceis a Deus, no altar de vossos corações, hóstia de agradável fragrância, cujos perfumes sobem até Ele". (Amai os Vossos Inimigos, cap. XII; 10. O Evangelho segundo o Espiritismo)





sexta-feira, 27 de julho de 2012

Beneficência: irmã gêmea da Caridade


Em 27-07-2012, às 00:45mint.,

Buscava refletir sobre o que me foi dito sobre Cristo: por que Ele caía e tornava a se levantar carregando a Sua cruz? Ora, Cristo poderia não passar por esse martírio, nem mesmo o merecia, Ele é o Senhor de todas as coisas! Porém, Ele se permitiu passar por todas essas dores para a nossa Salvação, em nome do Pai que está no céu. E, mesmo inocente, pediu perdão por todos nós, para aliviar as nossas culpas: "Pai, perdoa-os, eles não sabem o que faz!". Nós não conheciamos a Verdade.

Sim. Cristo, o maior líder que já existiu na humanidade, levantou-se e seguiu em frente, para ensinar aos seus apóstolos a importância do sofrimento, em virtude da Caridade. Ainda estando no chão, sobre os intempéries da vida, devemos erguer os olhos para o Alto, rendermos glória ao Senhor, por amor ao próximo e confiança no Pai, que nada fez por acaso, e seguirmos em frente. Deus não abandona nenhum de seus eleitos. Tudo tem um plano bem delineado por Deus. Todos somos importantes: "Todos sois deuses" (Jesus).

Contudo, conhecendo os seus Ensinamentos, quantas vezes, podendo aplicar o bem, escolhemos fazer o mal, ainda que a nossa consciência nos interpele? Quantas portas ainda fechamos com a nossa malediscência, conhecendo que o calar-se é uma das mais belas formas de praticar a caridade? Desejosos de mostrar sempre que somos donos da razão, deixamos de lado a indulgência e açoitamos ao irmão com nossa língua ferina. A malediscência é a forma mais cruel de se tratar o próximo, pois, contrária ao amor, não apenas deixamos de ajudar, como levamos outros a negarem ajuda ao seu semelhante, dificultando-lhe a evolução e semeando a discórdia entre aqueles a quem poderiamos unir, em amor ao Pai. 

Por que nos inclinamos para o mal, quando fazer o bem torna o nosso jugo mais leve? "Vinde a Mim todos vós que sofreis e vos acheis sobrecarregados que eu vos aliviarei, porque o meu fardo é leve e meu jugo é suave" (Jesus). Toda as vezes que deixamos de ser benevolentes permanecemos mais tempo encarcerados no invólucro corpóreo, e o carro físico é pesado de se carregar. O amor é um sentimento dos Espíritos puros, o único que liberta. É somente pelo amor que nos aproximamos de Jesus. Estando perto Dele, tudo se torna mais leve pela pureza do Espírito. "A beneficência vos dará neste mundo os gozos mais puros e mais doces, as alegrias do coração, que não são perturbadas nem pelos remorsos, nem pela indiferença." ( E.S.E, Cap. XIII; 11).

Compreender que somos todos iguais em nossas diferenças eis a chave para a Caridade, pois que, no óbulo terrestre não há superior nem inferior, somos todos partes integrantes de um mesmo corpo, com suas individualidades. Devemos mudar os conceitos: melhor e diferente. "Há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos (...) A manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil (...). Assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. (...) Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, pois, há muitos membros mas um corpo. (...) O olho não pode dizer a mão: "Não tenho necessidade de ti"; nem ainda a cabeça aos pés: "Não tenho necessidade de vós". Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários. (...) mas, Deus assim formou o corpo, dando muito mais honra ao que tinha falta dela para que não haja divisão do corpo, mas antes tenham os membros igual cuidados uns aos outros." (NT, 1 Coríntios 12).

Sendo membros de um mesmo corpo devemos procurar ajudar uns aos outros: "Amai-vos uns aos outros como Eu vos ameis" (Jesus). A beneficência é irmã da caridade, é o ato de fazer o bem. A beneficência é algo que integra a nossa personalidade, ato já consagrado por nós. Ser caridoso, como nos ensina Emmanuel, não é somente dar pão ao faminto, mas o carinho da palavra fraterna. Não é doar a roupa que te sobra, mas o teu sorriso. Paciência e tolerância com os amigos mais ditosos presos a algema da ignorância. Não sede a palmatória do teu irmão, mas sede bondoso. Levar esperança, pois aliviar com azedume é alargar a ferida de quem padece. Amparar e auxiliar sem descanso, pois somente com a força do amor alcançaremos a luz imperecível da vida. (da obra Caridade, de Emmanuel por Chico Xavier).

A caridade é antes um bem para si mesmo. Elimina a pressunção de portar-nos, frente ao irmão, como ser especial. Demove-nos o orgulho de nos sentir melhor do que o outro. Bani a vaidade de se querer o reconhecimento do próximo. Orgulho é sentir-se superior ao outro; vaidade é querer que o outro reconheça essa superioridade. A caridade, assim, é o remédio para a cura de todos os males da alma. Caridade é amor. Estamos no plano terrestre para aprendermos a amar. Se tivessemos aprendido, não precisaria todos os demais mandamentos, apenas essa máxima que resume todas as outras: "Amai-vos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo." (Jesus). Quando aprendermos a amar a todos como iguais, aí, então, teremos evoluído. Que Assim Seja!

Luz e Amor!


Caridade! Palavra sublime, que resume todas as virtudes, és tu que deves conduzir os povos à felicidade. Ao praticar-te, eles estarão semeando infinitas alegrias para o próprio futuro, e durante o seu exílio na terra, serás para eles a consolação, o antegozo das alegrias que mais tarde desfrutarão, quando todos reunidos se abraçarem, no seio do Deus de amor." (Que a mão esquerda não saiba o que faz a direita, cap XIII; 11. O Evangelho Segundo o Espiritismo)







quinta-feira, 19 de julho de 2012

Liberdade de pensamento e consciência


"Seja gentil consigo mesmo, aceite as coisas como elas vêm para você. Tudo mais será resultado do seu progresso espiritual"

 Um Espírito Amigo


Em 18-07-2012, às 23hs e 30mint. 

"Aquele que não conhece os ensinamentos de Jesus faz o que gosta, mas, aquele que conhece os ensinamentos de Jesus, faz o que deve". (Joanna de Ângelis)

A liberdade é uma lei da natureza. O respeito pela liberdade é um dever moral. Todos nascemos, igualmente, livres. A liberdade é um direito natural. Cercear a liberdade de outrém é um mal e nada justifica um mal: “O mal é sempre o mal e não há sofisma que faça uma ação má se tornar boa". (L.E., questão 830). Não importa as circunstâncias, nada justifica. Fala-se muito em "direitos" quando se deveria ensinar sobre os "deveres". O direito, sendo nato, não se encerra quando um outro se inicia. Deve-se ensinar o dever para se formar o homem de bem. Só existem leis para garantir os direitos dos homens, porque os deveres não lhes foram ensinados.

Porém, no órbe terrestre a liberdade é relativa, mesmo o livre-arbítrio é circunscrito, igual ao peixe no rio, é livre na água até às margens, porém, não pode ultrapassá-las. Bem assim, é o homem na sua liberdade de escolha, essa liberdade só vai até onde não viole a liberdade do outro. Interferir na liberdade do outro é um ato de violência contra o outro. Todos podem compartilhar de um mesmo espaço desde que respeite os limites do outro. "Desde que juntos estejam dois homens, há entre eles direitos recíprocos que lhes cumpre respeitar; e não têm mais, por conseguinte, liberdade absoluta.” (L.E., questão 826)

O pensamento, este sim, é livre totalmente. Ninguém pode conduzí-lo senão o próprio ser, o contrário, chama-se hipocrisia. (L.E., questão 837). Somente Deus, os conhecendo, pode julgá-los. Um pensamento, ainda que errado, vale mais do que uma convicção imposta, ainda que acertadamente. “Quanto mais inteligência o homem tem para compreender um princípio, tanto menos desculpável é de não aplicar a si mesmo. Em verdade vos digo que o homem simples, porém sincero, está mais adiantado no caminho de Deus, do que um que pretenda parecer o que não é” (L.E., questão 828.a). Não cabe a ninguém impor suas idéias ou crenças a outrém.

"Eu penso, logo existo" (René Descartes). A maior prova da existência humana é o pensamento. O homem se difere dos outros animais pela inteligência. "A consciência é o pensamento íntimo." (L.E., questão 835). É a razão desenvolvida dentro de cada ser. A consciência é o pensamento depurado, não mais o pensamento absorto. A consciência é, portanto, o raciocínio lógico, que só se atinge subindo o degrau da evolução. "A liberdade de consciência é um dos caracteres da verdadeira civilização e do progresso.” (idem, 837). 

Quando se evolui, atingi-se a consciência plena. Atingindo a consciência plena, aprende-se o discernimento entre poder e dever. Nem tudo o que eu gosto, eu posso. Nem tudo o que eu posso, eu devo. Mas, eu posso tudo o que eu devo. "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convém. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma" (N.T.,1ª Epístola de Paulo aos Coríntios, cap. 6; 12). Seja em qualquer circunstância, ainda que a inclinação (o gostar) seja fazer o mal, far-se-á o bem, porque fazer o bem é um dever de todo cristão. Fazer o bem é um dever moral. Que Assim Seja!

Luz e Amor!


"Sede bons e caridosos: eis a chave dos céus, que tendes nas mãos. Toda felicidade eterna se encerra nesta máxima: "Amai-vos uns aos outros". A alma não pode elevar-se às regiões espirituais senão pelo devotamento ao próximo; não encontra felicidade e consolação senão nos impulsos da caridade. (...)" 
(Que a mão esquerda não saiba o que faz a direita, cap. XIII; 12. O Evangelho Segundo o Espiritismo)



quarta-feira, 11 de julho de 2012

Ausência


Queridos Amigos e leitores,

Agradeço o carinho e atenção com que acompanham meus relatos. Sei que estou muito longe na escala evolutiva, mas, o propósito deste é tão somente compartilhar experiências cotidianas. Não sou escritora, não domino a gramática e, muito menos, ainda, possuo conhecimentos da doutrina Espírita, logo, não tenho missão alguma de ensinar nada a ninguém., somente, aprender com os meus próprios erros. Acredito, simplesmente, que se os meus erros servirem para confortar alguém que se sinta só com suas inquietações, fazendo com que se sinta menos "estranho" nesse grande ninho que é o mundo, como já me senti um dia, então, os meus erros terão valido à pena.

O motivo dessa mensagem é desculpar-me pelo tempo ausente de postagem. Como ocorre, comumente, com todos médiuns, até mesmo os mais experientes, sofri um processo obsessivo grave. Algumas janelas do pretérito foram descortinadas e o choque de realidade para o Espírito que vos fala, foi muito grande, diante do encontro com o meu amigo credor. Achei, por bem, dar um "pause", até findar o tratamento espiritual e recuperar as energias, para prosseguir com os meus relatos. Afinal, os Espíritos também tem a sua dignidade que não pode ser ferida. "O homem trás na alma sempre alguma coisa que gostaria de esconder de si mesmo". Tão logo tenha digerido as comunicações, seguindo o intuito desse diário, farei novas publicações. Afinal, estamos no plano terrestre não para julgamento, mas, o ressarcimento de nossas dívidas pretéritas e atuais, melhor não acumularmos mais nada para o futuro, a não ser o amor fraterno.

Acreditava ser impossível descortinar o véu do esquecimento e trazer à consciência vivências passadas. Porém, esse véu pode ser descortinado com a permissão Divina, pois que, nem um mal se revela sem que Deus o tenha permitido, com a finalidade de um bem maior. A lembrança do passado trás inconvenientes muito grave e perturbações inevitáveis, mas, se Deus permite é para nos melhorarmos no que mais necessitamos. A dor é muito intensa, a humilhação diante daquele que ofendemos é muito grande e o orgulho ferido rasga, literalmente, a nossa alma.  Se fosse permitido lembrar exatamente o que se fez a cada existência, sucumbiríamos antes mesmo de nascer - imatura. As tendências atuais são indícios do que precisamos corrigir em nós mesmos.

"De resto, esse esquecimento só existe durante a vida corpórea. Voltando à vida espiritual, o Espírito reencontra a lembrança do passado. Trata-se, portanto, apenas de uma interrupção momentânea, como a que temos na própria vida terrena, durante o sono, e que não nos impede de lembrar, no outro dia, o que fizemos na véspera e nos dias anteriores. (...) não é somente após a morte que o Espírito recobra a lembrança do passado. Pode dizer-se que ele nunca a perde, pois a experiência prova que, encarnado, durante o sono do corpo, ele goza de certa liberdade e tem consciência de seus atos anteriores. (...) A lembrança só se apaga durante a vida exterior de relação. A falta de uma lembrança precisa, que poderia ser-lhe penosa e prejudicial às suas relações sociais, permite-lhe haurir novas forças nesses momentos de emancipação da alma, se ele souber aproveitá-los". ( O Evangelho Segundo o Espiritismo. Bem-Aventurados os Aflitos, cap. V; 11)

A luz Divina esteja com todos. Que Assim Seja!

Saudações fraternas.

Luz e Amor!


 "O homem traz, ao nascer, aquilo que adquiriu. Ele nasce exatamente como se fez. Cada existência é para ele um novo ponto de partida". ( O Evangelho Segundo o Espiritismo. Bem-Aventurados os Aflitos, cap. V; 11)


O importante é o bem que se faz

 
Em 15-06-2012, às 04hs e 30mint.

Estivemos reunidos, em desdobramento, eu, meu Mentor e Espíritos Amigos. Não me lembro do conteúdo da reunião, mas, não pude deixar de anotar essa questão: "O quê mais importa, é o bem que se faz ou, quem o faz?". Percebo que é um ensinamento antes para mim mesma, que, muitas vezes, preocupo-me em saber de quem parte as comunicações recebidas do mundo invisível. É muito intenso estar reunido com a Espiritualidade, e muito gratificante os nossos encontros no plano espiritual, quando do cumprimento de nossa missão na Seara Divina. Há quem duvide dessa possiblidade, mas, ela existe e, os Epíritos também existem, trabalham incessantemente na produção do bem para a Humanidade, nas várias dimensões do Universo.

O que importa se acreditam ou não? Jesus não lhes disse, bata os pés e saia: "esteja na paz do Senhor". Bater os pés significa não levar ressentimentos. Não há de querer impor suas idéias e suas crenças à ninguém. Não se ocupe de querer mudar o pensamento de ninguém. Só é possível persuadir através do amor desinteressado. Deus deixou no coração do homem, mesmo nos mais incrédulos, céticos, ateus, uma semente de amor para que um dia germine e de frutos, e, então, suas criaturas possam retornar ao seio Divino. Deus não deseja perder nenhuma de suas ovelhas. Devemos, pois, atingí-los no coração, e só chegaremos até ele através do amor incondicional, livre de quaisquer interesse pessoal. Trabalhe com esse amor e confie no Senhor teu Deus, que não desampara os seus eleitos.

Daria o Senhor, a espada na mão de um inimigo sedento de justiça? Deus é sábio, nada fez por acaso. À cada um, Deus entregou uma missão na Terra, da mais humilde à mais grandiosa aos homens. Todas são importantes para a construção de um mundo de felicidade. Daria o Senhor, ao pedreiro, uma obra para que conduzisse sem um engenheiro para auxliá-lo na construção? Nenhuma construção é realizada sem o apoio de muitos. Cada um com a missão que lhe cabe, a que se desprendeu para realizá-la no plano terreno. Somos todos operários dessa construção. O Senhor de todas as coisas que está no Céu e na Terra é o Senhor teu Deus. "Fora da Caridade não há Salvação". Nessa construção de um mundo melhor, o que menos importa é quem sejas, o que importa é o bem que se faça. E, ninguém nunca estará sozinho na Seara Divina. A luz do Mestre Jesus far-se-à sempre presente. Que Assim Seja!

Luz e Amor!


"O Espiritismo bem compreendido, mas sobre tudo bem sentido, conduz forçosamente aos resultados acima, que caracterizam o verdadeiro espírita como verdadeiro cristão, pois que um e outro são a mesma coisa. O Espiritismo não cria uma nova moral, mas facilita aos homens a compreensão e a prática moral do Cristo, ao dar uma fé sólida e esclarecida aos que duvidam ou vacilam..." (Sedes Perfeitos, cap. XVII; 4. O Evangelho Segundo o Espiritismo).