Em 01-o4-2012, às 14hs.
"_ De volta ao trabalho". Pede-me Pai João, neste momento, para escrever. "_ Aproveite a inspiração que lhe é dada e, se beneficie ajudando ao seu próximo agora distante".
Fui, neste domingo, para a Sustentação mensal dos trabalhadores da Casa do Caminho, o trabalho foi muito bonito e gratificante, homenagem aos 27 anos do grupo de socorro aos suicidas realizado pela Casa Espírita. Ao adentrarem o salão para darem seus depoimentos (os espíritos), senti um forte impacto no peito, comentei com minha amiga e psicóloga que estava sentada ao meu lado sobre o impacto que senti sem nem mesmo saber do tema que ali seria tratado - o suicídio. Era um grupo de suicidas vindo a este plano para dar-nos, à todos, os seus testemunhos.
Fui, neste domingo, para a Sustentação mensal dos trabalhadores da Casa do Caminho, o trabalho foi muito bonito e gratificante, homenagem aos 27 anos do grupo de socorro aos suicidas realizado pela Casa Espírita. Ao adentrarem o salão para darem seus depoimentos (os espíritos), senti um forte impacto no peito, comentei com minha amiga e psicóloga que estava sentada ao meu lado sobre o impacto que senti sem nem mesmo saber do tema que ali seria tratado - o suicídio. Era um grupo de suicidas vindo a este plano para dar-nos, à todos, os seus testemunhos.
Então, parecia não mais estar presente no meu corpo físico, conhecia as suas dores de outra vivência, estava com eles para dar-lhes, em oração, o meu apoio e amor incondicional. No final senti uma necessidade imensa de homenagear a Senhora zeladora das nossa dores mais secretas e infinitas - Nossa Senhora de Nazaré. Não sabia, até então, o porque da minha devoção e de sempre o meu pedido por Vossa intercessão. Agora sei quem nos socorre nas horas de aflições profundas quando desistimos da vida, que por mais que se busque uma justificativa, leva-nos sempre a mesma resposta, após somarmos tudo, o orgulho e a vaidade. Desistimos da vida pelo orgulho e pela vaidade, no mais, tudo são justificativas infundadas de um coração que não aprendeu a amar.
Maria de Nazaré
Maria de puro amor
Igual a Você ninguém
Mãe pura do meu Senhor.
Às vezes eu paro e fico a pensar
e sem perceber me vejo a rezar
e o meu coração se põe a cantar
pra Virgem de Nazaré.
Maria que Deus amou e escolheu
pra mãe de Jesus, o filho de Deus
Maria que o povo inteiro elegeu
Senhora e mãe do céu.
Ave Maria, mãe de Jesus...
Maria que eu quero bem,
Maria de puro amor
Igual a você ninguém,
mãe pura do meu Senhor.
Em cada mulher que a terra criou
um traço de Deus Maria deixou,
um sonho de mãe Maria plantou
pra o mundo encontra a paz.
Maria que fez o Cristo falar,
Maria que fez Jesus caminhar,
Maria que só viveu pra seu Deus.
Senhora do povo meu.
Ave Maria, mãe de Jesus...
Encerrado os trabalhos, abracei Pai João, agradecendo-lhe pelo acolhimento. Sei que muitos aproveitam da oportunidade para exporem seus problemas pessoais e pedir auxílio a espiritualidade, mas, eu não consigo fazê-lo. Parece que ali não há lugar para eles, é como se "eu" não tivesse importância, os meus problemas tornam-se pequenos, ínfimos. Saí, e na saída carreguei-os comigo, como sempre faço. Ao chegar em casa senti o alívio que nos causa a "Sustentação". Sustentar, suporte para seguirmos em frente na caminhada com o nosso fardo.
Ao chegar em casa, encontrei os meus problemas ali, esperando-me, chorei. Desejei imensamente que a espiritualidade se materializasse em minha presença, queria ter alguém para chorar junto comigo, dizer-me: "Tudo acaba bem. Se ainda não está bem é porque não é o fim!". Então, senti um forte cheiro de charuto: "Pai João, o senhor está aqui?", exclamei. Percebi que a espiritualidade estava junto de mim. Neste momento, em que meus pensamentos vagueavam confusos no espaço, eis que chegou em minha casa um amigo e afilhado. Tão grande a surpresa, trazia a mensagem que buscava ouvir à dias e, por isso, pedia a presença dos amigos espirituais materializados, os meus pensamentos absortos não me permitiam atinar para novas idéias, estava cansada, queria alguém que me mostrasse, de forma concreta, papável a causa da minha desesperança e uma possível, não solução pois que está depende de mim, mas, luz. E aconteceu.
Mostrou-me que, a minha dificuldade em tornar real os meus propósitos é a falta de confiança em minha capacidade em torná-los reais. Cobranças sem fundamentos - "eu não posso errar!". Desde que somos seres imperfeitos, todos podemos e iremos errar sempre até aprendermos - isso nada mais é do que orgulho e vaidade, é o que nos leva ao desespero, e, dependendo da exacerbação, até ao suicídio.
É a primeira vez que preciso trabalhar, por conta própria, para o meu sustento. Até então, não havia experimentado na pele essa necessidade. Não sei negociar o que produzo, acabo dando de presente, acho que não tem valor comercial, que não é bom como o de fábrica. Então, meu amigo e afilhado disse-me o seguinte: "É na imperfeição do seu produto que está o valor do seu trabalho por ser um trabalho artesanal". "Artesanal tem esse significado - "imperfeito", "não industrializado", mas feito por seu esforço e dedicação, tem muito mais valor de mercado". Eu não havia nunca olhado por está vertente, estava lá, cobrando perfeição. Perfeição sem nem mesmo ter a prática pois que estou começando só com a "coragem", que, por sinal, já estava a perdê-la antes mesmo de ter iniciado e por isso chorava.
Foi então, depois dessa visita surpresa, que Pai João alertou-me: "Sedes paciente para consigo mesma, dê-lhe sempre uma outra chance. Quantos estão tentando, a longas datas e ainda continuam errando, porque você quer acertar de primeira?. Errar é melhor do que acertar, quando acertamos de primeira se quer observamos como o fizemos e logo esquecemos. Errando e voltando uma, duas, três, quantas vezes precise, adquirimos conhecimentos, aprendemos e colhemos os frutos. Dê-se a oportunidade de errar, esse é o caminho certo e seguro".
Agradeci muito a presença da espiritualidade que se materializou naquela visita. Às vezes, não percebemos a fala dos Espíritos amigos junto à nós. Somos tão materialistas ainda, mesmo os ditos espíritas, que somente prestamos atenção no que um outro "encarnado" nos fala, mesmo que nada de bom acrescente em nossa trajetória. Porém, não damos a atenção devida ao que nos diz a nossa alma em diálogo com os Espíritos solidários. Desde a noite anterior, quando tudo parecia dar errado, a espiritualidade já se fazia presente orientando-me, pedia-me calma, mas, invigilante que ainda me encontro, parecia não perceber as suas investidas, tanto que fui dormir aos prantos.
Não me dei conta, como muitas vezes fazemos, que precisava de suporte, "sustentação", que ninguém se faz sozinho, sem apoio, sem carinho, sem um bom amigo de perto para poder suportar as agruras da vida. Não é certo pensar que o nosso problema é o maior do mundo, bem como, não se deve ignorá-lo, isso também é egoísmo. Pensar em si não é egoísmo, é prova de amor pela vida que Deus nos ofertou, é reconhecermo-nos como Sua morada e, por isso devemos estar bem e cuidados. Mas, para isso acontecer é preciso livrarmos-os do orgulho e da vaidade, aceitarmos-nos "seres humanos" num mundo de provas e expiações, e apesar do mundo em que vivemos, podemos ser felizes, essa felicidade depende de nossas aspirações, do nosso desejo sincero de nos fazermos seres melhores.
"Não é por vivermos num mundo de provas que estamos fadados a sofrer como um merecido castigo, são apenas "provas" as quais temos que vencer e sair vitoriosos, porque é isso que espera o Senhor nosso Deus. Assim Seja!"
"Não é por vivermos num mundo de provas que estamos fadados a sofrer como um merecido castigo, são apenas "provas" as quais temos que vencer e sair vitoriosos, porque é isso que espera o Senhor nosso Deus. Assim Seja!"
Luz e Amor!
"Vossa Terra é por acaso um lugar de alegrias, um paraíso de delícias? A voz do profeta não soa ainda, aos vossos ouvidos? Não clamou ele que haveria choro e ranger de dente para os que nascessem nesse vale de dores? Vós que nele viestes viver, esperai portanto lágrimas ardentes e penas amargas, e quando voltai os olhos ao céu e bendizei ao Senhor, por vos ter querido provar!"
(Bem-Aventurados os Aflitos, cap. V; 19. O Evangelho Segundo o Espiritismo)
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"(...) Quem se faz instrutor deve valorizar o ensino aplicando-o em si próprio" (Joanna de Ângelis.