domingo, 15 de abril de 2012

O Ato de Perdoar-se


 Em 14-04-2012, às 4hs e 30min.


"Toda alma pode evoluir e tornar-se perfeita, basta que procure o caminho do bem". Recebi está mensagem pouco antes de despertar, cuidei em anotá-la de imediato para poder compartilhá-la com vocês, meus amigos, no dia de hoje. Não saberia dizer de quem a recebi, porém, respondeu às minhas inquietações mais recentes - "reforma íntima".

Perdoar ao próximo torna-se um ato difícil porque não conseguimos perdoar, antes, a nós mesmos. Não perdoamos no outro aquilo que não concebemos em nós. O auto-perdão é um exercício necessário para que consigamos perdoar no outro o que não aceitamos em nós mesmos, pois que, o outro reflete a nossa própria imperfeição. "Ó homem! Quando julgas o outro, tu te condenas a ti mesmo ao fazeres as mesmas coisas que condenastes em teu irmão" (Rom., cap II, 1). Se pudéssemos ver-nos no pretérito, envergonharíamos-nos do nosso comportamento. Não podemos, é claro! Deus é misericodioso. Porém, tudo fica registrado no nosso inconsciente e, como gostaríamos de apagar em nós mesmos quaisquer resquícios do passado. O outro, assim, torna-se uma ameaça constante a desvelar, a qualquer instante, o nosso falso conceito moral, então,  o repudiamos.

Perdoar-se é ser humilde em reconhecer-se como ser humano falível, imperfeito, capaz de errar. O orgulho e o egoísmo são as causas que não nos permitem esse olhar. Deus deseja que antes trabalhemos as nossas próprias faltas, "não se ensina pelas palavras, mas antes pelos exemplos", senão, as palavras soam vazias. Deus, na sua sabedoria infinita, precisando que não seria fácil perdoarmos à nós mesmos, cuidou de passar um exercício de paciência, que poucos o compreenderam: "Não te digo que será até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes" (Mateus, XVIII:15, 21, 22). Em outras palavras, infinitamente. O que sugere que devemos ser pacientes com as nossas imperfeições, procurando perdoar no "outro" as nossas próprias faltas.

Sendo Deus sábio e justo nada fez por "acaso", pois que, é Princípio Inteligente Universal, e, o "acaso" não é inteligente (Espírito HAMMED), "o acaso é o nome que damos àquilo que não sabemos explicar", é cego e nada produz, ao contrário da inteligência. Não é por "acaso" que encontramos pessoas que nos causam contrariedades, elas existem para que possamos nos melhorar moralmente, porque é o desejo do Pai que está no Céu: "toda alma pode evoluir e tornar-se perfeita basta que procure o caminho do bem". O caminho é o perdão, acima de tudo, de nossas próprias faltas; da caridade primeiro para conosco. "Deus não quer a morte do pecador, mas que ele se arrependa". Deus nunca fecha as portas para o arrependimento. Arrependendo-nos, podemos, enfim, colocar-nos no lugar do outro com comiseração e, dar-lhe o nosso perdão. Se não o fazemos é por orgulho e egoísmo.

Trazemos de vidas pretéritas, registrados em nosso perispírito, arquivo astral das nossas existências, vícios latentes na alma, os quais gostaríamos de manter adormecidos na eternidade. O que condenamos severamente no outro é o que gostaríamos que morresse em nós, não para que o outro não viesse a saber que somos capazes de atitudes iguais, semelhantes ou, até mesmo piores, mas, para mantê-las escondidas de nós mesmos. Porém, se não nos permitirmos conhecê-las, como poderíamos mudá-las? Como transformar aquilo que eu não quero ver em mim? O outro é o remédio que Deus nos oferece como auto-cura. Quando reconhecemos as nossas faltas e perdoamo-nos, ocorre a transformação íntima. Mas, quantas vezes iremos incorrer nos mesmos erros? Sete vezes? O Senhor entendendo as nossas frágeis limitações, frutos da nossa imperfeição, com toda a paciência e misericórdia que Lhe é única, deu-nos infinitas oportunidades, se não chegarmos nessa reencarnação à perfeição, quem sabe, em uma outra, pois que é possível a todos que buscam a Verdade.

Não posso desejar de outrem o que não melhorei em mim: "Por que vês tu, pois, o argueiro no olho do teu irmão, e não vês a trave no teu olho?" (Mateus VII: 3-5). "Reconhecendo que somos todos iguais nesta grande Escola Universal, sujeitos de causas e efeitos, seremos mais indulgentes com os nossos semelhantes, arrancando de nossas almas essa erva daninha - a malediscência - pois que esta é a maior, senão, a pior causa de todos os nossos males. A malediscência não só fecha a nossa porta (nosso coração) para o próximo, como fecha as demais portas, tornando-se, assim, a mais cruel de todas as nossas culpas. Neste caso, eu não só deixo de perdoar como, ainda, contribuo com sua vil condenação. Lembrando: Jesus aceitou a morte de cruz para nos livrar da vil condenação".

"Sedes, então, misericordiosos. Não faças ao teu próximo o que não desejas para contigo. Com a mesma intensidade que julgardes, sereis julgados pelo Pai que está no Céu. Liberta-te do orgulho e da vaidade, torna-te humilde e a humildade te levará ao perdão. O perdão é a maior de todas as caridades que possais praticar, contigo mesmo e com o teu próximo. O teu aprimoramento moral fará de ti o exemplo para o teu próximo, que, vendo-se em ti, procurará melhorar-se e, assim, sucessivamente, contribuindo para o progresso da Humanidade, como deseja o Pai Celestial" (Um Espírito Protetor).

Luz e Amor!



 "Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si mesmo; perdoar aos amigos é dar prova de amizade; perdoar as ofensas é mostrar que se melhora. Perdoai, pois, meus amigos, para que Deus vos perdoe. Porque se fordes duros, exigentes, inflexíveis, e guardardes até mesmo uma ligeira ofensa, como quereis que Deus esqueça que todos os dias, tendes grande necessidade de indulgência? (...) Quem sabe se, mergulhando em vós mesmos, não descobrireis que fostes o agressor? (...) Se não vos escapou uma palavra ferina? (...) Admitamos que fosseis realmente o ofendido, em certa circunstância. Quem sabe se não envenenastes o caso com represálias, fazendo degenerar numa disputa grave aquilo que facilmente poderia cair no esquecimento? (...) O esquecimento completo e absoluto das ofensas é  próprio das grandes almas; o rancor é sempre um sinal de baixeza e de inferioridade. Não esqueçais que o  verdadeiro perdão se reconhece pelos atos, muito mais que pelas as palavras". (Bem-Aventurado os misericordioso, cap. X; 15, O Evangelho Segundo o Espiritismo)


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"(...) Quem se faz instrutor deve valorizar o ensino aplicando-o em si próprio" (Joanna de Ângelis.