quarta-feira, 12 de junho de 2013

A evolução do Espírito

08-06-2013; às 21hs e 30mint.


 "O Espírito não regride. Então, quando alguém tira a vida do outro não significa dizer que houve uma regressão do Espírito?". 

Esta  foi uma questão levantada no Estudo do Evangelho. Era difícil conceber a ideia de que um Espírito possa ser considerado evoluído tendo transgredido uma Lei de Deus: "Não matarás" (Êxodo, 20:13).

O princípio da encarnação é a progressão do Espírito. O Espírito reencarna na Terra, pela misericórdia Divina, como oportunidade (prova) de evoluir. O Espírito pode estacionar, se assim desejar, com atraso na sua evolução, mas, jamais degenerar. Àquele que hoje pratica um crime, já fez ainda pior em outras existências, em outros sentidos. Em uma nova reencarnação ele poderá não mais matar, mas, ainda poderá praticar outro tipo de delito. Ainda assim representa uma evolução do Espírito. Nós já fomos muito piores do que hoje somos.

Todos somos tentados naquilo que ainda não evoluímos: no orgulho, na vaidade, no egoísmo. "Um homem pode possuir qualidades reais que o fazem, para todo o mundo, um homem de bem. Mas essas qualidades, ainda que sejam um progresso, não suportam sempre certas provas e basta, às vezes, tocar a corda do interesse pessoal, para por o fundo a descoberto" (L.E., cap. XII, questão 895). Porém, esse ser sempre irá crescer. O Espírito nunca para de evoluir no sentido da perfeição, nem mesmo os Espíritos puros. Contudo, a perfeição é relativa. Somente Deus é perfeito.

É comum confundir instrução com evolução. O homem que tem alto grau de instrução é um homem culto, instruído, não necessariamente evoluído espiritualmente. O Espírito evoluído o é moralmente. Não obstante, aculturar-se é crescimento espiritual. A evolução espiritual não é somente religiosa. Ser espiritualizado não é religiosidade. É evolução do ser como um todo. Nem todo homem culto compreende a moral dos ensinamentos aplicados. Há muitos que possuem um excelente cabedal de conhecimento, porém, faltam-lhes compreender a essência das coisas. Desconhecem a sua aplicabilidade na vida prática. Falta-lhes ação. Vê-se, em contra partida, muitos homens pouco letrados, mas, com uma moral elevadíssima. Os bons sentimentos nada lhes custam e suas ações são naturais, sem nenhum esforço. Os Espíritos colocam para Kardec: "A moral sem a ação é a semente sem o trabalho. De que serve a semente se não fazeis frutificar para servir?" (L.E., cap. XII, questão 905). O amor é a essência divina. O amor não está nos livros, o amor está nas pessoas, pois que, Deus está nas pessoas.

Aprender não é sinônimo de compreender. Aprende-se que não se deve matar, mas não se compreende que para não matar, aniquilar o outro, é preciso antes amar: "Não façais aos outros o que não quereis que os outros vos façam, mas fazei, pelo contrário, todo o bem que puderdes" (Jesus). A compreensão requer o raciocínio lógico das coisas. É a aplicabilidade racional. O ser racional é aquele que pensa seus atos, reflete antes de agir, consequência da sua evolução moral. Jamais age por instinto em qualquer situação, mantendo a  retidão do caráter, independente do meio. Por mais áspero que o meio se lhe apresente, ele sempre será um Espírito polido, adquiriu a razão sobre as coisas e, consequentemente, o controle sobre si mesmo. "As pessoas que não precisam mais lutar contra sua própria natureza é porque nelas o progresso já está realizado" (L. E., cap. XII, questão 894).

O Espírito que age pelo instinto ainda está a caminho do progresso. As coisas ainda estão acima da razão. O seu afeto apresenta-se egoísta. Não compreende que o próximo não é somente sua família e amigos, mas, toda a humanidade. "O amor é o sentimento por excelência (...) Para avançar em direção ao alvo é necessário vencer os instintos a favor dos sentimentos (...) Os instintos são a germinação e os embriões dos sentimentos" (E. S. E., cap. XI; 8). O aperfeiçoamento moral do Espírito é efeito do amor. O Espírito que se movimenta pelo instinto ainda não evoluiu, mesmo possuindo um vasto arcabouço intelectual.

O nosso planeta está destinado ao progresso que virá através do amor sublime. Somente nos mundos superiores os Espíritos encontram-se evoluídos, porque já praticam o amor recíproco: "Amai-vos uns aos outros". Na Terra, estamos todos para aprender a amar. "Amar no sentido profundo do termo, é ser leal, probo, consciencioso, para fazer aos outros aquilo que se deseja para si mesmo. É buscar em torno de si a razão íntima de todas as dores que acabrunham o próximo, para dar-lhes o alívio" (E.S.E., cap. XI; 10).

Contudo, os Espíritos hoje já encontram-se infinitamente evoluídos do que há cem anos. A humanidade já está se convertendo no amor apesar de não haver uma publicidade, na mídia, sobre essa evolução. Porém, a religião já divulga essa mudança, existe mais gestos de amor e fraternização entre as pessoas. Tanto já estamos melhores que já aceitamos, sem muita repulsa, os novos ensinamentos sobre a liberdade, a fraternidade, para mais tarde conseguirmos aceitar o que ainda não compreendemos. É um avanço e um preparo para um novo porvir. "Grande pensamento de renovação pelo Espiritismo, tão bem exposto no Livro dos Espíritos, produzirá o grande milagre do século futuro, o da reunião de todos os interesses materiais e espirituais dos homens, pela aplicação desta máxima bem compreendida; Amai muito, para serdes amados!" (E. S. E.). Que Assim Seja!

Luz e Amor!

 "Mas os fariseus, quando ouviram que Jesus tinha feito calar a boca aos suduceus, juntaram-se em conselho. E um deles, que era doutor da lei, tentando-o, perguntou-lhe: Mestre, qual é o maior mandamento da lei? Jesus lhe disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Este dois mandamentos contém toda a lei e os profetas" (Mateus, XXII: 34-40)
 (Amar o Próximo como a si mesmo, cap. XI; 1. O Evangelho Segundo o Espiritismo)


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"(...) Quem se faz instrutor deve valorizar o ensino aplicando-o em si próprio" (Joanna de Ângelis.